
FOLHAPRESS
O candidato do PT � presid�ncia da Rep�blica, Luiz In�cio Lula da Silva, prepara uma carta ao agroneg�cio. A reda��o do texto est� na fase final.
Segundo a Folha de S.Paulo apurou, a carta vai refor�ar o compromisso do PT em garantir seguran�a institucional e financiamentos ao agro, para que o setor amplie o seu peso na economia, n�o apenas com uma produ��o sustent�vel, em sintonia com as demandas ambientais internacionais, mas tamb�m com o aumento das exporta��es, consolidando o Brasil como pot�ncia global na �rea.
A proposta � que o agro seja um aliado em outra agenda de Lula, o resgate da imagem do Brasil como um pa�s que cresce respeitando o meio ambiente. Essa posi��o foi colocada em xeque pelo aumento das queimadas, dos desmatamentos, da minera��o ilegal e da invas�o de terras ind�genas durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
O acordo entre Mercosul e Uni�o Europeia, por exemplo, travou por causa dos problemas ambientais registrados no Brasil nos �ltimos quatro anos.
A carta deve ser divulgada nos pr�ximos dias.
A expectativa � que o gesto reproduza para eleitores ligados � agropecu�ria neste 2022 a mesma sinaliza��o conseguida com a carta ao povo brasileiro, uma manifesta��o feita pelo mesmo Lula durante a campanha de 2002. H� 20 anos, a carta era um compromisso do PT de que, em caso de sua vit�ria, respeitaria normas institucionais.
Na �poca, havia um grande temor que um governo de esquerda n�o respeitaria contratos privados, nem faria uma gest�o respons�vel das contas p�blicas, por exemplo. O compromisso assumido com aquela carta quebrou resist�ncias e mudou a trajet�ria da elei��o em favor de Lula.
A ofensiva por votos junto ao agroneg�cio neste segundo turno inclui tamb�m a participa��o de Simone Tebet (MDB) na campanha. Sua presen�a � considerada um novo elemento no processo de escolha dos candidatos.
Segundo um interlocutor que n�o deseja ter o nome revelado, enquanto Bolsonaro apresenta o apoio de governadores com os quais j� estava alinhado e ter�o pouco efeito pr�tico nas urnas, Tebet � um trunfo novo na campanha petista.
Ela obteve quase 5 milh�es de votos -pouco mais de 4% dos votos v�lidos. Pode angariar votos de progressistas mais ao centro em qualquer regi�o do Brasil, mas tem especial interlocu��o com o agroneg�cio. � senadora pelo Mato Grosso do Sul, e circula bem entre representantes tanto da agropecu�ria e quanto da agroind�stria.
Tebet vai subir no palanque com Lula e Alckmin para ajudar a deter o avan�o bolsonarista nesse segmento. A campanha do PT est� organizando a agenda de viagens para Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Par� e estados do Nordeste.
O interior de S�o Paulo � considerado �rea vital e sens�vel. Ali tamb�m Alckmin tem a miss�o de conter o avan�o do voto bolsonarista.
N�o est� prevista viagem ao Mato Grosso, onde h� muita hostilidade.
O PT quer combater o que chama de ret�rica ultrapassada em rela��o aos riscos de Lula para o agro, lembrando que os seus oito anos como presidente da rep�blica foram marcados por avan�os no agroneg�cio.
Na lista de feitos da gest�o de Lula que dever�o ser destacados est�o a regulamenta��o do plantio de transg�nicos, em 2005, pondo fim um mercado irregular que crescia � margem do controle sanit�rio, e o lan�amento do c�digo florestal, em 2002, que deu seguran�a ambiental ao uso do solo e das �guas, importante sinal para consumidores de alimentos no Brasil e no exterior.
A disputa pelo eleitor no campo neste segundo turno � muito acirrada, com a balan�a pendendo para Bolsonaro, mas o PT acredita ter muitos votos envergonhados nas �reas rurais, que podem contar a favor de Lula com uma abordagem mais eficiente.
Bolsonaro venceu nos estados que s�o refer�ncia em agropecu�ria, como Rio Grande do Sul, Paran�, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Nessas �reas, o presidente nem precisa fazer campanha quando mira o voto agro e tem especialmente o apoio de grandes produtores.
Lula, por sua vez, ficou na frente em Minas Gerais, e em �reas que integram as chamadas novas fronteiras agr�colas, como Matopiba, que inclui Maranh�o, Tocantins e Bahia. O petista conseguiu apoio de alguns grandes produtores, mas tem ao seu lado especialmente os agricultores familiares e os trabalhadores.