
Por Guilherme Peixoto
Um dos respons�veis pela estrat�gia digital da campanha presidencial de Luiz In�cio Lula da Silva (PT), o deputado federal Andr� Janones (Avante-MG) diz que a elei��o deste ano � sobre "salvar a democracia". Por isso, defende o uso de estrat�gias de comunica��o que atribui ao grupo de Jair Bolsonaro (PL). Segundo Janones, o presidente est� "a um passo" de fazer valer um regime ditatorial.
"A gente precisa vencer a elei��o para salvar a democracia. Bolsonaro est� a um passo de instalar uma ditadura pelo vi�s democr�tico. Sempre foi o sonho dele. Ele j� � o chefe do Executivo; se conseguir aumentar o n�mero de ministros do Supremo, teria maioria no Judici�rio. E, talvez, os tr�s poderes nas m�os, porque elegeu uma boa base e ainda h� o Centr�o, que ele conseguiria agradar", afirmou, nesta sexta-feira (7/10), ao Estado de Minas.
Nas redes sociais, Janones tem disseminado v�deos com falas antigas de Bolsonaro. Hoje, por exemplo, publicou um compilado de declara��es negativas do presidente a respeito das mulheres. Antes, j� havia publicado conte�dos associando o presidente � ma�onaria. Comumente, os materiais divulgados pelo deputado s�o acompanhados por palavras como "urgente", "bomba" e "exclusivo" - em semelhan�a � est�tica bolsonarista.
"Para salvar a democracia, temos de usar as mesmas armas que eles, mas com uma diferen�a: apesar de muita gente dizer que estou divulgando fake news, ningu�m consegue apontar exatamente qual � a fake news que divulguei", pontuou.
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"Deixo no ar para que, tecnicamente, tenha a minha defesa jur�dica. De fato, n�o fiz nenhum tipo de afirma��o. � at� onde minha �tica me permite ir. N�o consigo passar dessa linha como eles passam sem nenhum tipo de pudor. Para chegar ao n�vel deles, ter�amos de fazer muito pior".
'Momento do sensacionalismo, do grito'
Al�ado ao posto de deputado federal por causa da atua��o na greve dos caminhoneiros de 2018, Janones costuma recorrer a termos populares para espalhar conte�dos contra Bolsonaro.
"Em cada momento, h� a comunica��o adequada. O atual momento - e quem levou para esse patamar foi o bolsonarismo - � o momento do sensacionalismo, do grito, da coisa chamativa, (com) 'aten��o' e 'urgente'", justificou.
"O comunicador fala da maneira que o receptor melhor entende. Em um pa�s desigual como o nosso, a cada momento voc� fala com um p�blico. N�o posso falar 'juridiqu�s' com pessoas simples, que n�o receberam condi��es de compreender aquele linguajar. Tamb�m n�o posso falar 'n�s vai' ou 'n�s v�' em um tribunal, por exemplo", ponderou ele. ---------------------------