
A Pol�cia Federal vai investigar o caso do policial militar preso pela acusa��o de ter feito um disparo com arma de fogo durante ato de campanha do deputado federal e candidato � reelei��o Paulo Guedes (PT) em Montes Claros, no Norte de Minas, na noite de domingo (25/9). Ningu�m se feriu no epis�dio, que aconteceu na Avenida Deputado Esteves Rodrigues (Avenida Sanit�ria), durante uma passeata do candidato petista.
Preso e encaminhado para a delegacia da PF em Montes Claros, o suspeito foi identificado como soldado Dhiego Souto de Jesus, de 30 anos, lotado na Companhia da PM em Iturama (Tri�ngulo). Ele estava de folga na cidade do Norte de Minas, terra da sua fam�lia.
Conforme apurou o Estado de Minas, o militar foi solto na manh� desta segunda-feira ap�s pagamento de fian�a.
O caso
Em v�deo divulgado redes sociais ainda na noite de domingo, o deputado do PT afirma que foi v�tima de um atentado e que foram feitos disparos em dire��o ao carro de som onde ele se encontrava ao lado de outras pessoas.
Nesta segunda-feira (26/9), a Pol�cia Militar de Minas Gerais (PMMG) informou que, “logo que tomou conhecimento dos fatos, prendeu o militar suspeito de efetuar disparos, apreendeu a arma e deslocou at� a Pol�cia Federal para medidas subsequentes”. Informou ainda que “tomou todas as medidas legais, e a Corregedoria da institui��o acompanha o caso”.
Tamb�m nesta segunda, o delegado Gilvan Cle�filas Garcia de Paula, chefe da Delegacia da Pol�cia Federal em Montes Claros, informou que o suspeito foi encaminhado para unidade, junto com os outros envolvidos, e foi preso em flagrante. Acrescentou, por�m, que a PF n�o vai pronunciar sobre o assunto.
No boletim de ocorr�ncia da PM consta que por volta das 21h30 de domingo, a corpora��o foi acionada pelo deputado Paulo Guedes, que alegou que um homem em um Voyage branco “teria efetuado um disparo de arma de fogo durante a carreata pol�tica que ocorria no momento, e que alguns apoiadores teriam abordado o autor do disparo”.
O suspeito pelo disparo foi preso em um bar no Bairro S�o Luiz e encaminhado para a Delegacia da PF na cidade.
Conforme as informa��es da PM, Paulo Guedes afirmou que estava no final da carreata, na Avenida Sanit�ria, entre o Mercado Municipal e um sem�foro, em cima de um trio el�trico com outras pessoas, falando ao microfone, quando ocorreu o disparo efetuado pelo militar.
No boletim de ocorr�ncia consta ainda que "Paulo Guedes disse que ouviu o barulho, viu o disparo, que fora efetuado de aproximadamente uns 4 metros de dist�ncia, e as pessoas que estavam atr�s afirmam que o disparo fora em dire��o ao trio el�trico, e que teriam ocorrido outros tiros, relatados pela equipe”.
O parlamentar tamb�m afirmou que, durante a atual campanha, seus apoiadores j� foram v�timas de amea�as em outras duas ocasi�es em Montes Claros. Segundo ele, uma delas ocorreu na �ltima sexta-feira (23/9), no Bairro S�o Geraldo, quando um homem teria feito gestos obscenos, mostrando os �rg�os genitais e, em seguida sacou uma arma e efetuou tr�s tiros para o alto, diante de mulheres, que faziam campanha para Paulo Guedes e para o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT)
Soldado afirmou que fez disparo porque foi fechado no tr�nsito
Ao ser ouvido pela Pol�cia Militar, o soldado Dhiego Souto de Jesus revelou que estava dentro do Voyage, dirigido por um amigo quando o carro passou pela carreata, “n�o sabendo de qual partido pol�tico (era)”. Uma amiga dele que estava no banco de tr�s, teria gritado “Bolsonaro!”.
Na sequ�ncia, diz o BO com base no depoimento de Dhiego, “tr�s pessoas de moto fecharam o ve�culo em que estava o declarante, que se assustou, com medo de estarem armados, por terem colocado a m�o na cintura. Ele efetuou um disparo de arma de fogo para cima, momento que os indiv�duos abriram o tr�nsito e o declarante conseguiu sair do local, foi seguido e abordado novamente no bairro jardim S�o Luiz”.
O militar lotado em Iturama negou que tivesse atirado em dire��o ao carro de som e �s pessoas que participavam da carreata. A arma, uma pistola 9 mil�metros, foi apreendida.
O homem que dirigia o Voyage, informou que, depois de sair de um bar no Bairro Edgar Pereira, ao passar pela carreata, na Avenida Sanit�ria, “n�o sabendo identificar os envolvidos” e que “havia muito barulho, foguetes, gritos de Lula livre”.
Aos policiais, ele alegou que “n�o percebeu nenhum disparo de arma de fogo por parte de seu amigo Dhiego, “pois estava dirigindo o ve�culo, e prestando aten��o no tr�nsito”.
Ainda segundo o boletim da PM, o homem disse que “que em determinado momento, foi fechado pelos integrantes da carreata, e estava uma bagun�a na avenida. (Que) em determinado momento conseguiu sair, foi seguido e novamente abordado (em um bar) no bairro Jardim S�o Luiz. Que sabia que seu amigo Dhiego estava armado, por saber que ele era policial militar e s�o amigos de inf�ncia”.
O motorista alegou ainda que somente em bar do Bairro Jardim S�o Luiz “tomou conhecimento, atrav�s do deputado federal Paulo Guedes, que teria sido efetuado um disparo de arma de fogo por parte de um integrante do ve�culo Voyage”.
Terra de Ad�lio e homem preso durante visita de Lula
Na elei��o de 2018, Montes Claros (414,3 mil habitantes) ganhou destaque na midia nacional pelo fato de ser a terra natal de Ad�lio Bispo, que esfaqueou o ent�o candidato a presidente Jair Bolsonaro (ent�o, filiado no PSL e hoje no PL) em um ato de campanha em Juiz de Fora (Zona da Mata).
Na visita do ex-presidente e candidato ao Pal�cio do Planalto Luiz In�cio Lula da Silva a Montes Claros, em 15 de setembro passado, a cidade voltou ter notoriedade na imprensa e postagens nas redes sociais em todo o pais.
Na ocasi�o, um homem de 50 anos foi preso pela equipe da Pol�cia Federal que atua na seguran�a de Lula sob acusa��o de xingar o petista de “ladr�o”, “safado” e “sem-vergonha”, quando o candidato estava na Avenida Sanit�ria, deslocando para um hotel. O homem, localizado e entrevistado pelo Estado de Minas, negou que tivesse feito qualquer ofensa ao petista, garantindo que nem chegou a v�-lo. Ele foi liberado no mesmo dia.