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Estado de Minas AGUARDANDO A POSSE

Militares esperam ordem de Lula para acabar com atos em quart�is

Essa � a expectativa sinalizada pelo comandantes das unidades, que est�o em contato com o futuro ministro da Defesa, Jos� M�cio Monteiro


14/12/2022 11:01 - atualizado 14/12/2022 11:41

Lula fazendo joinha com as mãos
O petista queixou-se na ter�a (13) de que o presidente Jair Bolsonaro (PL) est� incitando "fascistas" a promover vandalismo (foto: Ricardo Stuckert)
Os comandantes de unidades militares sitiadas por manifestantes bolsonaristas contr�rios � elei��o de Luiz In�cio Lula da Silva (PT) j� se preparam para dispersar os atos em frente a quart�is pelo pa�s assim que o novo presidente assumir o cargo, em 1º de janeiro.

Essa � a expectativa sinalizada por seus superiores, que est�o em contato com o futuro ministro da Defesa, Jos� M�cio Monteiro. Os epis�dios de viol�ncia ocorridos na capital na segunda (12), ap�s a diploma��o de Lula como mandat�rio m�ximo pela primeira vez, consolidaram essa percep��o.

O petista queixou-se na ter�a (13) de que o presidente Jair Bolsonaro (PL) est� incitando "fascistas" a promover vandalismo. O futuro presidente n�o transmitiu tal ordem para os novos comandantes das For�as Armadas, mas segundo o jornal O Estado de S. Paulo, comentou que o far� em uma reuni�o com pol�ticos do Avante.

Seja como for, alguma ordem nesse sentido � dada como certa. H� um certo desconforto entre os militares, dado que os tr�s comandantes ainda no cargo assinaram nota logo ap�s a elei��o dizendo que os atos eram leg�timos e insinuando cr�ticas ao que consideram persegui��o do Judici�rio contra bolsonaristas.

Os manifestantes restantes que est�o na frente do quartel-general do Ex�rcito na capital ou que frequentam a rua de acesso ao Comando Militar do Sudeste, em S�o Paulo, est�o sob jurisdi��o dos fardados. Como s�o �reas militares, a seguran�a � feita pela PE (Pol�cia do Ex�rcito). Mesmo que quisessem, os governadores de estado s� poderiam enviar a Pol�cia Militar para dispersar os atos se houvesse uma requisi��o do Ex�rcito.


Em S�o Paulo, por exemplo, os soldados est�o junto aos port�es do comando, ao lado do parque Ibirapuera (zona sul), mas n�o saem �s ruas. Uma alta autoridade estadual afirmou � Folha que "gostaria" de fazer algo, mas que est� "de m�os amarradas".

At� aqui, o crime cometido pelos manifestantes � o previsto pelo artigo 286 do C�digo Penal, o de incita��o das For�as Armadas contra outros Poderes -no caso, com os pedidos de interven��o para evitar a posse de Lula.

� um delito brando, com pena m�xima de seis meses e de dif�cil tipifica��o. Geralmente, orientados pela f�brica de narrativas do bolsonarismo, os manifestantes dizem querer que o golpe seja dado sob a �gide do artigo 142 da Constitui��o, que regula o papel dos militares. A leitura feita por eles � aberrante, mas sempre ser� poss�vel alegar que pensavam ser legal sua ilegalidade proposta.

A coisa muda de figura quando se veem cenas como as de Bras�lia, que se aproximaram do terrorismo pol�tico. O mesmo comandante regional avalia que a ideia disseminada entre os militares que os atos s�o pac�ficos e leg�timos foi abalada.

Mesmo que haja d�vidas sobre isso, esse oficial-general diz que assim se a ordem vier dos novos comandantes escolhidos por Lula, ser� cumprida. Ele admite que h� sempre o risco residual de alguma insubordina��o, mas ele � visto como m�nimo e talvez isolado � ponta, a algum soldado insatisfeito.


F�cil o processo n�o ser�. Um coronel da linha de frente comenta que seria p�ssimo o governo Lula come�ar com militares reprimindo advers�rios pol�ticos, avalia��o semelhante � de um pol�tico muito pr�ximo da �rea da Defesa. Ambos dizem torcer para que a dispers�o ocorra de forma natural, mas a resili�ncia dos atos n�o parece permitir tal otimismo.

H� quest�es ideol�gicas. Como desenhou em seu livro-depoimento o mentor da volta dos militares � pol�tica, o ex-comandante do Ex�rcito Eduardo Villas B�as, em 2018 houve uma identifica��o natural do estamento fardado com o bolsonarismo -centrado na comunh�o de valores conservadores e do antipetismo.

� hist�ria conhecida: generais da reserva achavam ser poss�vel voltar ao poder pelo voto em um capit�o reformado indisciplinado, visto como de f�cil manipula��o. Em troca, Bolsonaro militarizou a administra��o e concedeu benesses.

N�o foi um processo harm�nico, como a crise que derrubou toda a c�pula da Defesa em 2021 mostrou, e agora o sentimento prevalente nos Altos-Comandos � o de buscar uma acomoda��o com a nova realidade.

N�o que algum oficial-general tenha virado petista ou admirador do ministro do Supremo Alexandre de Moraes, visto de forma quase un�nime entre eles como algu�m que age com for�a excessiva na condu��o de sua cruzada contra os atos antidemocr�ticos.

Mas a crispa��o, avaliam os fardados, tem que acabar. Retirar manifestantes com camisas da CBF e cartazes dizendo "SOS For�as Armadas" da frente quart�is ser� um primeiro teste para tal disposi��o.


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