
A decis�o foi tomada na �ltima quarta-feira (30), durante reuni�o ordin�ria do colegiado de 16 generais de Ex�rcito.
Segundo relatos de tr�s deles � Folha de S.Paulo, a antecipa��o da troca nos comandos seria medida in�dita, com potencial para esgar�ar ainda mais a rela��o dos militares com a gest�o petista, que assume o Pal�cio do Planalto em 1º de janeiro.
A ideia sugerida na reuni�o do Alto Comando � seguir a transi��o como sempre foi feito, deixando para o futuro presidente a responsabilidade de nomear os comandantes.
A sugest�o de antecipar a troca nos comandos foi patrocinada por Baptista J�nior, considerado o mais bolsonarista entre os chefes das For�as Armadas.
Na �ltima semana, ele deu ordem para auxiliares prepararem a passagem do comando no dia 23 de dezembro. A ideia, compartilhada com os demais comandantes, era dar a oportunidade da equipe de transi��o j� escolher os novos nomes para os cargos.
Caso n�o houvesse disposi��o do PT, o posto seria entregue provisoriamente para o oficial-general mais antigo, de forma a n�o impactar fortemente as estruturas dos Altos Comandos.
A transi��o dos comandantes foi assunto em reuni�o entre Freire Gomes (Ex�rcito), Baptista J�nior (Aeron�utica) e Almir Garnier (Marinha) com o presidente Jair Bolsonaro (PL), na semana passada.
A movimenta��o foi entendida como uma declara��o de insubordina��o dos chefes da For�as e obrigou Lula a acelerar a indica��o de um novo ministro da Defesa para driblar uma crise militar.
Lula sinalizou que deve escolher o ex-ministro do TCU Jos� M�cio Monteiro para o cargo. O nome foi bem recebido pelos oficiais-generais, que comemoraram a defini��o por entenderem que o pol�tico n�o deve fazer grandes mudan�as na carreira militar.
Com os indicativos de como ficar� o Minist�rio da Defesa sob a gest�o petista, generais da c�pula do Ex�rcito esperam avan�ar no entendimento com as demais For�as para evitar a antecipa��o da troca dos cargos.
A reuni�o do Alto Comando do Ex�rcito ocorreu na ter�a (29) e na quarta (30), no QG de Bras�lia. O objetivo era discutir quest�es administrativas, mas outros assuntos foram debatidos entre os generais quatro estrelas.
Um dos temas foi a participa��o de oficiais da ativa na coleta de assinaturas de uma carta ap�crifa com recados ao Poder Judici�rio e a favor dos atos antidemocr�ticos em quart�is.
Na reuni�o, segundo relatos, os generais decidiram aprofundar a apura��o sobre quem participou da cria��o do texto e da coleta de apoio entre os militares.
Dois generais, no entanto, afirmaram � Folha de S.Paulo que o grupo insubordinado � pequeno e ser� punido por transgress�o disciplinar.
Procurado, o Ex�rcito n�o se manifestou oficialmente sobre o caso.
O texto ap�crifo passou a circular em grupos de WhatsApp na segunda (28). Coron�is consultados pela Folha contam ter sido abordados por colegas de farda para pedir apoio � carta.
O documento � intitulado "carta dos oficiais da ativa ao Comando do Ex�rcito". Ele tem recebido assinaturas virtuais, inclusive de civis, e n�o � poss�vel saber quantos militares da ativa de fato o endossaram.
Na carta, o autor an�nimo diz que os militares da ativa subscritos prezam pela "legalidade, liberdade e transpar�ncia" e, num recado ao Judici�rio, afirma que nenhum Poder pode se colocar "acima da lei e da ordem democr�tica".
O documento ainda � entendido como uma provoca��o aos generais do Alto Comando do Ex�rcito, alvo de cr�ticas de bolsonaristas, por dizer que os soldados colocam os objetivos nacionais em primeiro lugar, "desprezando quaisquer interesses pessoais".