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Estado de Minas ELEI��ES 2022

Lula e Bolsonaro travam 'guerra religiosa' pela Presid�ncia

Brasil tem maioria cat�lica e influ�ncia crescente de fi�is evang�licos; 59% dos eleitores consideram religi�o importante para decidir voto


27/10/2022 10:08 - atualizado 27/10/2022 11:34

Frei abençoa Lula em cerimônia religiosa em São Paulo
Frei aben�oa Lula em cerim�nia religiosa em S�o Paulo (foto: NELSON ALMEIDA / AFP)
Visitas a templos, fotos com padres, cartas a fi�is e uma chuva de desinforma��o: o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) est�o lutando de todas as formas poss�veis para conquistar o decisivo eleitorado crist�o �s v�speras do segundo turno, no domingo (30).

Os esfor�os para conquistar este voto, no que a imprensa chamou de uma "guerra religiosa", n�o s�o arbitr�rios.

No Brasil, com 215 milh�es de habitantes de maioria cat�lica, mas com uma influ�ncia crescente dos fi�is das igrejas evang�licas - um ter�o do eleitorado -, 59% consideram a religi�o importante para decidir o voto, segundo o instituto Datafolha.

"Trazer o debate para o campo da religi�o, de costumes, desloca a coisa para um campo onde eu posso aumentar mais facilmente a rejei��o do meu advers�rio com assuntos que apelam mais ao emocional", explicou � AFP Leandro Consentino, cientista pol�tico do Insper.

Bolsonaro, que est� em segundo lugar nas pesquisas de inten��o de voto, ainda que por uma pequena margem, conta com um apoio amplo dos evang�licos, um ativo que explorou durante sua campanha.

"A esquerda, o comunismo, n�o t�m compromisso com a vida, n�o nos respeitam", criticou Bolsonaro em alus�o a Lula, enquanto caminhava recentemente para o altar de uma igreja evang�lica lotada em S�o Paulo.

"Sei que voc�s nos dar�o a vit�ria no pr�ximo dia 30", discursou.

- O fator Michelle -

Bolsonaro e Tarcísio de Freitas oram na Catedral de Aparecida
Bolsonaro e Tarc�sio de Freitas oram na Catedral de Aparecida (foto: Caio GUATELLI / AFP)

O presidente, um cat�lico de 67 anos batizado no rio Jord�o pelo pastor Everaldo, tem 65% das inten��es de voto entre os evang�licos contra 31% de Lula, um apoio que manteve com a defesa da fam�lia tradicional e da b�blia, bem como a nomea��o de Andr� Mendon�a, um ministro "terrivelmente evang�lico" para o Supremo Tribunal Federal.

Em sua cruzada eleitoral, contou, ainda, com o apoio da esposa, Michelle, uma evang�lica devota, de voz af�vel, que viajou pelo pa�s para atrair o apoio religioso, definindo a disputa como uma batalha entre o "bem e o mal".

Sem esquecer o apoio de pastores conservadores influentes como Silas Malafaia, que a seus 10 milh�es de seguidores nas redes sociais diz que Lula � "mentiroso" e "cachaceiro".

Bolsonaro tampouco esqueceu dos cat�licos, entre os quais Lula lidera nas pesquisas de inten��o de voto (57% contra 37%), embora estes sejam menos coesos na hora de votar, segundo especialistas.

Em quatro dias, ele viajou ao Par� e a S�o Paulo para participar, respectivamente, do C�rio de Nazar� e das homenagens � Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, duas das maiores festas cat�licas do pa�s.

- "Fam�lia sagrada"-

Na reta final da campanha, Lula, de 77 anos, se esfor�ou em se aproximar dos evang�licos e desmentir informa��es falsas promovidas pela oposi��o, como a de que planeja fechar igrejas.

"A fam�lia para mim � coisa sagrada", afirmou Lula, entre solu�os, em ato recente com evang�licos, aos quais entregou uma carta de compromissos para assegurar o que vai garantir a liberdade de culto e que � contr�rio ao aborto.

Tamb�m se reuniu com pastores mais progressistas e participou de uma cerim�nia com um deles em S�o Paulo. Com os olhos fechados, as m�os cruzadas diante do corpo e cabisbaixo, ouviu um pastor negro elogi�-lo por n�o usar "artif�cios religiosos para enganar as pessoas".

- Explora��o da f� -

O foco do debate na agenda religiosa poderia significar uma vantagem para Bolsonaro com vistas ao segundo turno, avaliou Adriano Laureno, analista da consultoria Prospectiva.

"Bolsonaro levou a campanha para seu campo. Se estivesse sendo discutida a economia, provavelmente Lula estaria numa situa��o mais confort�vel", explicou Laureno.

O uso pol�tico da religi�o acabou exasperando a Confer�ncia Nacional de Bispos do Brasil (CNBB), que reprovou, sem citar nomes, a "explora��o da f� como caminho para angariar votos".

Segundo a imprensa, padres cat�licos foram repreendidos por seguidores do presidente em igrejas por falar de temas relacionados com a esquerda.


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