
Horas ap�s a determina��o do ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para que n�o fosse feita nenhuma opera��o nas rodovias do pa�s com foco em transporte p�blico de passageiros, o diretor-geral da Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF) publicou um of�cio orientando aos superintendentes da corpora��o em sentido oposto.
No texto, Silvinei Vasques orienta aos superintendentes da corpora��o que a��es "n�o conflitantes" com a decis�o deveriam "seguir seu curso natural".
Sem se ter uma defini��o do que seriam essas a��es conflitantes, hoje foram registrados e publicados em redes sociais diversos relatos de opera��es realizadas pela PRF em �nibus de passageiros. Muitos deles em �reas rurais do Nordeste e que segundo publicado em redes sociais, "impediam ou atrasavam a ida de eleitores a seus locais de vota��o".
De acordo com policiais rodovi�rios federais ouvidos pela BBC News Brasil, o of�cio enviado pelo diretor da PRF permitiu com que os policiais ficassem "� vontade para fiscalizar o que quiserem"."E manteve as centenas de convoca��es extras, saturando as rodovias de policiais. Foi uma manobra para transferir a responsabilidade para os policiais da pista para n�o ser acusado de desobedi�ncia", afirmou uma policial rodovi�ria federal da regi�o Sul que pediu para n�o ser identificada.
Outro policial que atua em Bras�lia afirmou que os policiais, n�o apenas da capital federal, mas tamb�m de outros Estados, "fizeram vistas grossas" para o comunicado e mantiveram as opera��es sob o argumento de que "era algo previsto no C�digo de Tr�nsito Brasileiro" para evitar infra��es e acidentes.
"Como ficou todo mundo na d�vida, (o of�cio) virou uma carta branca. Todo mundo fez o que quis porque nada ficou claro,. Aconteceram muitas arbitrariedades. S� n�o sei a dimens�o disso", afirmou o policial de Bras�lia.
O of�cio de Silvinei Vasques foi enviado de madrugada e previu que a ordem do TSE fosse respeitada.

"Por fim, reafirmo o compromisso da PRF com o fortalecimento da seguran�a P�blica Nacional, quer seja na prote��o das vidas, na preserva��o dos patrim�nios p�blicos e privados e na garantia da mobilidade nas rodovias e estradas federais e nas demais �reas de interesse da Uni�o, raz�o pela qual a OPERA��O ELEI��ES 2022, nas a��es n�o conflitantes com a decis�o proferida pelo TSE na PETI��O C�VEL (241) Nº 0601800-39.2022.6.00.0000 (PJe) - BRAS�LIA - DISTRITO FEDERAL, deve seguir o seu curso natural at� o dia 1º de novembro de 2022, com o Debriefing das a��es do 2º turno", afirmou o diretor da PRF.
No entanto, policiais entrevistados pela reportagem disseram que foram feitas diversas opera��es "de maneira seletiva" em diferentes partes do pa�s.
Policiais disseram ainda que os superintendentes argumentam que mantiveram as opera��es porque n�o sabiam da decis�o do presidente do TSE e em receberam o of�cio do diretor-geral.
Em entrevista coletiva na tarde desde domingo (30/10), o ministro Alexandre de Moraes disse que n�o houve nenhum preju�zo no direito de voto.
Ele afirmou que "em nenhum momento (os �nibus), retornaram � origem. Ou seja, eles prosseguiram at� o destino final e os eleitores que estavam sendo transportados votaram". E afirmou ainda que o per�odo de vota��o n�o ser� estendido por conta das opera��es nas rodovias.
- Este conte�do foi publicado originalmente em https://www.bbc.com/portuguese/brasil-63450698