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Estado de Minas ELEI��ES 2022

Lula enfrenta mandato complicado e o primeiro desafio � o sil�ncio de Bolsonaro

Consciente dos desafios que enfrentar� ao voltar ao Pal�cio do Planalto, Lula reconheceu que governar� "em uma situa��o muito dif�cil"


31/10/2022 07:00 - atualizado 31/10/2022 10:00

Lula olha para o alto
Lula agora precisa mirar os problemas que ir� enfrentar no novo governo (foto: EVARISTO SA / AFP)
O presidente eleito Luiz In�cio Lula da Silva come�a nesta segunda-feira (31) a enfrentar os desafios que ter� para governar pela terceira vez o Brasil, um pa�s dividido, mas o primeiro problema � o sil�ncio do presidente derrotado no segundo turno, Jair Bolsonaro.

Os brasileiros ainda n�o ouviram uma mensagem do presidente de extrema-direita, que n�o se pronunciou publicamente ap�s o an�ncio dos resultados nem fez uma liga��o telef�nica para Lula.

A vit�ria do pol�tico de esquerda estabeleceu sua "ressurrei��o" pol�tica, como o pr�prio Lula, de 77 anos, descreveu sua volta ao poder.
O l�der do Partido dos Trabalhadores (PT) derrotou Bolsonaro por uma margem apertada, com 50,9% dos votos contra 49,1% do atual presidente, de 67 anos.

Consciente dos desafios que enfrentar� a partir de 1º de janeiro de 2023, quando retornar� ao Pal�cio do Planalto, Lula reconheceu em seu discurso ap�s a vit�ria que governar� "em uma situa��o muito dif�cil".

"Mas tenho f� que, com a ajuda do povo, n�s vamos encontrar uma sa�da para que esse pa�s volte a viver democraticamente, harmonicamente. E a gente possa inclusive restabelecer a paz entre as fam�lias, os divergentes, para que a gente possa construir o mundo que n�s precisamos".

- Oposi��o "forte" -

Bolsonaro permanece em sil�ncio no Pal�cio da Alvorada, resid�ncia oficial em Bras�lia. Durante a campanha, ele divulgou mensagens contradit�rias sobre o reconhecimento de uma eventual derrota.

Apenas alguns aliados do presidente no Congresso admitiram a derrota nas redes sociais, �rea em que o bolsonarismo est� em atividade permanente.

"Estou metade alegre e metade preocupado porque a partir de amanh� eu tenho que come�ar a me preocupar em como a gente vai come�ar a governar o pa�s. Eu preciso saber se o presidente que n�s derrotamos vai permitir uma transi��o para que a gente tome conhecimento das coisas", afirmou Lula no domingo � noite.

A transi��o pode representar um desafio para Lula, explicou Paulo Calmon, professor de Ci�ncia Pol�tica da Universidade de Bras�lia.

"Lula deve ter cuidado, primeiro com um "terceiro turno': com qualquer desafio que Bolsonaro e seus aliados possam criar, como (Donald) Trump nos Estados Unidos, para deslegitimar sua vit�ria e mobilizar seu eleitorado contra ele", afirmou � AFP.

Lula teve dois milh�es de votos a mais que Bolsonaro, a vit�ria mais apertada em um segundo turno na hist�ria da democracia brasileira, ap�s uma campanha polarizada e tensa.

Marco Ant�nio Teixeira, cientista pol�tico da Funda��o Get�lio Vargas, afirmou que o presidente eleito ter� que trabalhar para "ampliar a legitimidade do governo", com a presen�a no Executivo de "setores n�o petistas".

Ele citou nomes como a terceira candidata com mais votos no primeiro turno, a senadora Simone Tebet, que apoiou Lula no segundo turno. Tamb�m dever� dialogar com governadores bolsonaristas.

"Assim, pode aumentar sua legitimidade e ampliar o apoio entrando em setores bolsonaristas. � preciso unir o pa�s", acrescentou Teixeira.

Lula, que governou o Brasil de 2003 a 2010, chega ao poder com o apoio dos mais vulner�veis, grupo que possui uma mem�ria afetiva da bonan�a sob sua administra��o.

Ele fez v�rias promessas para melhorar a economia, incluindo aumentar o sal�rio m�nimo e refor�ar os programas sociais.

Adriano Laureno, da consultoria Prospectiva, disse que o resultado de Bolsonaro, que foi o segundo colocado mais bem votado na hist�ria do pa�s, significa que que Lula ter� uma oposi��o "forte, organizada, inclusive nas ruas".

- Promessas -

Durante a campanha, o l�der do PT destacou as conquistas socioecon�micas de seus dois primeiros mandatos, como a sa�da da pobreza de mais de 30 milh�es de brasileiros gra�as a iniciativas sociais financiadas com o 'boom' das commodities.

O terceiro mandato de Lula n�o contar� com o mesmo cen�rio favor�vel: embora a economia d� sinais de melhora, com crescimento, menos infla��o e mais emprego, est� longe da prosperidade dos anos 2000 e enfrenta um mundo em risco de recess�o global.

Se n�o forem atendidas, as expectativas podem voltar como um bumerangue, afirmam os analistas.

"� um governo que come�a com muita dificuldade na parte econ�mica. Vai assumir num cen�rio internacional complicado, numa poss�vel recess�o, com juros muito altos no Brasil e mais essa bomba fiscal para lidar" (400 bilh�es de reais), afirmou Laureno.

- Governabilidade -

No Congresso, onde os conservadores s�o maioria, com v�rios aliados de Bolsonaro eleitos em 2 de outubro, ele pode enfrentar uma oposi��o legislativa mais complicada que a de seus mandatos anteriores.

O Partido Liberal de Bolsonaro ter� a maior bancada na C�mara dos Deputados, com 99 representantes.

"A quest�o da governabilidade ser� um desafio. Lula vai precisar come�ar a formar uma equipe ministerial com outros partidos para garantir que assuma a presid�ncia numa posi��o legislativa mais forte", resume Laureno.


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