
A explica��o para esse resultado est� nas regras do sistema que elege os deputados, no qual � central o peso da quantidade de votos recebidos pelo partido ou federa��o — � tamb�m esse sistema que explica o poder dos chamados puxadores de voto. Entenda a seguir.
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Dos oito deputados federais eleitos pelo estado neste ano, quatro s�o do PL (Ab�lio, Jos� Medeiros, Am�lia Barros, Coronel Fernanda), dois do Uni�o Brasil (F�bio Garcia e Coronel Assis) e dois do MDB (Juarez Costa e Emanuelzinho).
No Twitter, Rosa Neide destacou que conseguiu quase triplicar os votos recebidos em rela��o � �ltima elei��o, apesar de n�o ter sido reeleita.
Quero come�ar agradecendo a cada um e cada uma que acreditou no meu trabalho e me honrou com voto.
Em 2018 tivemos 51.015 votos. Nestas elei��es conquistamos 124.671 votos, ou seja, triplicamos o n�mero de eleitores e eleitoras, os quais me apoiaram e sonharam junto comigo com
Sistema proporcional e o quociente eleitoral
A defini��o dos nomes que comp�em o Congresso Nacional ocorre de formas diferentes para o Senado e a C�mara. Entre os candidatos ao Senado, vale o sistema majorit�rio: � eleito o candidato que obtiver o maior n�mero dos votos apurados no estado em que concorre.
Para a defini��o dos deputados eleitos, no entanto, o sistema � o proporcional. Isso significa que os votos computados s�o os de cada partido ou federa��o e, em uma segunda etapa, entra a an�lise de votos de cada candidato. Como isso acontece?
A partir dos c�lculos dos chamados quocientes eleitoral e partid�rio.
O quociente eleitoral � a soma de votos v�lidos (nominais e para a legenda) dividida pelo n�mero de cadeiras em disputa (total de deputados federais em cada estado). Os partidos que atingirem esse quociente eleitoral ter�o direito �s vagas.

Mas quantas vagas? � a� que entra o quociente partid�rio: divide-se o n�mero de votos que cada partido recebeu pelo quociente eleitoral. Por exemplo: se o quociente eleitoral de um cargo � 10 mil, um partido que recebeu 20 mil votos ter� direito a duas cadeiras.
As vagas remanescentes e n�o distribu�das entre os partidos ou as federa��es — j� que fra��es do c�lculo do quociente partid�rio s�o desprezadas — s�o distribu�das da seguinte forma: divide-se o n�mero de votos atribu�dos a cada partido ou federa��o pelo n�mero de lugares por eles obtidos (por meio do quociente partid�rio) mais um. Aquele que atingir a maior m�dia obt�m mais uma vaga na Casa Legislativa.
S� na etapa seguinte � que s�o levados em conta os nomes mais votados dentro de cada partido ou federa��o.
Depois desses passos, verifica-se quais s�o os candidatos mais votados dentro de cada partido isolado ou federa��o para definir os nomes eleitos.
Vale lembrar que o sistema proporcional tamb�m permite que o eleitor vote apenas na legenda, sem escolher um candidato espec�fico (digitando na urna apenas o n�mero do partido).
Dessa forma, o voto � computado para o partido — e � inclu�do na conta que eleger� os candidatos mais votados daquele partido.
� esse sistema tamb�m que explica o fen�meno dos chamados puxadores de voto.
Alguns dos exemplos famosos quando se fala nos chamados puxadores de votos s�o En�as Carneiro (Prona), em 2002, e Tiririca (PR), em 2010. Com mais de 1 milh�o de votos em S�o Paulo, os dois ajudaram seus partidos a conquistar mais cadeiras na C�mara, "puxando" outros candidatos para a lista de eleitos.
Movimento semelhante aconteceu em 2018 com Eduardo Bolsonaro, ent�o no PSL, que naquele ano conseguiu mais de 1,8 milh�o de votos e puxou outros nomes do partido para o grupo dos eleitos. Neste ano, candidato pelo PL, no entanto, ele teve mais de 740 mil votos — perdeu, portanto, mais de 1 milh�o de eleitores.
- Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/brasil-63121728
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