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Estado de Minas NOVO GOVERNO

Lula e Alckmin buscam ocupar v�cuo de poder e ampliar base, mas esbarram no centr�o

Poder de barganha do governo eleito � limitado e ambos encontraram um presidente da C�mara fortalecido


12/11/2022 09:17 - atualizado 12/11/2022 11:06

Alckmin e Lula
Alckmin e Lula (foto: Sergio Lima / AFP)
O presidente eleito, Luiz In�cio Lula da Silva (PT), e seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), prepararam um plano para come�arem a governar antes mesmo da posse em 1º de janeiro.

Na primeira semana da transi��o, o petista e seu companheiro de chapa fizeram um p�riplo pelo Judici�rio e pelo Legislativo. O objetivo foi pregar a institucionalidade e fazer as tratativas para abrir o espa�o fiscal que pode garantir � dupla o cumprimento de promessas eleitorais no primeiro ano do governo.

Lula e Alckmin conseguiram avan�ar no di�logo com o STF (Supremo Tribunal Federal) e na governabilidade, mas o poder de barganha do governo eleito � limitado. Por um lado, o poder e benef�cios a serem oferecidos por alian�as com o Executivo atraem antigos desafetos, como o MDB --al�m do di�logo aberto com PSD e Uni�o Brasil.

Por outro, ambos se depararam com um presidente da C�mara, Arthur Lira (PP-AL), fortalecido. O deputado antecipou as negocia��es pol�ticas para permanecer no comando da Casa legislativa e cresce entre aliados de Lula a avalia��o de que enfrent�-lo � uma jogada de alto risco.

Para aliados, Lula e Alckmin devem tomar "uma posse por dia" e ocupar o v�cuo que existe no poder com o sil�ncio de Jair Bolsonaro (PL) desde o resultado das elei��es.

A ideia de Lula e Alckmin � deixar claro que o petista venceu a elei��o e que h� um processo de troca de governo em curso. A estrat�gia visa abafar as manifesta��es antidemocr�ticas que ainda ocorrem em alguns locais do pa�s por parte de bolsonaristas que n�o reconhecem a derrota do atual presidente e pregam um golpe militar.

Na estrat�gia de preencher o espa�o deixado por Bolsonaro, a dupla entrou de vez na articula��o pol�tica e no di�logo direto com a c�pula dos Poderes.

Alckmin chegou a Bras�lia na ter�a-feira (8), quando procurou integrantes do Legislativo para avan�ar numa solu��o para o Or�amento.

Lula desembarcou na capital federal na noite do mesmo dia. Na quarta (9), visitou Lira e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), al�m de ministros do STF e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

O petista ainda reuniu parlamentares da base rec�m-eleitos. Deu declara��es em que refor�ou a linha adotada na campanha -"por que as pessoas s�o levadas a sofrer para garantir a tal estabilidade fiscal nesse pa�s?"- e acabou provocando forte rea��o do mercado.

Enquanto Alckmin retornar� a Bras�lia na pr�xima semana para tocar a transi��o, o presidente eleito segue para o Egito para participar da COP27, a reuni�o global do clima da ONU. O objetivo � ocupar outro v�cuo deixado por Bolsonaro: as rela��es exteriores.

Por ora, o maior entrave para o petista � a constru��o de uma base pol�tica s�lida no Congresso para conseguir aprovar, ainda neste ano, uma solu��o para permitir a amplia��o de gastos.

Nesta semana, a equipe do governo eleito teve que adiar, dia ap�s dia, a data para oficializar a PEC (proposta de emenda � Constitui��o) da Transi��o, que tem objetivo de abrir espa�o no Or�amento para, entre outros pontos, a manuten��o do valor m�nimo de R$ 600 para o Aux�lio Brasil (que deve voltar a se chamar Bolsa Fam�lia).

H� resist�ncia de aliados de Lira para que essa PEC possa resolver os problemas or�ament�rios de Lula pelos pr�ximos quatro anos. Isso reduziria o poder de negocia��o do centr�o durante o novo governo do petista, avaliam l�deres partid�rios.

O PT foi avisado da resist�ncia ao projeto que libera bilh�es de reais para Lula por todo o mandato. Mas a ordem da equipe de transi��o � tentar negociar esse aval pelos pr�ximos quatro anos.

Como a fatura � alta, o governo eleito tem sido cauteloso em outras articula��es, entre elas o futuro das emendas de relator e as alian�as de blocos no Congresso de olho na elei��o dos comandos da C�mara e do Senado.

Diante disso, Lira tem avan�ado nas negocia��es com partidos visados por Lula, como PSD e Uni�o Brasil.

Uma ala da c�pula petista j� tra�a o cen�rio em que n�o haver� concorr�ncia para Lira. A d�vida, nesse caso, � se o partido de Lula ir� se alinhar ao grupo de Lira na disputa para conseguir cargos mais relevantes na c�pula da C�mara.

Lula mudou o tom contra Lira logo que foi proclamado o resultado da corrida presidencial.

Na campanha, o candidato Lula disse que Lira agia como "imperador do Jap�o" em raz�o da opera��o das emendas de relator, usadas como moeda de troca em negocia��es pol�ticas entre o governo Bolsonaro e o Congresso.

Lula, como presidente, deu uma guinada no discurso.

Em sua primeira agenda em Bras�lia ap�s a vit�ria eleitoral, ele defendeu di�logo com o centr�o e prometeu n�o interferir nos processos de escolha dos novos presidentes da C�mara e do Senado.

Um percal�o de Lula na semana foi a rea��o do mercado ao discurso dele sobre o controle dos gastos p�blicos.

De um modo geral, pessoas do entorno do presidente consideram que ele apenas repetiu o tom usado durante a campanha. Por isso, houve espanto com a resposta de agentes financeiros.

Mas h� a avalia��o de que Lula agora � presidente eleito, e n�o mais candidato. Da� a necessidade de calibrar as declara��es sens�veis sobre economia.

Em outra agenda em Bras�lia, Lula foi ao STF, onde se reuniu com 10 dos 11 ministros. O �nico ausente foi Lu�s Roberto Barroso, que participa da COP27 no Egito.

Al�m desse encontro, o petista escalou quatro aliados para liderarem a interlocu��o com o Supremo. S�o eles: o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o senador eleito e ex-governador do Maranh�o Fl�vio Dino (PSB), o procurador da Fazenda Nacional Jorge Rodrigo Ara�jo Messias, e o deputado Paulo Teixeira (PT-SP).

A ideia � conversar com cada um dos 11 ministros, inclusive com os indicados por Bolsonaro -Kassio Nunes Marques e Andr� Mendon�a.

At� agora, j� houve encontro do grupo com Barroso, Luiz Fux e Alexandre de Moraes.

"Queremos passar a mensagem de que o novo governo quer estabelecer um clima de pacifica��o. Houve uma desarruma��o do arranjo institucional promovida pelo Bolsonaro, com processo continuado de conflitos", afirmou Randolfe.

O objetivo, segundo aliados de Lula, � deixar o caminho aberto para solucionar quest�es de interesse do Executivo por meio de acordos e concilia��es. H�, por exemplo, a��es relacionadas ao meio ambiente e � economia, como a disputa em torno da compensa��o da redu��o do ICMS aos estados.

 


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