
Minas, novamente, espelhou o resultado nacional na elei��o mais apertada desde a redemocratiza��o. Enquanto no Brasil a diferen�a entre Lula e Bolsonaro foi de 1,8 ponto percentual, no estado ela foi de apenas 0,4. Com crescimento superior ao do petista, o candidato derrotado � reelei��o conseguiu ser maioria em sete das 12 mesorregi�es mineiras.
A maior varia��o de Bolsonaro se deu no recorte mais populoso do estado. Na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, o candidato do PL conseguiu 335.263 votos a mais do que no primeiro turno, enquanto para Lula o crescimento foi menor que a metade do advers�rio: 148.343 votos. Como resultado, o postulante � reelei��o venceu na regi�o com cerca de 120 mil votos de frente.
Na Regi�o Central, Bolsonaro tamb�m conseguiu uma virada, crescendo quase quatro vezes mais que Lula entre os turnos. O candidato � reelei��o teve 20.802 novos votos, enquanto o petista conseguiu 5.357 eleitores a mais.

No Vale do Mucuri, regi�o onde Lula vence por larga folga, ocorreu a menor diferen�a entre os crescimentos. Bolsonaro teve 10.197 votos a mais e Lula, 7.481. Vale lembrar que, embora tenha crescido menos que o advers�rio, o petista tamb�m teve varia��o positiva em todas as mesorregi�es do estado.
No resultado geral, Bolsonaro ganhou 902.056 votos entre os turnos e Lula, 388.389, crescimento cerca de 2,3 vezes maior para o candidato do PL. O resultado rendeu uma diferen�a de 49.650 votos de vantagem para o petista, que conseguiu a vit�ria em Minas, e no Brasil, apesar do avan�o do advers�rio. Veja o quadro para entender a din�mica dos votos.
Sucesso relativo da campanha mineira
Embora tenha conseguido um avan�o expressivo e descentralizado em Minas, Bolsonaro n�o conseguiu vencer no estado e teve um desempenho similar ao do cen�rio nacional, o que levanta questionamentos sobre a estrat�gia de campanha em Minas.
Com a alian�a formada com o governador reeleito Romeu Zema (Novo) quase instantaneamente ap�s o resultado do primeiro turno, Bolsonaro reservou uma parte significativa de sua agenda para visitas a Minas Gerais. O candidato � reelei��o fez seis viagens ao estado em um m�s de campanha, quatro delas passando por Belo Horizonte.

Coordenada por Zema, a campanha no estado tamb�m foi refor�ada pela primeira-dama, Michelle Bolsonaro, que, ao lado da ex-ministra e senadora eleita Damares Alves (Republicanos-DF), percorreu seis cidades mineiras em dois dias com cultos evang�licos.
Para o cientista pol�tico e CEO do instituto Atlas/Intel, Andrei Roman, o sucesso do bra�o mineiro da campanha pela reelei��o de Bolsonaro � relativo. Primeiro, porque nem no cen�rio estadual nem no nacional o candidato � reelei��o saiu vitorioso. Depois porque, apesar de o crescimento no n�mero de votos ser significativo, n�o foi o esperado.
“A gente viu um recorte bastante claro dessa dist�ncia, mas longe do que era esperado pela campanha e longe do que precisaria para ser realmente impactante e mudar o quadro nacional. Foi um crescimento grande, mas n�o na magnitude esperada. Isso mostra um pouco dos limites da estrat�gia do Zema e que os votos de Lula eram bem estratificados em Minas”, avalia.

Roman ainda pondera que o crescimento verificado nas urnas mineiras n�o � muito diferente do percebido no cen�rio nacional. Enquanto Bolsonaro teve aumento na vota��o cerca de 2,3 vezes maior que Lula em Minas, no Brasil, essa varia��o foi de 7.134.009 a mais para o candidato � reelei��o e 3.086.495 para Lula, tamb�m cerca de 2,3 vezes maior. No pa�s, a dist�ncia entre ambos era de cerca de 6 milh�es de votos no primeiro turno e caiu para aproximadamente 2 milh�es.
“Esse movimento a favor do Bolsonaro n�o se deu apenas em Minas e, olhando tamb�m em conjunto, acabou n�o sendo diferente do que aconteceu em outros estados. No plano geral, houve aumento maior de Bolsonaro, mas insuficiente”, aponta.