
Como mostrou a coluna nesta quarta-feira (14/12), o presidente eleito j� revelou a interlocutores que estuda dividir a pasta em duas partes e, com isso, isso facilitar a acomoda��o das diversas for�as pol�ticas em seu governo.
"A possibilidade de dividir o MEC para atender a educa��o b�sica e a superior seria uma forma muito pertinente de dar mais foco e celeridade para duas �reas com demandas distintas", afirma Rossieli Soares, em mensagem enviada � reportagem.
"Far� bem ao Brasil ter um gestor ou gestora pensando exclusivamente sobre a educa��o b�sica e essa �rea t�o fundamental para o desenvolvimento do Brasil", diz ainda o ex-ministro, que chefiou a pasta no governo de Michel Temer (MDB).
A �nica ressalva feita por ele � a de que demandas do ensino superior relacionadas � educa��o b�sica, como a forma��o de professores, fiquem sob a al�ada de um eventual Minist�rio da Educa��o B�sica. "O modelo franc�s, hoje, ocorre dessa forma", afirma Rossieli.
"Quando fui ministro da Educa��o discutimos sobre essa divis�o. [Haveria] um Minist�rio da Educa��o B�sica, sendo que a �rea do ensino superior migraria para a [pasta da] Ci�ncia e Tecnologia, levando a Capes [Coordena��o de Aperfei�oamento de Pessoal de N�vel Superior], porque faria muito mais sentido", segue ele.
J� o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), de acordo com a proposta do ex-ministro, seria redesenhado para atender tanto o ensino b�sico quanto o superior. E o FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa��o) ficaria com a pasta da Educa��o B�sica, devido � alta demanda de obras.
Questionado pela coluna nesta quarta-feira, Lula n�o confirmou seus planos de fazer uma divis�o do MEC. "N�o, n�o. Estou pensando em outras coisas", respondeu ele rapidamente, quando questionado pela Folha na sa�da da posse de Bruno Dantas na presid�ncia do Tribunal de Contas da Uni�o (TCU).
Segundo um outro integrante de sua equipe, a ideia foi aventada pelo grupo de transi��o, mas a sua execu��o seria complicada e n�o faria sentido neste momento. O MEC seria um minist�rio enorme e com um desenho j� consolidado.
A pasta hoje � cobi�ada por diversos grupos pol�ticos que apoiam Lula. O nome preferido dele para ocup�-la era o da governadora do Cear�, Izolda Cela, que era do PDT e hoje est� sem partido. Mas o senador eleito Camilo Santana, do PT do Cear�, que tamb�m quer o cargo.
Lula enfrenta ainda problemas para acomodar Simone Tebet, do MDB do Mato Grosso do Sul. A divis�o do MEC abriria nova vaga e facilitaria a resolu��o do xadrez.
Caso seja criado, o Minist�rio do Ensino Superior incorporaria a pasta da Ci�ncia e Tecnologia, que hoje conta com poucos recursos e � pouco atrativa para candidatos a ministro.
Lula lembrou a um dos interlocutores que a ideia foi defendida, no passado, pelo ex-senador e ex-ministro da Educa��o de seu primeiro governo, Cristovam Buarque.
Os defensores da proposta na equipe de Lula argumentam que hoje o MEC trata de realidades muito diferentes: a da inser��o das crian�as e adolescentes nas escolas e a melhoria do ensino para essa faixa et�ria, e temas muito diversos para o ensino superior.
Um outro integrante da equipe de Lula detalhou a ideia a pol�ticos e magistrados, dizendo que um poss�vel Minist�rio do Ensino Superior poderia se dedicar com maior empenho � conex�o entre ensino superior e inova��o tecnologia, por exemplo.