
A rela��o do PT e do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva com governos considerados autorit�rios na Am�rica Latina, como os de Cuba, Venezuela e Nicar�gua, tem sido fortemente explorada na campanha presidencial por seu advers�rio, o presidente Jair Bolsonaro (PL).
De outro lado, cr�ticos do atual mandat�rio o acusam de hipocrisia nesses ataques a Lula, j� que seu governo priorizou o relacionamento com pa�ses que n�o s�o considerados democr�ticos, como o regime de extrema direita da Hungria ou a monarquia absolutista da Ar�bia Saudita.
Esses cr�ticos de Bolsonaro dizem ainda que seu governo tem flertado com medidas autorit�rias t�picas de ditaduras, como o desejo de ampliar o n�mero de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para conseguir maioria favor�vel na Corte, uma medida que foi adotada tanto na Venezuela como na Hungria.
Entenda melhor a seguir a rela��o de Lula e Bolsonaro com governos considerados autorit�rios e que riscos isso representaria em um novo governo do petista ou em um segundo mandato do atual presidente.
Lula, PT e as ditaduras de esquerda
"Se o PT voltar, o Brasil vai virar uma Venezuela" - essa ideia de que o Brasil viraria uma ditadura e entraria numa severa crise econ�mica e social, como o pa�s comandando por Nicol�s Maduro, caso o partido de Lula volte ao poder no Brasil, tem sido repetida com insist�ncia por Bolsonaro e seus apoiadores desde a disputa de 2018, em que o atual presidente derrotou no segundo turno o candidato petista, Fernando Haddad.
Na elei��o desse ano, a "amea�a venezuelana" tem sido acompanhada da "amea�a nicaraguense", ou seja, o discurso bolsonarista de que Lula adotaria em seu governo medidas semelhantes �s do governo autorit�rio de Daniel Ortega, que comanda o pa�s desde 2007 e tem perseguido diversos grupos opositores, inclusive cat�licos.
A a��o do governo nicaraguense contra o segmento religioso se intensificou a partir de 2018, quando a Igreja Cat�lica protegeu manifestantes que foram duramente reprimidos pelo governo em atos contra a reforma previdenci�ria, epis�dio que deixou centenas de mortos no pa�s. Desde ent�o, diversos integrantes da Igreja foram obrigados a deixar a Nicar�gua, como N�ncio Apost�lico, o equivalente da Igreja Cat�lica a um embaixador. J� o bispo Rolando �lvarez, importante voz cr�tica ao regime de Ortega, foi preso.
A campanha de Bolsonaro tem usado o exemplo nicaraguense para dizer que Lula pretende reprimir a liberdade de culto e fechar igrejas no Brasil.
No entanto, n�o h� nada que comprove a acusa��o de que Lula e o PT perseguiriam cat�licos ou outros grupos religiosos, como os evang�licos.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), inclusive, determinou em 18 de outubro que Twitter e Instagram removessem posts de aliados de Bolsonaro com esse teor. A decis�o atingiu postagens dos deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Carla Zambelli (PL-SP) e do ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida.
"As publica��es transmitem de forma intencional e maliciosa mensagem de que o candidato Luiz In�cio Lula da Silva � aliado pol�tico do ditador da Nicar�gua Daniel Ortega e, por consequ�ncia, apoia e consente com os il�citos por ele praticados, como a persegui��o de crist�os e a tortura", diz trecho da decis�o do ministro Paulo de Tarso Sanseverino.
Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil ressaltam que o hist�rico de governos do PT n�o mostra qualquer tend�ncia do partido para a��es autorit�rias, como as adotadas em pa�ses como Nicar�gua, Venezuela e Cuba, por exemplo.
Por outro lado, dizem, a falta de um cr�tica dura de Lula e seu partido a abusos desses governos acaba sendo explorada pela campanha bolsonarista.
"O PT tem um hist�rico, desde os anos 80, de liga��o com partidos da esquerda mais moderada de outros pa�ses, que adotam uma agenda semelhante de apoio a agendas progressistas e a pol�ticas de redistribui��o de renda na Am�rica Latina", afirma Denilde Oliveira Holzhacker, professora de rela��es internacionais da ESPM-SP.
"S� que, por outro lado, os l�deres do PT sempre tiveram dificuldade em questionar essa ala da esquerda latino americana autorit�ria. E essa ambiguidade, essa dificuldade em se posicionar frente a esses governos, tem sido explorada pelos grupos bolsonaristas e, principalmente, pela campanha do Bolsonaro agora", acrescenta ela.
Na caso da Nicar�gua, por exemplo, o PT tem um hist�rico de boa rela��o com Ortega devido a sua lideran�a na Revolu��o Sandinista, um movimento popular de esquerda que em 1979 derrubou a ditadura dos Somoza, fam�lia que governou o pa�s por mais de 35 anos. Ortega foi eleito presidente pela primeira vez em 1984 e governou at� 1990 sob forte oposi��o dos Estados Unidos, que apoiavam os Somoza.
Ap�s ser eleito novamente em 2007, passou e a governar de forma autorit�ria e conseguiu alterar as regras do pa�s para permitir a reelei��o indefinida.
Em 2021, ganhou um quarto mandato, mas o processo eleitoral foi duramente criticado pela comunidade internacional, que o classificou como "antidemocr�tico", "ileg�timo" e "sem credibilidade". Mais de 30 l�deres da oposi��o foram presos, incluindo sete candidatos presidenciais que n�o puderam concorrer.
Lula j� se manifestou em defesa da democracia na Nicar�gua, mas ele e seu partido n�o fizeram rep�dios mais duros � ditadura de Ortega.
"Se eu pudesse dar um conselho ao Daniel Ortega, daria a ele e a qualquer outro presidente: n�o abra m�o da democracia, n�o deixe de defender a liberdade de imprensa, de comunica��o, de express�o, porque isso � o que favorece a democracia", disse em agosto do ano passado em entrevista a um canal mexicano.
Por�m, em novembro de 2021, o PT divulgou uma nota celebrando a terceira reelei��o de Ortega, assinada por Romenio Pereira, secret�rio de Rela��es Internacionais da legenda. No texto, a legenda classifica o pleito como "uma grande manifesta��o popular e democr�tica" e diz que o resultado confirma "o apoio da popula��o a um projeto pol�tico que tem como principal objetivo a constru��o de um pa�s socialmente justo e igualit�rio.
Logo depois, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, desautorizou a nota e refor�ou a posi��o do partido pela democracia em um post no Twitter, mas sem cr�ticas diretas a Ortega.
"Nota s/ elei��es na Nicar�gua � foi submetida � dire��o partid�ria. Posi��o PT em rela��o qq pa�s � defesa da autodetermina��o dos povos, contra interfer�ncia externa e respeito � democracia, por parte de governo e oposi��o. Nossa prioridade � debater o Brasil c/ o povo brasileiro", tuitou Hoffmann.
Nota s/ elei��es na Nicar�gua � foi submetida � dire��o partid�ria. Posi��o PT em rela��o qq pa�s � defesa da autodetermina��o dos povos, contra interfer�ncia externa e respeito � democracia, por parte de governo e oposi��o.Nossa prioridade � debater o Brasil c/ o povo brasileiro
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) November 10, 2021Por outro lado, a presidente do PT endossou outras declara��es do partido favor�veis aos regimes de Venezuela e Cuba, ambos pa�ses em que h� d�cadas n�o h� altern�ncia de poder e cujos governos s�o acusados de perseguir a oposi��o.
No caso cubano, o partido emitiu uma nota apoiando a vers�o do governo, que desqualificava os protestos da oposi��o realizados no ano passado como se fossem atos promovidos pelos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, o PT se calou sobre den�ncias de abusos na repress�o aos manifestantes.
Segundo a organiza��o de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch, os protestos pac�ficos foram reprimidos com pris�es abusivas. "Na maioria dos casos documentados, as pessoas detidas foram mantidas incomunic�veis por dias, semanas e, �s vezes, meses, sem poder telefonar ou receber visitas de seus familiares ou advogados. Algumas foram espancadas, for�adas a agachar-se nuas ou submetidas a maus-tratos, incluindo priva��o de sono e outros abusos que, em alguns casos, constituem tortura", diz uma relat�rio da organiza��o.
Segundo o professor de Hist�ria Contempor�nea da USP Lincoln Secco, que h� muitos anos acompanha de perto o PT, dois elementos explicam a proximidade que o partido mant�m historicamente com for�as de esquerda de outros pa�ses.
Ele explica que o PT segue a tradi��o da esquerda internacionalista, que entende que os trabalhadores de diferentes pa�ses n�o t�m apenas interesses locais, mas convergem em sua resist�ncia contra a explora��o das classes dominantes em diferentes pa�ses.
"Ent�o, � normal que os partidos sociais-democratas, comunistas, socialistas, trabalhistas tenham v�nculos internacionais", ressalta Secco.
Um segundo aspecto, nota o professor, � o fato de que as esquerdas na Am�rica Latina se orientam historicamente pelo anti-imperialismo.
"E o anti-imperialismo acaba tamb�m fazendo com que o partido tenha uma pol�tica externa de v�nculo com outros povos que ele julga que est�o combatendo o mesmo inimigo, que seriam os Estados Unidos, principalmente quando eles interv�m em outros pa�ses ou apoiam golpes de Estado", acrescenta.
Segundo Secco, embora em seu in�cio o PT tivesse correntes revolucion�rias, de vi�s marxista ou socialista, "o partido caminhou para a defesa da democracia como um valor universal". Por outro lado, a legenda tamb�m se guia pelo princ�pio da "autodetermina��o dos povos", que preconiza que n�o se deve interferir em quest�es internas de outras na��es.
� uma vis�o que fica clara na resposta que Lula deu a Bolsonaro no debate da TV Bandeirantes, quando foi questionado sobre Nicar�gua: "Quem acha que � imprescind�vel, insubstitu�vel come�a a nascer um ditador. Ent�o se o Daniel Ortega est� errando, o povo da Nicar�gua que puna o Daniel Ortega, se o Maduro est� errando, o povo que puna; porque voc� quem vai punir � o povo brasileiro, dia 30 de outubro, se prepare", disse o petista.
Para o historiador, embora a falta de cr�ticas duras do PT a governos autorit�rios de esquerda abra espa�o para cobran�as contra o partido, o hist�rico dos governos petistas mostra que um nova administra��o de Lula n�o representa riscos a democracia.
"O PT j� governou o Brasil em quase quatro mandatos consecutivos e ele j� deu provas suficientes de que � um partido da ordem democr�tica, n�o um partido que contesta essa ordem dentro do Brasil", diz Secco.
O ex-presidente conseguiu formar uma ampla alian�a contra Bolsonaro nesta elei��o porque antigos advers�rios do PT veem sua vit�ria como uma defesa da democracia. � o caso da senadora Simone Tebet (MDB), que ficou em terceiro lugar no primeiro turno presidencial, e de Geraldo Alckmin (PSB), candidato a vice-presidente na chapa de Lula.
Bolsonaro e as ditaduras de extrema-direita
Ao mesmo tempo que ataca Lula e o PT pela rela��o com governos autorit�rios de esquerda, Jair Bolsonaro priorizou em sua pol�tica externa outras na��es comandadas por l�deres antidemocr�ticos.
O atual presidente entrou em conflito direto com na��es democr�ticas com as quais o Brasil tinha um hist�rico de boa rela��o, como Fran�a, Alemanha e Noruega, devido a press�es que sofreu desses governos para fortalecer a preserva��o da Amaz�nia. Por outro lado, estreitou rela��es com a Hungria, cujo primeiro-ministro Viktor Orb�n, foi um dos poucos l�deres europeus presentes em sua posse, em 2019.
Desde que chegou ao poder, em 2010, Orb�n, vem acumulando poderes por meio de uma guinada autorit�ria que come�ou no Judici�rio e no Legislativo, avan�ou para a imprensa e chegou �s escolas. Em pouco mais de uma d�cada, o primeiro-ministro trocou centenas de ju�zes das cortes h�ngaras por aliados, alterou a lei eleitoral para beneficiar seu partido, transformou centenas de jornais independentes em m�quinas de propaganda do Estado e chegou a reimprimir livros did�ticos de Hist�ria com conte�do considerado xenof�bico.

Na avalia��o de Kim Lane Scheppele, professora de sociologia e rela��es internacionais na Universidade de Princeton, nos EUA, Orb�n chama aten��o da ultradireita por ter conseguido incorporar uma esp�cie de "ditador do s�culo 21", que corr�i as institui��es democr�ticas por dentro, muitas vezes de forma discreta, por meio da lei.
A fam�lia Bolsonaro v� a Hungria de Orb�n n�o s� como aliada, mas como um exemplo a ser seguido. O presidente, que adiou a visita que pretendia fazer em 2020 devido � pandemia de covid-19, esteve no pa�s em fevereiro deste ano.
"Acredito na Hungria e no prezado Orb�n, que eu trato praticamente como um irm�o, dadas as afinidades que n�s temos na defesa dos nossos povos e na integra��o dos mesmos", disse Bolsonaro na ocasi�o.
J� o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) foi recebido pelo primeiro-ministro H�ngaro em Budapeste em abril de 2019. Em junho deste ano, o segundo filho do presidente realizou a palestra "Hungria, exemplo a ser seguido" durante a confer�ncia conservadora CPAC Brasil 2022, em que elogiava as pol�ticas de Orb�n.
Uma das pol�ticas de Orb�n que Bolsonaro tem cogitado tentar implementar no Brasil � a interfer�ncia na Suprema Corte.
O primeiro-ministro h�ngaro aumentou o total de ju�zes do Tribunal Constitucional de 11 para 15 e indicou todos os ocupantes das quatro novas cadeiras. Proposta semelhante j� foi abertamente defendida por aliados do presidente, como o vice-presidente Hamilton Mour�o, eleito senador, e o atual l�der do governo na C�mara, deputado Ricardo Barros (PP).
"J� chegou essa proposta para mim e eu falei que s� discuto depois das elei��es. Eu acho que o Supremo exerce um ativismo judicial que � ruim para o Brasil todo", respondeu Bolsonaro, sem descartar a ideia, ao ser questionado sobre o tema no in�cio de outubro.
Segundo a professora Denilde Holzhacker, a pol�tica externa brasileira tem um compromisso com a promo��o da democracia no mundo, desde a redemocratiza��o do pa�s nos anos 80. Na sua vis�o, o governo Bolsonaro se afastou desse princ�pio ao priorizar uma alian�a ideol�gica com na��es governadas pela extrema-direita, como Hungria e Pol�nia.
"O argumento de Bolsonaro de que esse relacionamento se d� por pragmatismo � bastante fraco quando a gente olha que s�o pa�ses em que o Brasil n�o tem um grande relacionamento econ�mico e sim porque h� uma afinidade de agenda e de posi��es ideol�gicas", afirma.
Persegui��o aos crist�os na aliada Ar�bia Saudita
A boa rela��o estabelecida pela fam�lia Bolsonaro com o governo da Ar�bia saudita � outro foco de cr�ticas. A na��o foi estabelecida em 1932 pelo rei Abd-al-Aziz, que tomou a prov�ncia de Hejaz da fam�lia Hashemita e uniu o pa�s em torno de seu governo familiar. Desde sua morte, em 1953, ele foi sucedido por v�rios de seus filhos.
Acompanhado do filho Eduardo Bolsonaro, o presidente se reuniu com Mohammed bin Salman, pr�ncipe herdeiro da Ar�bia Saudita, durante o encontro do G20 no Jap�o, em junho de 2019, e depois visitou o pa�s no final daquele ano, com o argumento de atrair investimentos sauditas para o Brasil.
"Temos uma reuni�o de neg�cios hoje � tarde. Todo mundo gostaria de passar uma tarde com um pr�ncipe. Especialmente voc�s mulheres, n�? Tenho uma certa afinidade com o pr�ncipe. Em especial depois do encontro em Osaka", disse Bolsonaro, a jornalistas, na visita ao pa�s.
Enquanto a fam�lia presidencial brasileira denuncia a persegui��o aos cat�licos na Nicar�gua, fecha os olhos para a opress�o ainda mais severa que esse grupo religioso sofre na na��o aliada.
Segundo a organiza��o crist� internacional Portas Abertas, a Ar�bia Saudita � o 11° pa�s do mundo com maior persegui��o a crist�os. A Nicar�gua n�o aparece na lista, que anualmente detalha os cinquenta pa�ses com pior grau de opress�o a esse segmento religioso.
De acordo com o �ltimo relat�rio da organiza��o, na Ar�bia Saudita "crist�os estrangeiros s�o impedidos de compartilhar a f� e se reunir para adora��o" e "qualquer a��o fora da norma pode levar a deten��o e deporta��o". A Portas Abertas diz ainda que "as fontes de persegui��o aos crist�os na Ar�bia Saudita s�o: oficiais do governo, l�deres de grupos �tnicos, l�deres religiosos n�o crist�os, cidad�os e quadrilhas, parentes, grupos religiosos violentos".
A repress�o n�o se limita aos crist�os, mas atinge qualquer voz cr�tica ao governo, segundo a Human Rights Watch: "As autoridades sauditas em 2021 realizaram pris�es, julgamentos e condena��es arbitr�rias de dissidentes pac�ficos. Dezenas de defensores e ativistas de direitos humanos continuaram a cumprir longas penas de pris�o por criticar autoridades ou defender reformas pol�ticas e de direitos", diz o relat�rio de 2022 da organiza��o.
"A Ar�bia Saudita anunciou reformas importantes e necess�rias em 2020 e 2021, mas a repress�o cont�nua e o desprezo pelos direitos b�sicos s�o as principais barreiras ao progresso. A repress�o quase total da sociedade civil independente e vozes cr�ticas impede as chances de sucesso dos esfor�os de reforma", afirma ainda o documento.
Entre os crimes cometidos pelo governo saudita contra seus cr�ticos, ganhou especial notoriedade o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi em outubro de 2018, dentro do consulado da Ar�bia Saudita em Istambul, na Turquia.
A Ar�bia Saudita � um regime tradicional que est� passando por reformas modernizantes e dando passos graduais rumo a mais liberdade e mais coexist�ncia pac�fica com outras cultura e religi�es.
Tenho orgulho de apoiar nossos aliados nesse processo de abertura e moderniza��o. https://t.co/DTNARtcu4E
Um tribunal saudita condenou cinco pessoas � morte e prendeu outras tr�s no final de 2019 pelo assassinato do jornalista, num julgamento classificado pela relatora especial da ONU Agnes Callamard como "farsa". Ela havia pedido que o pr�ncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman fosse investigado pelo crime.
Ele sempre negou qualquer envolvimento com o assassinato. Em outubro, no entanto, pr�ncipe Salman disse que assumia, pelo crime, "total responsabilidade como l�der na Ar�bia Saudita, principalmente porque foi cometido por indiv�duos que trabalham para o governo saudita".
Cobrado no Twitter por sua proximidade com um l�der que enfrenta duras acusa��es, Eduardo Bolsonaro defendeu a alian�a com o Ar�bia Saudita.
"A Ar�bia Saudita � um regime tradicional que est� passando por reformas modernizantes e dando passos graduais rumo a mais liberdade e mais coexist�ncia pac�fica com outras cultura e religi�es. Tenho orgulho de apoiar nossos aliados nesse processo de abertura e moderniza��o", tuitou em mar�o de 2021.
- Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/brasil-63433048