
BRAS�LIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro Ricardo Lewandowski afirmou que a rela��o entre o STF (Supremo Tribunal Federal) e o governo federal deve melhorar com a sa�da do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a ascens�o de Luiz In�cio Lula da Silva (PT) � chefia do Executivo.
Em entrevista � Folha de S.Paulo, Lewandowski n�o descartou sair antes da data, o que pode intensificar a disputa pela sucess�o de sua cadeira na c�pula do Judici�rio.
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Apontado como um dos nomes que ter� mais influ�ncia na escolha para a primeira indica��o ao STF de Lula, o ministro detalhou o perfil que considera adequado para o posto.
"Se eu eventualmente for consultado, eu direi ao presidente que o futuro ministro do STF deve ter, al�m dos requisitos constitucionais, car�ter, coragem e firmeza", afirmou.
Ele tamb�m disse que o fato de Bolsonaro ter se negado a passar a faixa para Lula pode ter deixado a cerim�nia mais bonita. "Eu acho que, digamos assim, uma falha eventual do cerimonial acabou redundando numa oportunidade de trazer o povo brasileiro para a posse."
PERGUNTA - Qual � a import�ncia da posse deste domingo?
RICARDO LEWANDOWSKI - A posse � um espet�culo da democracia e mostra o pluralismo da sociedade brasileira. Ela est� representada, a meu ver, nesse momento importante para o Brasil, que � a posse.
P. - O fato de o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) n�o ter passado a faixa para Lula prejudicou a cerim�nia?
RL - Pelo contr�rio, eu achei que ele recebeu —como ele disse— a faixa do povo brasileiro, foi muito simb�lico. Eu acho que, digamos assim, uma falha eventual do cerimonial acabou redundando numa oportunidade de trazer o povo brasileiro para a posse.
O senhor fica no STF at� maio ou pode deixar a corte antes dessa data? Futuro a Deus pertence.
P. - Ent�o n�o descarta sair um pouco antes?
RL - Quem sabe. De repente, sim. Vou cuidar dos meus netinhos e netas. Muito se diz nos bastidores que o senhor vai ter influ�ncia na escolha do seu sucessor. O senhor ir� indicar algum nome? Se eu eventualmente for consultado, eu direi ao presidente que o futuro ministro do STF deve ter, al�m dos requisitos constitucionais, car�ter, coragem e firmeza.
P. - Vivemos quatro anos de governo Bolsonaro com muitos embates entre Executivo e Judici�rio. A tend�ncia � que os �nimos se acalmem no governo Lula?
RL - Penso que a tend�ncia � realmente voltar-se � harmonia entre os Poderes, porque os Poderes s�o independentes, mas tamb�m harm�nicos. Se eles n�o viverem em situa��o de harmonia, n�s estamos em um contexto de inconstitucionalidade. Ent�o, precisa haver independ�ncia, mas tamb�m harmonia, colabora��o rec�proca.
P. - O senhor acha que esse � o clima geral no Supremo?
RL - Eu penso que � o clima geral do Supremo, � o clima entre os Poderes tamb�m. Penso que a confraterniza��o que se v� hoje entre senadores, deputados, ministros das cortes superiores e tamb�m do Executivo, futuros ministros de Estado, prenuncia esse relacionamento positivo, favor�vel. Esse entrosamento em prol dos interesses superiores da na��o.
P. - O senhor j� sabe o que vai fazer quando deixar o STF?
RL - O pr�ximo passo � intensificar as atividades acad�micas, sou professor na USP (Universidade de S�o Paulo), cuidar dos netos e netas. E depois vamos ver. O futuro a Deus pertence.
P. - Mas o senhor est� aberto a ocupar algum posto relevante no governo Lula?
RL - Vou voltar para a advocacia, que eu exerci no passado j� um tanto quanto remoto.
P. - Como o senhor viu as especula��es de que assumiria o Minist�rio da Defesa?
RL - Eu fico lisonjeado com a lembran�a, mas nada havia de positivo nessas especula��es.
P. - O senhor acha que n�o seria de bom-tom deixar o STF para integrar o governo?
RL - Nem pensei nisso porque eu vou terminar a tarefa.
P. - N�o houve convite?
RL - N�o houve convite nenhum.