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Estado de Minas TRANSI��O DE GOVERNO

Lira tem sido colaborativo e pode compor base de Lula, diz l�der do PT

Deputado Reginaldo Lopes afirma n�o ver obst�culo para que presidente da C�mara migre do bolsonarismo para o lulismo


17/11/2022 09:20 - atualizado 17/11/2022 09:42

Arthur Lira e Lula de maos dadas
Presidente da C�mara dos Deputados, Arthur Lira, � aliado do presidente Jair Bolsonaro (foto: Marina Ramos/ C�mara dos Deputados)
O l�der do PT na C�mara dos Deputados, deputado Reginaldo Lopes (MG), afirma n�o haver incoer�ncia ou obst�culo para que Arthur Lira (PP-AL) integre a futura base de sustenta��o de Luiz In�cio Lula da Silva (PT). O atual presidente da C�mara foi um dos principais apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), mas agora ensaia trocar de barco como forma de consolidar a sua reelei��o ao cargo, em fevereiro.

 

Afirmando que o PT caminha para n�o ter candidato, Lopes diz que Lira tem adotado uma postura "extremamente colaborativa". "Arthur Lira sempre tem viabilizado e tentado contribuir com os governantes, com os presidentes."

 

 

O sr. defende que o PT fa�a uma alian�a com Arthur Lira?

Eu tenho defendido que o PT tenha uma pauta legislativa, que vai ao encontro do programa vitorioso do presidente Lula, e que o partido apresente essa pauta para os candidatos a presidente da C�mara.

 

O pr�prio Lula tem dito que as disputas da C�mara e do Senado s�o uma quest�o interna das Casas e que cabe �s bancadas do PT [no Congresso] conduzir esse processo.

 

O PT vai ter candidato?

Caminha para n�o ter candidato. O partido compreende que o mais importante neste momento � estabelecer parcerias na C�mara que deem a Lula governabilidade. Essa governabilidade se dar� a partir de uma pauta p�blica, transparente, que represente os anseios do povo brasileiro para esses pr�ximos quatro anos.

Qual � o cerne dessa pauta?

Primeiro, evidente, � viabilizar o governo de 2023. O Or�amento que foi enviado pelo governo atual tem furo em v�rios minist�rios, em v�rias a��es das pol�ticas p�blicas. � imposs�vel governar com a proposta or�ament�ria que veio.

 

O que n�s estamos construindo nesse primeiro momento � apoio para tramita��o e aprova��o da PEC da Transi��o. Essa PEC permite ao presidente Lula honrar o compromisso do Bolsa Fam�lia de R$ 600 e tamb�m o apoio �s fam�lias que t�m mais crian�as.

O presidente Lula, nos debates e na sua campanha, deixou muito expl�cito que � preciso resolver o problema da fome; e valorizar o sal�rio m�nimo para a economia voltar a crescer.

 

 

Tamb�m resolver a car�ncia de recursos no Minist�rio da Educa��o para v�rias iniciativas, entre outras a��es.

 

Qual foi a receptividade de Arthur Lira a essas ideias?

Uma postura extremamente colaborativa. O presidente Arthur Lira reafirmou sua trajet�ria pol�tica de 30 anos, que sempre foi republicana, comprometida com os interesses do pa�s. E reafirmou ali [encontro entre Lula e Lira, em Bras�lia, em 9 de novembro] o que ele manifestou na noite da elei��o, reconhecendo imediatamente a vit�ria do presidente Lula.

 

Disse que a partir desse reconhecimento ele entendia que � muito leg�timo que aquilo que foi vencedor nas urnas possa ser viabilizado ainda nesta legislatura, e que ele era um colaborador dessa agenda.

 

Que formato de PEC o sr. defende que seja aprovado?

Por princ�pio, e n�o estou falando em nome do governo, acho que o Brasil deveria modernizar a sua legisla��o fiscal. Trazer para as metas fiscais o debate sobre as metas sociais. Acho que transfer�ncia de renda deve ser um princ�pio que, tanto nas atuais como nas futuras regras fiscais, deveria ficar de fora [do teto de gastos].

 

N�s temos quatro regras fiscais: meta prim�ria, regra de ouro, Lei de Responsabilidade Fiscal e o teto de gastos. Acho que o presidente Lula pode debater no pr�ximo ano unificar em uma �nica regra, mais moderna, e que possa ter previsibilidade e credibilidade.

 

O que o sr. achou da rea��o do mercado �s declara��es de Lula sobre a pol�tica fiscal? Eu n�o compreendi. O presidente Lula repetiu o que ele tem defendido desde a cria��o da regra do teto de gasto. Por que se tornou invi�vel e em seu segundo ano j� foi alterado?

Porque o Brasil perdeu o controle da infla��o, teve um aumento da despesas obrigat�rias, que ocupou o espa�o das despesas discricion�rias.

 

Ent�o, se essa regra n�o for revista ou se n�o abrir uma excepcionalidade igual o Bolsonaro abriu tr�s vezes, voc� para o pa�s. Voc� vai ter o professor recebendo sal�rio, mas n�o vai ter energia, �gua, insumos na sa�de etc.

 

O mercado precisa ter essa compress�o e essa sensibilidade. A menos que todo mundo ache normal um dos pa�ses que mais exportam alimentos no planeta deixar as pessoas morreram com fome, deixar 10 milh�es de crian�as dormir com fome; ou que a universidade n�o pague conta de luz, de �gua.

 

A PEC da Transi��o ser� um laborat�rio do que vai ser a futura base de Lula no Congresso?

Sim, parte dela. Temos duas grandes tarefas. A primeira, ajustar o Or�amento a partir dos desejos manifestado pelo povo brasileiro nas urnas. A segunda, j� na nova legislatura, consolidar uma base s�lida que d� ao presidente Lula quatro anos de governabilidade.

 

Essa base s�lida � poss�vel sem o centr�o e Lira?

Parte dos pol�ticos que comp�em o centro ou o centr�o sempre s�o muito sens�veis �s manifesta��es populares, �s manifesta��es das ruas. Eu acredito que � poss�vel que parte desses parlamentares vote pontualmente em algumas propostas do governo ou tenha um reposicionamento e componha em definitivo a base do governo do presidente Lula.

 

O sr. v� alguma incoer�ncia ou obst�culo em Lira fazer parte dessa base?

Eu acredito que n�o. Arthur Lira sempre tem viabilizado e tentado contribuir com os governantes, com os presidentes. Fez assim no passado, com a pr�pria presidenta Dilma [Rousseff], e ajudou muito o governo do Bolsonaro.

 

O que ele pediu em troca desse apoio?

Nada. Ele falou que via no gesto do presidente Lula o di�logo. Ou seja, eu tamb�m concordo com o presidente Arthur Lira. Lula reinaugurou uma nova fase na Rep�blica brasileira, que � o respeito �s institui��es, aos Poderes, �s lideran�as.

 

Quando, antes de apresentar o projeto [da PEC], ele procura o presidente da C�mara dos Deputados, depois procura presidente do Senado, o Supremo, o Tribunal Superior Eleitoral, isso demonstra como o presidente Lula estabelece uma nova rela��o da democracia brasileira - que � uma rela��o de respeito e de muito di�logo. Isto derruba qualquer dificuldade de governabilidade.

 

� bom lembrar que a primeira fotografia que o presidente Lula buscou no momento em que ele decidiu ser candidato foi a fotografia de um antigo advers�rio, o governador Geraldo Alckmin [vice eleito]. Ele sinalizava ali que queria ser presidente de um amplo movimento que pudesse reconstruir o Brasil e reafirmar os valores da democracia.

 

Qual � a diferen�a do PT de 2003 para o PT de 2023?

� um partido mais maduro, mais calejado, um partido que sabe que n�o pode errar em nada. Que precisa fazer mudan�as mais estruturantes do que foi feito no passado e avan�ar ainda mais.

 

� evidente que o Brasil tem ainda alguns desafios do passado. Por exemplo, � muito rico para deixar algum brasileiro passando fome. Isso � inaceit�vel.

 

A gente pode melhorar muito mais ainda no pr�ximo governo. O pr�prio presidente Lula sabe disso, que se ele fizer igual ou empatar, ele perde o jogo. Ele precisa fazer mais do que j� fez no passado.

 


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