
Com um �ndice mais baixo, a maioria (56%) tamb�m considera que deve haver puni��o �s pessoas que est�o pedindo um golpe militar nesses protestos.
Realizado na segunda (19) e na ter�a (20), o levantamento foi feito presencialmente e tem margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. O instituto ouviu 2.026 pessoas em 126 munic�pios.
Esses n�meros s�o bastante distintos, se considerado o voto declarado no segundo turno. Entre aqueles que dizem ter votado em Bolsonaro, 50% s�o contra os atos, enquanto entre os eleitores de Lula o �ndice chega a 96%, e a 90% entre aqueles que anularam ou votaram em branco.
Lula foi eleito com 50,9% dos votos v�lidos, frente aos 49,1% recebidos por Bolsonaro.
Considerando a amostra total, 56% responderam que deve haver puni��o �s pessoas que est�o pedindo um golpe militar nesses protestos, porque consideram que elas precisam respeitar a Constitui��o e o resultado da elei��o. Enquanto 40% avaliam que elas n�o devem ser punidas, porque t�m o direito de se manifestar contra a democracia.
Entre eleitores de Bolsonaro, menos de um ter�o � favor�vel a uma puni��o (29%) e 67% s�o contra. Os que defendem que sejam punidas s�o ampla maioria entre eleitores de Lula (81%) e tamb�m majorit�rios, ainda que em percentual menor, entre os que votaram em branco ou nulo (58%).
Na regi�o Centro-Oeste e Norte, h� mais apoio aos protestos: 29%. Enquanto no Nordeste, apenas 14% se disseram favor�veis. Os contr�rios s�o 65% e 83%, respectivamente.
Quanto � puni��o, a diferen�a entre regi�es se mant�m. Entre os moradores do Nordeste , os que acham que aqueles que querem impedir a posse de Lula devem ser punidos chega ao maior patamar, com 69% de apoio
No Centro-Oeste e Norte, o percentual fica em 45% e chega a 54% entre os respondentes da regi�o Sul.
Dos entrevistados cat�licos, 80% s�o contr�rios aos atos, entre os evang�licos, 65%. Os �ndices caem para ambos na quest�o quanto a se deve ou n�o haver responsabiliza��o por defesa de interven��o militar, mas a diferen�a de posicionamento se mant�m: 60% dos cat�licos s�o favor�veis a puni��o, e 45% dos evang�licos.
Por faixa et�ria n�o houve varia��o significativa quanto � primeira pergunta --as diferen�as ficaram dentro da margem de erro de cinco pontos percentuais. J� na quest�o sobre puni��o, entre aqueles com 60 anos ou mais, 59% defendem que haja puni��o. A faixa com menor �ndice nesse aspecto foi a dos que t�m de 25 a 34 anos, na qual 50% disseram o mesmo.
Os contr�rios aos atos entre mulheres (78%) ficam um pouco acima daqueles que dizem o mesmo entre os homens (73%).
Na faixa de renda mais baixa, de quem recebe at� dois sal�rios m�nimos, 81% s�o contr�rios aos protestos e 63% defendem que quem pede interven��o militar seja punido. Entre quem ganha at� dez sal�rios (a margem de erro nesta faixa � de 14 pontos), 51% n�o apoiam os protestos e 33% consideram necess�ria puni��o.
Ao longo de todo o seu mandato, Bolsonaro manteve um discurso de questionamento das urnas eletr�nicas, colocando sob suspei��o a confiabilidade da Justi�a Eleitoral. Teorias conspirat�rias e mentiras alegando fraude no pleito deste ano foram amplamente divulgadas pelas redes sociais ap�s o primeiro turno.
Assim que terminou o segundo turno, no domingo de 30 de outubro, o discurso predominante em grupos bolsonaristas era de que o pleito tinha sido fraudado.
Na mesma noite, alguns bloqueios de rodovias j� come�aram a ser vistos pelo pa�s. No dia seguinte � elei��o, j� havia 321 pontos de bloqueios em vias de 25 estados e no Distrito Federal.
O n�mero de pistas bloqueadas foi diminuindo ao longo dos dias, mas de modo lento, apesar de determina��o do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, referendada pelo plen�rio da corte, de que todas as vias deveriam ser desobstru�das.
Diferentes v�deos que circularam nas redes mostraram integrantes da PRF (Pol�cia Rodovi�ria Federal) agindo de maneira leniente com as manifesta��es.
Al�m dos atos em rodovias, nos diferentes estados, apoiadores tamb�m se dirigiram para frente de quart�is, onde parte est� acampada. Listas com os endere�os come�aram a circularam intensamente em grupos de conversa no dia seguinte � derrota de Bolsonaro nas urnas.
Desde que os atos come�aram, houve uma escalada da viol�ncia, incluindo agress�es, sabotagem, saques, sequestro e tentativa de homic�dio, como mostrou reportagem da Folha.
A tens�o e a viol�ncia tiveram um pico em Bras�lia no dia em que Lula foi diplomado em cerim�nia no TSE, em 12 de dezembro. Apoiadores de Bolsonaro tentaram invadir o pr�dio da Pol�cia Federal e ap�s serem repelidos pela pol�cia, foram para outras vias da cidade e atearam fogo em �nibus e em carros.
Na semana passada, em 15 de dezembro, a Pol�cia Federal cumpriu 81 mandados de busca e apreens�o contra envolvidos em manifesta��es antidemocr�ticas, tamb�m por determina��o de Moraes, no �mbito do inqu�rito que apura os atos relacionados ao feriado de 7 de Setembro.
