
Entre os mais radicais, que est�o em grupos de conversa convocando para os quart�is, a leitura � que Valdemar jamais poderia ter deixado uma decis�o final para o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), considerado por eles um inimigo de Jair Bolsonaro (PL).
O entendimento nesses grupos � que a��es sobre a fiscaliza��o do processo eleitoral devem vir apenas das For�as Armadas.
Mesmo que o Minist�rio da Defesa emita notas d�bias em rela��o � suposta fraude defendida por apoiadores do presidente, n�o h� nenhum aceno ou possibilidade de se unirem aos grupos golpistas acampados em frente aos quart�is.
Em um �udio compartilhado nesses grupos, que j� integram a fatia mais radical dos eleitores de Bolsonaro, um militante diz que o �nico processo v�lido que levaria a uma suposta vit�ria � o que segue o rito constitucional definido pelas For�as Armadas e que a interfer�ncia pol�tica do PL � inapropriada e cheira � tentativa de desestabilizar o procedimento articulado pelas ruas.
Essa leitura � partilhada por muitos militantes em diversos grupos com ideias antidemocr�ticas acompanhados pela reportagem.
H� o entendimento de que o PL deu poder ao TSE, que a popula��o nas ruas estaria caminhando para um suposto desfecho com apoio das For�as Armadas e que esse relat�rio vai contra a estrat�gia da milit�ncia acampada, que cobra a divulga��o do c�digo-fonte das urnas.
Desde a derrota de Bolsonaro para Luiz In�cio Lula da Silva (PT), bolsonaristas est�o acampados em frente a quart�is e alguns participam de bloqueios e protestos em rodovias, onde a viol�ncia escalou nos �ltimos dias.
Nos dias 2 e 15 de novembro, eleitores se uniram aos acampados em protestos contra a vit�ria de Lula, pedindo interven��o das For�as Armadas.
Um membro de um dos grupos da autointitulada "resist�ncia civil" disse que o mais importante para o movimento � a apresenta��o do c�digo-fonte, que seria capaz de comprovar a suposta fraude e complicar a vida dos ministros da corte eleitoral e do STF (Supremo Tribunal Federal).
O Minist�rio da Defesa, entretanto, n�o pediu acesso ao c�digo-fonte em seu relat�rio p�s-elei��o. Uma das cr�ticas da pasta foi n�o ter acesso a todos os arquivos que solicitou.
A narrativa de que seria preciso acessar o c�digo foi insuflada por bolsonaristas como a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e tem sido usada como discurso nos atos golpistas. Eles s�o contr�rios � anula��o da elei��o e defendem que haja press�o para que se comprove a tal fraude a partir do que j� foi apresentado pelas For�as Armadas.
Esse discurso nos grupos destoa dos de parlamentares mais vocais do bolsonarismo, que endossam a representa��o do PL e t�m manifestado publicamente que abririam m�o de seus mandatos pelo que chamam de "elei��o limpa".
"Queremos transpar�ncia nas elei��es, mesmo que isso custe mandatos dos j� eleitos. � uma na��o que est� em jogo", escreveu o senador Magno Malta (PL-ES) em uma rede social.
O mesmo foi publicado pelo deputado Filipe Barros (PL-PR), que acrescentou: "N�o h� democracia sem transpar�ncia".
Outros deputados publicaram o mesmo, bem como um perfil de apoio a Nikolas Ferreira (PL-MG), que est� com a conta bloqueada no Twitter.
H� tamb�m, nos grupos bolsonaristas, quem defenda que a a��o do PL possui um plano B e que � melhor ter apoio do presidente do PL na causa de deslegitimar o resultado da elei��o.
Na noite de quarta (23), o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, negou a a��o do partido que visava invalidar votos em parte das urnas no segundo turno e condenou a coliga��o de Bolsonaro, formada por PL, PP e Republicanos, ao pagamento de multa de quase R$ 23 milh�es por litig�ncia de m�-f�.
Moraes ainda determinou o bloqueio dos fundos partid�rios das tr�s legendas at� o pagamento da penalidade imposta.