
A dona da R�dio JM de Uberaba, L�dia Prata, considerou que a emissora ficou "no olho do furac�o" de uma forma "maldosa e cruel" na pol�mica sobre as inser��es eleitorais supostamente favor�veis � candidatura de Luiz In�cio Lula da Silva (PT), conforme den�ncia da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL).
A propriet�ria do ve�culo de comunica��o se manifestou por meio da coluna Alternativa, um dia depois da exonera��o de Alexandre Gomes Machado do cargo de assessor de gabiniete da Secretaria Judici�ria da Secretaria-Geral da Presid�ncia.
“V�rios ve�culos de comunica��o, inclusive de Uberaba, noticiaram a consulta que a R�dio JM fez ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ao sabor de suas conveni�ncias, com o deplor�vel tempero do f�gado”, escreveu Prata, que � jornalista e advogada.
Ao se explicar sobre o fato de o ex-servidor declarar � PF que recebeu um e-mail da r�dio JM, no qual a emissora admite que de 7 a 10 de outubro havia deixado de repassar em sua programa��o 100 inser��es de Bolsonaro, L�dia Prata escreveu o seguinte:
“No primeiro turno das elei��es, partidos e coliga��es enviavam a programa��o dos comerciais dos candidatos para serem divulgadas nas emissoras de r�dio. Por�m, no 2º turno, essa hist�ria mudou e essa programa��o deixou de ser enviada por email pela campanha do PL".
"Ao perceber o fato, a R�dio JM tomou a iniciativa de acionar a Justi�a Eleitoral para saber como deveria proceder em rela��o aos comerciais n�o divulgados. Da mesma forma, entrou em contato com a campanha do PL, questionando os motivos pelos quais o material n�o estava chegando aqui. Resultado: a campanha do PL restabeleceu o envio do material, de imediato. Mas o TSE n�o respondeu � consulta sobre como a emissora deveria proceder.
Faltando uma semana para o fim da propaganda eleitoral e temendo consequ�ncias pela despropor��o dos comerciais das duas campanhas, a R�dio JM fez consulta por escrito ao TSE, reiterando o pedido de ORIENTA��O sobre como fazer. At� agora NENHUMA RESPOSTA”.
Ainda segundo a jornalista e advogada, “uma simples consulta se transformou num debate pol�tico dessa natureza, gerando uma discuss�o sem p� nem cabe�a, e colocando a emissora numa posi��o altamente desconfort�vel".
"Veja como s�o as coisas: se voc� pergunta o que deve fazer, porque quer fazer o que � certo, acaba sendo “massacrado” pela opini�o p�blica. Ser� que daqui pra frente devemos “esconder” os erros, camuflar os equ�vocos, mentir? Estou sinceramente em d�vida sobre quais os valores que prevalecem hoje e prevalecer�o no Brasil daqui pra frente, porque aprendi em casa que “quem fala a verdade n�o merece castigo”. Mas, na pr�tica, parece que essa m�xima j� n�o vale mais…”, finalizou.
A dire��o da emissora citada por Machado j� publicou nas redes sociais presen�as em eventos que apoiam a reelei��o de Bolsonaro. Em um de seus �ltimos posts no Instagram, L�dia Prata esteve em encontro com a primeira-dama Michelle Bolsonaro em Uberaba.
Confira a nota da R�dio JM
“A prop�sito das informa��es veiculadas nesta quarta-feira, a R�DIO JM FM, de Uberaba, Minas Gerais, vem a p�blico esclarecer o seguinte:
1) Desde o in�cio da propaganda eleitoral do 1º Turno, a R�dio JM vinha recebendo diretamente dos partidos e coliga��es os mapas de m�dia e respectivos materiais para veicula��o na programa��o di�ria da emissora.
2) Todavia, no in�cio do segundo turno das elei��es presidenciais, os mapas e materiais de uma das campanhas deixaram de ser enviados. Tal fato foi detectado no dia 10 de outubro, oportunidade em que a emissora questionou a Justi�a Eleitoral, por telefone, solicitando orienta��o sobre as medidas a serem adotadas. Da mesma forma, a emissora acionou o Partido Liberal, expondo a quest�o e pedindo que os mapas e materiais voltassem a ser encaminhados por email, a exemplo do que ocorreu no 1º Turno. Essa provid�ncia foi, ent�o, adotada pelo Partido Liberal.
3) Faltando uma semana para o t�rmino das elei��es, e diante da aus�ncia de orienta��o da Justi�a Eleitoral sobre eventual necessidade de reposi��o das inser��es n�o veiculadas, a emissora houve por bem formalizar a consulta ao egr�gio Tribunal Superior Eleitoral, reiterando por escrito o PEDIDO DE ORIENTA��O sobre como deveria proceder, se repondo as inser��es que faltaram e de que forma. No entanto, at� a presente data a emissora n�o obteve a resposta que busca desde o dia 10 de outubro, infelizmente.
Lamentamos que o assunto tenha motivado um debate pol�tico acirrado e absolutamente desproporcional sobre um questionamento que poderia ter sido resolvido com a simples resposta pedida pela emissora, que assim o fez baseada no princ�pio da boa-f� e transpar�ncia, sempre no prop�sito de defesa da democracia e de seus ideais, bem como na inten��o de sempre bem informar os eleitores, de forma correta e com a lisura que caracteriza sua atua��o nas comunica��es do pa�s.
Desde 2010 a R�dio JM sempre recebeu e veiculou a propaganda eleitoral gratuita, mantendo relacionamento cordial com todos os partidos e cumprindo fielmente a legisla��o eleitoral em todos os seus termos. N�o h� hist�rico, em elei��es pret�ritas, de qualquer problema da emissora com a Justi�a Eleitoral ou com partidos e coliga��es. Pelo contr�rio, a emissora sempre recorreu � Justi�a Eleitoral em busca de informa��es e esclarecimentos quando necess�rios, sem passar pelo constrangimento a que ora est� exposta, desnecessariamente.
Por fim, a R�dio JM se coloca � disposi��o da Justi�a Eleitoral, dos partidos e coliga��es, e a todos os �rg�os de transpar�ncia que comp�em a Miss�o de Observa��o Eleitoral Nacional (MOE), para os esclarecimentos que se fizerem necess�rios”.
Entenda o caso
A campanha de Bolsonaro entregou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um relat�rio acompanhado de um link p�blico do Google Drive com acesso a uma planilha de hor�rios que comprovaria que oito emissoras de r�dios teriam reproduzido mais inser��es a favor do candidato Luiz In�cio Lula da Silva (PT) do que do presidente.
Entre as citadas est�o as r�dios Bispa FM e Hits FM, de Recife (PE); Clube FM, de Santo Ant�nio de Jesus (BA); Povo FM, de Feira de Santana (BA); Viva Voz, de V�rzea da Ro�a (BA); Povo FM, de Po��es (BA); Integra��o FM, de Surubim (PE); e Extremo Sul FM, de Itamaraju (BA).
Na segunda-feira (24/10), F�bio Faria, ministro das Comunica��es, disse que o presidente teve 154 mil inser��es de r�dio a menos que Lula nas �ltimas duas semanas.
Contudo, o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, negou o pedido da campanha de Bolsonaro (PL) para investigar eventuais irregularidades. Para ele, os dados apresentados pela equipe do presidente s�o inconsistentes.
Contudo, o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, negou o pedido da campanha de Bolsonaro (PL) para investigar eventuais irregularidades. Para ele, os dados apresentados pela equipe do presidente s�o inconsistentes.
Moraes acionou Augusto Aras, Procurador-Geral Eleitoral, para averiguar "poss�vel cometimento de crime eleitoral com a finalidade de tumultuar o segundo turno do pleito", al�m de eventual desvio de finalidade no uso do Fundo Partid�rio para a contrata��o de auditoria pela campanha do presidente. O caso foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) no inqu�rito sobre a atua��o de "m�licia digital" que atenta contra a democracia.
Em pronunciamento � imprensa nessa quarta-feira (26), em Bras�lia, Bolsonaro prometeu recorrer da decis�o proferida por Alexandre de Moraes. "Com toda a certeza, nosso jur�dico deve entrar com recurso, j� que foi para o Supremo Tribunal Federal. N�s vamos �s �ltimas consequ�ncias, dentro das quatro linhas da Constitui��o para fazer valer aquilo que nossas auditorias constataram, um enorme desequilibro no tocante as inser��es".
Em pronunciamento � imprensa nessa quarta-feira (26), em Bras�lia, Bolsonaro prometeu recorrer da decis�o proferida por Alexandre de Moraes. "Com toda a certeza, nosso jur�dico deve entrar com recurso, j� que foi para o Supremo Tribunal Federal. N�s vamos �s �ltimas consequ�ncias, dentro das quatro linhas da Constitui��o para fazer valer aquilo que nossas auditorias constataram, um enorme desequilibro no tocante as inser��es".