Victoria Azevedo - Folhapress
O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) reagiu nesta quinta-feira (6/10) � declara��o do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre os nordestinos. "Quem tiver uma gota de sangue nordestino n�o pode votar nesse negacionista, nesse monstro que governa esse pa�s. Ele tem que aprender uma li��o. Ele que v� pegar voto de miliciano, daqueles que mataram Marielle [Franco]. Ele que v� pegar voto daqueles que foram respons�veis pelas mortes na pandemia, v� pedir voto da quadrilha chefiada pelo Queiroz, pedir voto pra quem est� organizando 'rachadinha' dos filhos no Rio", disse Lula.
Nesta quarta (5), Bolsonaro citou o analfabetismo no Nordeste para tentar explicar a derrota sofrida pelo ex-presidente na regi�o. "Lula venceu em 9 dos 10 estados com maior taxa de analfabetismo. Voc� sabe quais s�o esses estados? No nosso Nordeste. N�o � s� taxa de analfabetismo alta ou mais grave nesses estados. Outros dados econ�micos agora tamb�m s�o inferiores na regi�o", disse.
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"Esses estados do Nordeste est�o h� 20 anos sendo administrados pelo PT. Onde a esquerda entra, leva o analfabetismo, leva a falta de cultura, leva o desemprego, leva a falta de esperan�a. � assim que age a esquerda no mundo todo", afirmou em transmiss�o ao vivo nas redes sociais.
O petista rebateu e afirmou que os nordestinos ajudaram a construir "cada metro de asfalto" do Brasil. "As pessoas que s�o analfabetas n�o s�o por sua responsabilidade, ficaram analfabetas porque esse pa�s nunca teve um governo que se preocupasse com educa��o. A cidade de S�o Bernardo, de Santo Andr� nunca tiveram direito de ter uma universidade federal. Foi um metal�rgico quase que analfabeto que trouxe a universidade para c�", disse.
Di�logo com indecisos
O ex-presidente governou o pa�s de 2003 a 2010. O petista tamb�m afirmou que a milit�ncia precisa estar atenta �s fake news, dizendo que "a verdade engatinha enquanto a mentira corre".
Ele incentivou que seus apoiadores dialoguem com indecisos para tentar votos e sugeriu que eles comparassem o legado dos governos petistas com o de Bolsonaro.
Em um aceno ao eleitorado feminino, disse que, caso eleito, garantir� paridade salarial entre homens e mulheres, proposta defendida pela senadora Simone Tebet (MDB), que declarou apoio ao petista no segundo turno. "N�s vamos regulamentar para que a mulher, fazendo o mesmo trabalho, ganhar o mesmo sal�rio do homem. Porque a mulher n�o pode ser tratada como cidad�o de segunda classe."
Caminhada com apoiadores
Lula participou de caminhada em S�o Bernardo do Campo, S�o Paulo, seu ber�o pol�tico, na manh� desta quinta. Ele estava acompanhado de seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), do candidato do PT ao Governo de S�o Paulo, Fernando Haddad, e do l�der sem-teto Guilherme Boulos (PSOL), eleito deputado federal no domingo (2).
A caminhada come�ou ao meio-dia, em frente � sede do Sindicato dos Metal�rgicos do ABC e seguiu at� a pra�a da Matriz, onde Lula discursou. O percurso durou cerca de uma hora. Apoiadores do petista come�aram a se concentrar no local a partir das 9h. Lula acompanhou o trajeto em cima de uma caminhonete sem prote��o no teto e nas laterais. Um cord�o de militantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e do sindicato cercou o carro ao longo do caminho.
Ao longo da campanha, a seguran�a do candidato petista foi motivo de preocupa��o. N�o houve tumultos nem confrontos ao longo do trajeto. A caminhada foi embalada por jingles da campanha. Lula acenou e cumprimentou apoiadores. Em um certo momento, ele posou com as bandeiras do Brasil e do estado de S�o Paulo. Um menino de cadeira de rodas foi levantado por apoiadores de Lula para cumprimentar o ex-presidente.
O "Beab� da Pol�tica"