
"O mais importante para o Brasil hoje � aprimorar a pol�tica, garantindo o mais b�sico, a democracia", disse ele em entrevista � Folha de S.Paulo, por telefone.
Al�m de confirmar sua tomada de posi��o --antecipada pelo jornal O Estado de S. Paulo-- o ex-presidente do Banco Central afirmou que aceitou convite para conversar com integrantes do PT.
"H� um espa�o grande para pensar prioridades para o Brasil. Mas a situa��o que vivemos hoje vai muito al�m da discuss�o de temas tecnocr�ticos, como qual seria a melhor sequ�ncia para a aprova��o de reformas ou o exato desenho do sistema tribut�rio", diz ele.
Fraga n�o respondeu diretamente sobre se aceitaria um convite para ser ministro: "N�o fui sondado, n�o fui convidado e acredito que n�o serei".
De perfil discreto, o economista � pouco afeito a holofotes. No entanto, preocupado com a postura antidemocr�tica do atual governo, passou a fazer declara��es p�blicas na defesa das institui��es.
Em agosto, numa atitude in�dita, discursou no evento da Faculdade de Direito do Largo S�o Francisco, da USP (Universidade de S�o Paulo), em que foi lan�ado um manifesto de apoio � democracia.
PERGUNTA - Por que abrir o voto a Lula?
ARM�NIO FRAGA - Eu j� tinha uma inclina��o anunciada de votar no PT se considerasse necess�rio. J� era a minha inten��o. Avaliando o resultado do primeiro turno, que formou um Congresso de direita, conservador, amplamente favor�vel ao atual governo, minha decis�o nessa dire��o se fortaleceu.
Conversou com algu�m do PT antes de tomar a decis�o?
A. F. - N�o, foi uma iniciativa solo. N�o conversei com ningu�m.
O sr. foi procurado pelo PT para conversar?
A. F. - Fui procurado para trocar ideias, o que acho saud�vel. Vou conversar. J� aceitei.
O que o sr. vai defender nessa conversas?
A. F. - Quest�es como arrumar o fiscal s�o importantes, demandam aten��o. H� um espa�o grande para pensar prioridades para o Brasil.
Mas a situa��o que vivemos hoje vai muito al�m da discuss�o de temas tecnocr�ticos, como qual seria a melhor sequ�ncia para a aprova��o de reformas ou o exato desenho do sistema tribut�rio.
O mais importante para o Brasil hoje � aprimorar a pol�tica, garantindo o mais b�sico, a democracia, a transpar�ncia na tomada de decis�es na esfera econ�mica, de ir fundo nos diagn�sticos e fazer propostas.
Precisamos restituir ao pa�s calma, um ambiente que nos permita alargar horizontes e cuidar do desenvolvimento do Brasil.
Se o sr. aceitaria se fosse convidado para ser ministro da Economia?
A. F. - N�o fui sondado, n�o fui convidado e acredito que n�o serei.