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Estado de Minas DIA DA POSSE

Posse de Lula: pris�o de suspeito de terrorismo aumenta tens�o

Autoridades envolvidas na cerim�nia do dia primeiro de janeiro falam na necessidade de revis�o dos planos e refor�o do policiamento diante do cen�rio


25/12/2022 20:14 - atualizado 25/12/2022 22:06

Lula
Petistas, aliados do futuro mandat�rio e autoridades do pa�s temem novas tentativas de terrorismo (foto: Ricardo Stuckert)
A pris�o no s�bado (24), v�spera de Natal, do homem suspeito de ter tentado explodir um caminh�o de combust�vel em Bras�lia, aumentou o clima de tens�o em torno da posse do presidente eleito, Luiz In�cio Lula da Silva (PT), que ocorrer� em uma semana.

 

Petistas, aliados do futuro mandat�rio e autoridades do pa�s temem novas tentativas de terrorismo e dizem que aumenta a press�o para a desmobiliza��o do acampamento de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), no QG do Ex�rcito, na capital federal, a poucos quil�metros da cerim�nia de posse.

 

Bolsonaro n�o se manifestou sobre o epis�dio e apenas postou uma mensagem de Natal nas redes sociais.

 

Autoridades envolvidas na cerim�nia do dia primeiro de janeiro falam na necessidade de revis�o dos planos e refor�o do policiamento diante do cen�rio.

 

Desde o resultado das elei��es proclamado no segundo turno, bolsonaristas se re�nem no local para protestar contra a vit�ria do petista. Eles pedem interven��o militar e alimentam o discurso de que Lula n�o vai tomar posse.

 

A Pol�cia Civil do Distrito Federal prendeu o suspeito no s�bado, como antecipou a Folha. No depoimento ao qual a reportagem teve acesso, George Sousa disse ser bolsonarista e participar do acampamento no QG.

 

O caso aumentou a press�o sobre o Ex�rcito, que vem sendo h� semanas cobrado para desmobilizar os manifestantes. Ministros do Supremo fazem parte dos que defendem a imediata desocupa��o do local.

 

De acordo com integrantes da alta c�pula da for�a, h� inten��o de desmontar a estrutura do local at� o pr�ximo dia 30. Na condi��o de anonimato, eles dizem que ainda haver� gente l� no dia da posse, mas o acampamento estar� quase 100% desmobilizado.

 

Integrantes do Ex�rcito passaram a desmontar barracas, mudar permiss�o para estacionamento e proibir trio el�trico no local h� cerca de 15 dias. Segundo um general ouvido pela Folha, o feriado do Natal foi importante para garantir que alguns voltassem para suas casas.

 

Para militares, se a desmobiliza��o for truculenta, pode aumentar a temperatura e piorar o cen�rio.

 

Se at� outrora eles defendiam as manifesta��es do QG, o discurso entre integrantes das For�as Armadas tem mudado com o comportamento violento dos atos.

 

Agora, alguns deles passaram a dizer que os manifestantes n�o s�o bem-vindos. Segundo essas pessoas, h� alguns bem intencionados no local, mas n�o pode haver "marginais". Eles dizem temer ainda algum tipo de vincula��o com o Ex�rcito.

 

Autoridades envolvidas na posse presidencial devem se reunir nesta semana para falar dos planos para o evento. V�rias delas falaram � reportagem que h� muita preocupa��o e que � preciso ainda mais cuidado do que o que j� havia sido programado.

 

Al�m do sil�ncio de Bolsonaro, o ministro da Justi�a, Anderson Torres, demorou a se manifestar. A Folha chegou a procur�-lo no come�o da tarde deste domingo, mais de 24 horas ap�s o explosivo ser desativado. Alguns minutos depois, Torres usou as redes sociais para afirmar que acionou a Pol�cia Federal para acompanhar as investiga��es.

 

"Importante aguardarmos as conclus�es oficiais, para as devidas responsabiliza��es", escreveu.

 

Integrantes do governo eleito se queixam do que classificam como omiss�o e coniv�ncia do governo federal e do Ex�rcito. Dizem que o acampamento deveria ter sido desfeito h� muito mais tempo, e relembram da escalada de viol�ncia no dia da diploma��o da chapa Lula-Alckmin no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

 

Na ocasi�o, bolsonaristas tentaram invadir a sede da Pol�cia Federal, atearam fogo em carros e causaram o caos na capital. Eles justifiticaram os protestos pela pris�o ordenada por Alexandre de Moraes naquele dia do ind�gena Jos� Ac�cio Serere Xavante, por sua participa��o em atos antidemocr�ticos na capital federal.

 

Petistas pontuam que, apesar da cobran�a em cima do governo eleito, eles ainda n�o t�m a caneta para investigar ou punir criminosos. Aliados de Lula e autoridades policiais ligaram alerta especialmente diante do arsenal encontrado com Sousa.

 

"Os graves acontecimentos de ontem em Bras�lia comprovam que os tais acampamentos 'patriotas' viraram incubadoras de terroristas. Medidas est�o sendo tomadas e ser�o ampliadas, com a velocidade poss�vel", disse o futuro ministro da Justi�a, Fl�vio Dino (PSB), em suas redes sociais.

 

Ele disse ainda que o armamentismo cria "degenera��es" e que � preciso super�-lo. O PT ganhou a elei��o defendendo revogar decretos armamentistas de Bolsonaro, que flexibilizou e aumentou a circula��o de armas de curto e longo calibre em sua gest�o. O presidente tamb�m usava politicamente o discurso do armamento, ao dizer que "um povo armado jamais ser� escravizado".

 

A frase, inclusive, foi citada pelo bolsonarista preso pela pol�cia no s�bado, em seu depoimento, a que a Folha teve acesso. Ele disse que planejou com manifestantes do QG a instala��o de explosivos em pelo menos dois locais da capital federal para "dar in�cio ao caos" que levaria � "decreta��o do estado de s�tio no pa�s", o que poderia "provocar a interven��o das For�as Armadas".

 

Na vers�o dada aos policiais, o investigado mencionou o artefato localizado neste s�bado (24) nas imedia��es do aeroporto de Bras�lia e tamb�m planos da instala��o de explosivos em postes de energia pr�ximos a uma subesta��o de distribui��o em Taguatinga, cidade do Distrito Federal.

 

"Uma mulher desconhecida sugeriu aos manifestantes do QG que fosse instalada uma bomba na subesta��o de energia em Taguatinga para provocar a falta de eletricidade e dar in�cio ao caos que levaria � decreta��o do estado de s�tio", disse Sousa, que � do Par� e tem 54 anos.

 

O apoiador de Bolsonaro tamb�m afirmou � pol�cia que, no dia 12, teria conversado com PMs e bombeiros acionados por conter os manifestantes e que, naquele momento, avaliou que os agentes da seguran�a p�blica estavam ao lado do presidente e que em breve seria decretada a interven��o das For�as Armadas.

 

"Por�m, ultrapassado quase um m�s, nada aconteceu e ent�o eu resolvei elaborar um plano com os manifestantes do QG do Ex�rcito para provocar a interven��o das for�as armadas e a decreta��o de estado de s�tio para impedir a instaura��o do comunismo no Brasil", disse.

 

A Pol�cia Civil realizou a pris�o de Soares na noite de s�bado. Pela manh�, a Pol�cia Militar do DF afirmou ter interceptado o artefato explosivo.

 

Segundo fontes da corpora��o, o motorista do caminh�o percebeu que uma caixa havia sido colocada no interior do caminh�o e decidiu acionar a pol�cia. No local, foi encontrada uma pequena dinamite com temporizador.

 

De acordo com pessoas que tiveram acesso � investiga��o, o caminhoneiro n�o tem rela��o com o crime. Mas a pol�cia apura outros envolvidos. Em seu depoimento, Sousa cita um outro homem, chamado Alan, e diz que ele teria sido respons�vel por deixar o explosivo no caminh�o.

 

Segundo o detido, eles se conheceram no acampamento em frente ao QG.

� noite, o Ex�rcito foi contatado pelas autoridades locais, que informaram da pris�o e da suposta rela��o do epis�dio com o acampamento. Segundo a Folha apurou, Alan foi procurado, mas n�o estaria mais em frente ao QG.


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