
Carlos Petrocilo - Folhapress
Sob vaias e aplausos, o presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou ao Santu�rio Nacional Aparecida (a 180 km de SP) na tarde desta ter�a-feira (12/10), acompanhado do seu ex-ministro de Infraestrutura e candidato ao Governo de S�o Paulo, Tarc�sio de Freitas (Republicanos).
Diante do alvoro�o que tomou conta do templo, o padre Eduardo Ribeiro, que conduzia a cerim�nia, pediu sil�ncio para dar in�cio � missa. Uma parte estava aplaudindo e chamando o presidente de "mito".
"Sil�ncio na bas�lica. Prepare o seu cora��o, viemos aqui para isso", afirmou o padre. Bolsonaro est� acompanhado de Marcos Pontes, Marcelo Queiroga Bia Kics.
No local, cat�licos celebram o Dia de Nossa Senhora Aparecida, fazem e pagam suas promessas.
Campanha x celebra��o religiosa
A visita do mandat�rio ao templo cat�lico � mais uma na maratona percorrida em busca de votos dos religiosos. Entre ter�a (4/10) at� esta quarta, Bolsonaro participou de dois cultos da igreja evang�lica Assembleia de Deus e usou o C�rio de Nazar�, uma das maiores celebra��es religiosas mais populares do pa�s, para fazer campanha.
Antes de desembarcar em Aparecida na tarde desta quarta, o presidente esteve pela manh� na inaugura��o de um templo da igreja evang�lica Mundial do Poder de Deus, do ap�stolo Valdemiro Santiago, em Belo Horizonte.
A apari��o do presidente deixou o arcebispo de Aparecida, dom Orlando Brandes, incomodado."N�o podemos julgar, mas precisamos ter uma identidade religiosa. Ou somos evang�licos ou somos cat�licos. Precisamos ser fi�is � nossa identidade cat�lica, mas seja qual for a inten��o vai ser bem recebido, porque � nosso presidente", afirmou dom Orlando � imprensa.
� a terceira vez em que Bolsonaro, na condi��o de presidente, visita o Santu�rio Nacional de Aparecida. Ele esteve antes em 2019 e 2021. No ano passado, dom Orlando fez alertas sobre o armamento da popula��o, o discurso de �dio e a propaga��o de fake news.
Com a pandemia de Covid em um momento mais cr�tico, dom Orlando tamb�m defendeu a ci�ncia e discursou sobre a import�ncia da vacina��o contra o coronav�rus.
No dia anterior � visita de Bolsonaro e Tarc�sio em Aparecida, a CNBB (Confer�ncia Nacional dos Bispos do Brasil) publicou uma nota na qual lamentou a "a intensifica��o da explora��o da f� e da religi�o como caminho para angariar votos no segundo turno".
O texto, por�m, n�o menciona o nome de nenhum candidato, nem Bolsonaro e nem Tarc�sio. "Momentos especificamente religiosos n�o podem ser usados por candidatos para apresentarem suas propostas de campanha e demais assuntos relacionados �s elei��es", diz a nota da CNBB.
Bolsonaro e Tarc�sio disputam o segundo turno, respectivamente, contra os petistas Luiz In�cio Lula da Silva e Fernando Haddad.
Desconforto com diocese
Em sua peregrina��o para se colocar com um candidato comprometido com os crist�os e as pautas conservadoras, Bolsonaro j� causou desconforto entre os integrantes da diocese. O Planalto informou � Folha de S.Paulo que ele participou da atividade como chefe de Estado.
Na Assembleia de Deus, o presidente e a primeira-dama Michelle Bolsonaro subiram ao p�lpito para falar aos fi�is, na capital paulista. Ele se diz cat�lico, e ela, que � evang�lica, n�o esteve em Aparecida nesta ter�a.
Tarc�sio tamb�m marcou presen�a nos cultos da Assembleia. Na ocasi�o, o presidente disse que � perseguido pela imprensa, institutos de pesquisas e por uma parcela do Judici�rio, al�m de fazer ataques ao candidato Lula. "N�o adianta termos uma Ferrari em casa se o motorista gosta de tomar uma cachacinha de vez em quando. Ele vai capotar a Ferrari", falou Bolsonaro.
Ap�s a missa, o presidente foi convidado para rezar um ros�rio na Bas�lica Antiga da cidade, organizado pelo Centro Dom Bosco, mas que n�o tem liga��o com o Santu�rio Nacional, administrado pelo arcebispo dom Orlando Bernardes.
"N�o � uma iniciativa nem do santu�rio nem da arquidiocese, mas as pessoas s�o livres", disse dom Orlando.
