
Do grupo dos 50 mais beneficiados, 27 perderam e 23 se elegeram. O dinheiro privado na campanha de 2022 ficou em R$ 1,01 bilh�o. Entre os maiores doadores, os destaques foram para os setores de cal�ados, finan�as, advocacia, agroneg�cio e energia, que foram respons�veis por cerca de 60% das maiores doa��es.
- Ind�gena que concorre � C�mara por Minas recusa doa��es de Huck e banqueiro
Empres�rios ajudam campanhas
O maior doador individual da campanha foi Rubens Ometto, presidente do conselho de administra��o da Cosan, gigante de energia, a��car e �lcool. Ele distribuiu R$ 7,4 milh�es a v�rios candidatos. O valor � similar ao que ele gastou na campanha eleitoral de 2018, quando tamb�m foi o maior doador individual.
Ometto doou recursos inclusive ao PT, mas os valores mais expressivos foram para pol�ticos de centro e de direita que compuseram o arco de alian�as de Bolsonaro. O maior valor foi para o Republicanos, partido que integrou a coliga��o de Bolsonaro e elegeu o governador de S�o Paulo, Tarc�sio de Freitas --o candidato foi o que recebeu a maior doa��o direta de Ometto, R$ 200 mil.
O empres�rio fez doa��es a 22 candidatos, al�m de partidos. Entre outros, receberam doa��es Tereza Cristina (PL), eleita para o Senado por Mato Grosso do Sul, Onyx Lorenzoni (PL), derrotado ao tentar o Governo do Rio Grande do Sul, e Ricardo Salles (PL), eleito deputado federal por S�o Paulo.
Derrotao no segundo turno, Bolsonaro recebeu R$ 1 milh�o do empres�rio por meio de uma doa��o dele para o diret�rio do PP na Para�ba, que repassou o dinheiro para a campanha do presidente. A Cosan afirmou que "as doa��es eleitorais feitas por Rubens Ometto Silveira Mello s�o realizadas em car�ter pessoal e seguem as regras estabelecidas pelo Tribunal Superior Eleitoral e demais normas aplic�veis".
O segundo maior doador individual foi Frederico Gerdau Johannpeter, da fam�lia que controla a Gerdau, com R$ 6,9 milh�es. Ele tamb�m direcionou a maior parte do dinheiro para candidatos da alian�a bolsonarista, com destaque para o PL do Rio Grande do Sul (R$ 3,9 milh�es), que bancou a candidatura de Onyx, e para Tarc�sio de Freitas (R$ 1 milh�o).
O empres�rio n�o quis se manifestar.
O terceiro e o quinto lugar s�o dos irm�os Alexandre e Pedro Grendene, da cal�adista Grendene, que doaram juntos R$ 12,3 milh�es. Entre v�rios candidatos, os irm�os doaram, cada um, R$ 1 milh�o para Bolsonaro, mesmo valor direcionado tamb�m por ambos ao senador eleito pelo PT do Cear�, Camilo Santana. O governador eleito no Cear�, Elmano de Freitas (PT), tamb�m foi beneficiado por doa��es dos irm�os. A Grendene informou que n�o se posiciona sobre doa��es privadas de seus propriet�rios.
Em quarto est� Jos� Salim Mattar Junior, que fundou a Localiza, empresa de aluguel de carros, e chegou a atuar no governo Bolsonaro como secret�rio de Desestatiza��o do Minist�rio da Economia. As maiores doa��es foram para Bolsonaro (R$ 1,8 milh�o) e Tarc�sio (R$ 800 mil). Ele direcionou recursos a 35 candidatos, a quase totalidade candidatos de direita e centro-direita.
Mattar disse ser contra o financiamento p�blico de campanha e afirmou ter direcionado a maior parte das doa��es para candidatos do partido Novo, por compartilhar os valores da sigla.
Na divis�o partid�ria, as legendas mais beneficiadas com doa��es foram tamb�m as do arco de Bolsonaro ou da centro-direita.
Candidatos do PL, PSD, Uni�o Brasil, MDB, PP e Republicanos receberam cerca de metade do dinheiro privado das elei��es. Foram R$ 549 milh�es somados para pol�ticos dessas siglas.