(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas ELEI��ES 2022

Advogado sobre tiroteio: 'Tarc�sio deve desculpas ao estado de S�o Paulo'

Marco Aur�lio de Carvalho � coordenador do grupo Prerrogativas, respons�vel por investigar candidato sobre tiroteio em Parais�polis


27/10/2022 12:37 - atualizado 27/10/2022 14:42

Na foto, Tarcísio de Freitas, candidato a governador de São Paulo, fala durante uma coletiva de imprensa em São Paulo, Brasil, em 17 de outubro de 2022
Para os advogados, h� ind�cios da pr�tica de crime de obstru��o da Justi�a (foto: MIGUEL SCHINCARIOL / AFP)
O advogado Marco Aur�lio de Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas, afirma que o ex-ministro Tarc�sio de Freiras (Republicanos), candidato ao governo de SP, “deve desculpas ao estado de S�o Paulo”, ap�s suspeitas envolvendo a visita dele a Parais�polis, na capital paulista.

 

O Prerrogativas apresentou na quarta (26) uma not�cia-crime ao Minist�rio P�blico de S�o Paulo pedindo investiga��o sobre a ordem de um integrante da equipe do candidato bolsonarista a um cinegrafista da Jovem Pan para que apagasse as imagens do tiroteio que interrompeu a visita do pol�tico � favela de Parais�polis. Para os advogados, h� ind�cios da pr�tica de crime de obstru��o da Justi�a.

 

O grupo tamb�m vai divulgar uma nota nesta quinta-feira (27) em que diz que o epis�dio exp�e “a deteriora��o irrevers�vel da candidatura do ex-ministro bolsonarista”.

 

E segue: “Trata-se de uma conduta sombria e mafiosa, adotada deliberadamente pela campanha de Tarc�sio de Freitas, em conluio com a Joven Pan e com servidores p�blicos da Abin (Ag�ncia Brasileira de Intelig�ncia), que est�o � disposi��o de sua seguran�a. S�o ocorr�ncias deplor�veis que n�o podem ser ignoradas de modo algum pelo eleitorado paulista”.

 

Para Marco Aur�lio de Carvalho, “nunca houve no estado uma elei��o t�o conturbada, t�o violenta e t�o cheia de mist�rios”. “Tarc�sio ser� muito bem-vindo caso decida morar em SP, mas o ato de se candidatar por um estado com o qual n�o tem v�nculo afetivo, social, cultural � uma verdadeira ousadia”, afirma ainda o advogado.

 

O Prerrogativas tamb�m entrou com uma representa��o no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo provid�ncias para que seja apurada a dissemina��o “consciente e volunt�ria” pelas campanhas de Tarc�sio e do presidente Jair Bolsonaro (PL) da informa��o de que o tiroteio tinha sido um atentado.

 

Tarc�sio estava na sede de um projeto social que inaugurou um polo universit�rio na favela quando um tiroteio entre policiais e suspeitos terminou com uma morte, no �ltimo dia 17.

Pedidos para apagar imagens  

O profissional da Jovem Pan, que pediu para n�o ser identificado, fazia imagens da campanha do postulante ao Governo de S�o Paulo. Ele e outros profissionais de imprensa foram levados em uma van da campanha a um pr�dio na zona sul usado pela equipe de Tarc�sio.

 

No local, segundo �udio obtido pela Folha, houve perguntas ao profissional sobre o que ele havia filmado e a ordem para que ele apagasse as imagens. "Voc� filmou os policiais atirando?", questiona um integrante da campanha. "N�o, trocando tiro efetivamente, n�o. Tenho tiro da PM pra cima dos caras", responde o cinegrafista.

 

O membro da campanha ainda pergunta se ele havia filmado as pessoas que estavam no local onde o evento com Tarc�sio foi realizado. "Voc� tem que apagar", diz o seguran�a.

 

A Folha de S.Paulo apurou, no entanto, que as imagens j� tinham sido enviadas � Jovem Pan. No momento logo ap�s o tiroteio, a emissora passou a exibir imagens do local do tiroteio, da a��o da pol�cia e da retirada �s pressas da equipe de Tarc�sio.

 

 

Procurada e informada sobre o teor da reportagem, a emissora se manifestou por meio de nota.

"A Jovem Pan exibiu todas as imagens feitas durante o tiroteio. O trabalho do cinegrafista permitiu que a emissora fosse a primeira a noticiar o ocorrido no local. N�o houve contato da campanha do candidato Tarc�sio com a dire��o da emissora com o intuito de restringir a exibi��o das imagens e, por consequ�ncia, o trabalho jornal�stico."

 

A Folha de S.Paulo enviou a transcri��o do �udio obtido � assessoria de Tarc�sio e questionou se a ordem do integrante da campanha n�o consistiria em apagar uma prova do caso, que ainda est� sob investiga��o pela Pol�cia Civil do estado de S�o Paulo.

 

 

Em resposta, a equipe do candidato disse que “um integrante da equipe perguntou ao cinegrafista se ele havia filmado aqueles que estavam no local e se seria poss�vel n�o enviar essa parte para n�o expor quem estava l�”.

 

A assessoria ainda disse que, durante a agenda, diversos ve�culos fizeram imagens da situa��o e as colocaram no ar. “Nunca houve nenhum impedimento por parte da campanha em rela��o a isso. Qualquer afirma��o que questione isso � uma mentira”, continuou a nota.

 

O caso foi utilizado politicamente pelo presidente e candidato � reelei��o, Jair Bolsonaro (PL), no hor�rio eleitoral veiculado no mesmo dia do epis�dio. “O candidato a governador de S�o Paulo Tarc�sio de Freitas e sua equipe foram atacados por criminosos em Parais�polis”, afirma o locutor da propaganda.

 

Tarc�sio, logo ap�s o ocorrido, postou no Twitter que sua campanha havia sido “atacada por criminosos”. Depois, disse que o caso foi um ato de intimida��o sem rela��o com pol�tica, mas com quest�o territorial.

 

Leia, abaixo, a �ntegra da nota do Prerrogativas:

 

"O grupo Prerrogativas, composto por juristas, docentes e profissionais do Direito, a par do conte�do da entrevista concedida pelo rep�rter-cinematogr�fico Marcos Andrade, demission�rio da R�dio Jovem Pan, ap�s ser pressionado por um integrante da campanha de Tarc�sio de Freitas a apagar imagens que fizera de um tiroteio em Parais�polis durante visita do candidato �quela comunidade no dia 17, vem expressar o seu posicionamento, denunciando a suma gravidade dos fatos, que exp�em a deteriora��o irrevers�vel da candidatura do ex-ministro bolsonarista ao governo do estado de S�o Paulo.

 

O que se colhe da referida entrevista � uma aterradora e crucial narrativa feita por um profissional de imprensa �ntegro e corajoso, cujo relato escancara, de um lado, assustadoras evid�ncias de manipula��o dolosa para fazer supor ter havido um fantasioso atentado contra o candidato, e de outro, ainda piores ind�cios de participa��o ativa de integrantes da campanha e de servidores p�blicos a ela ligados, para engendrar a ocorr�ncia do epis�dio propriamente dito, o que, se comprovado, assume um delet�rio car�ter criminoso e n�o apenas aniquila a credibilidade eleitoral de Tarc�sio, como tamb�m o implica na perpetra��o de atos premeditados de simula��o de confronto que deram margem � morte de uma pessoa.

 

O ass�dio il�cito sofrido pelo cinegrafista tinha o objetivo (consentido pela campanha e provavelmente pelo pr�prio candidato) de ocultar o envolvimento no tiroteio de indiv�duos � paisana e de membros da equipe de campanha. Assim se pretendeu conscientemente obstruir a elucida��o dos fatos, intento frustrado devido � atitude firme e honesta de Marcos Andrade. A apura��o plena dos acontecimentos j� havia motivado a apresenta��o de not�cia-crime pelo grupo Prerrogativas ao Minist�rio P�blico paulista. Mas diante dos termos expostos pelo rep�rter, que incluem pedido da campanha de Tarc�sio para que Marcos Andrade fosse despedido pela Jovem Pan, o que teria sido acatado pela empresa jornal�stica, salvo se ele aceitasse gravar um v�deo em apoio ao candidato, a hist�ria ganha contornos ainda mais tenebrosos.

 

Trata-se de uma conduta sombria e mafiosa, adotada deliberadamente pela campanha de Tarc�sio de Freitas, em conluio com a Joven Pan e com servidores p�blicos da Abin que est�o � disposi��o de sua seguran�a. S�o ocorr�ncias deplor�veis que n�o pode ser ignoradas de modo algum pelo eleitorado paulista, prestes a tomar uma decis�o relevante sobre os rumos da administra��o do estado nos pr�ximos quatro anos. Levando-se em conta as conclus�es trazidas pelo epis�dio de Parais�polis, a elei��o de Tarc�sio de Freitas representaria a degrada��o completa do governo de S�o Paulo, entregue �s pr�ticas criminosas e milicianas do bolsonarismo, que j� se fazem evidentes desde a campanha eleitoral.”


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)