
O principal problema levantado pelas duas pastas foi a baixa participa��o de eleitores no projeto-piloto do teste de integridade com biometria.
Em resposta, o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, disse que s� analisar� as sugest�es quando a Defesa e a CGU enviarem o relat�rio final da fiscaliza��o do pleito.
No of�cio entregue ao TSE, o Minist�rio da Defesa afirma que, para melhorar o projeto-piloto do teste de integridade com biometria no segundo turno, seria importante aumentar o n�mero de participantes.
"[Sugerimos] convidar todos os eleitores que comparecerem � se��o eleitoral, com o intuito de buscar fazer com que o n�mero de volunt�rios alcance, ou mesmo supere, o percentual de 82% do n�mero de eleitores registrados na respectiva se��o", disse o chefe da equipe de fiscaliza��o das For�as Armadas, coronel Marcelo Nogueira, no of�cio.
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Alinhada � Defesa, a CGU disse ao TSE que "foi verificada que apenas uma parcela pequena dos eleitores era abordada para participar do teste". A pasta ainda sugeriu melhorias na divulga��o do teste de integridade nas se��es eleitorais.
Em documento interno para assessorar Moraes na resposta, o secret�rio de Tecnologia da Informa��o do TSE, Julio Valente, respondeu que n�o � poss�vel garantir a participa��o de ao menos 82% do eleitorado porque o projeto-piloto do teste de integridade � volunt�rio.
"A sugest�o depende da ades�o do eleitorado, uma vez que a participa��o �, por defini��o, volunt�ria. Logo, n�o h� como de antem�o assegurar um determinado percentual m�nimo de ades�o", afirmou.
Valente ainda destacou o "pleno sucesso e completo �xito do teste de integridade, inclusive do Projeto-Piloto com Biometria, n�o ocorrendo nenhuma discrep�ncia".
Sobre o acesso ao Boletim de Urna, o secret�rio de TI diz que este j� � "integralmente cumprido". "T�o logo a vota��o em determinada se��o � encerrada, o respectivo BU � colocado � disposi��o na respectiva porta", concluiu.
Em resposta � CGU e � Defesa, Alexandre de Moraes ainda enviou um outro documento que comprova o "pleno sucesso e completo �xito do teste de integridade, inclusive do projeto-piloto com biometria".
A troca de of�cios entre Moraes e os ministros do governo Jair Bolsonaro (PL) � mais uma fase da nova tens�o que se gerou em torno da fiscaliza��o dos militares na elei��o deste ano.
Desde o fim do primeiro turno, as For�as Armadas t�m se negado a entregar os documentos sobre as etapas de fiscaliza��o que envolvem a checagem dos Boletins de Urna e o acompanhamento do teste de integridade.
O Minist�rio da Defesa defende que s� seja tornado p�blico o relat�rio final da fiscaliza��o, com a conclus�o das oito etapas previstas no plano de trabalho das For�as Armadas, com t�rmino previsto para 5 de janeiro de 2023.
Como a Folha de S.Paulo revelou, os militares n�o encontraram nenhum problema que pudesse prejudicar o resultado das elei��es.
Eles identificaram somente pequenas falhas, especialmente no teste de integridade. Os problemas, de acordo com os relatos, foram m�nimos e poderiam ensejar somente recomenda��es de aperfei�oamento ao TSE.
Segundo os relatos de militares que acompanharam o processo, houve casos de urnas desbloqueadas ap�s o representante da Justi�a Federal colocar tr�s vezes o dedo no leitor de biometria --o correto seria liberar ap�s quatro contatos.
No projeto-piloto do teste de integridade com biometria, os militares avaliaram que foram poucos os eleitores convidados para participar do processo, colocando suas digitais na urna para simular a vota��o.
Na totaliza��o, houve tamb�m o diagn�stico de que o TSE demorou mais que o esperado para disponibilizar os boletins de urna na internet, o que teria atrasado a an�lise dos dados no dia da elei��o.
O teste de integridade � uma fase de auditoria das urnas eletr�nicas feito no dia da elei��o. O objetivo � verificar se os votos computados na urna n�o sofrem altera��o no sistema e s�o enviados corretamente para a contagem do TSE.
Neste ano, 641 urnas foram submetidas ao teste. O TSE divulgou no �ltimo dia 6 que o resultado da auditoria nas urnas n�o encontrou nenhuma diverg�ncia e confirmou a lisura das elei��es.
J� o projeto-piloto do teste com biometria foi feito a partir de sugest�o do Minist�rio da Defesa. A principal diferen�a em rela��o ao modelo tradicional � que eleitos reais s�o chamados para desbloquear as urnas para vota��o com sua biometria.
O teste nesse molde ocorreu em 58 urnas em 19 estados e no Distrito Federal. Ao todo, 2.044 eleitores volunt�rios emprestaram seus dados para ativar o equipamento auditado. O n�mero representa 12,9% dos eleitores que compareceram as se��es em que foi feito o teste com a biometria.