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Estado de Minas TURISMO

Ministra de Lula chamou miliciano de 'lideran�a' durante campanha

Assessoria da ministra afirmou, em nota, que Daniela recebeu apoio pol�tico em diversos munic�pios nas elei��es de 2018


03/01/2023 20:35 - atualizado 03/01/2023 20:40

Lula e Daniela Carneiro
Luiz In�cio Lula da Silva (PT) nomeou Daniela Carneiro (Uni�o Brasil-RJ) como ministra do Turismo ap�s tomar posse no �ltimo domingo (1�) (foto: Pedro Ladeira/Folhapress)
A ministra do Turismo, Daniela Carneiro (Uni�o Brasil), classificou como uma "lideran�a" o ex-PM Juracy Prud�ncio, o Jura, apontado como chefe de uma mil�cia na Baixada Fluminense. A afirma��o foi feita durante a campanha eleitoral de 2018, quando ele j� estava condenado.

O miliciano participou ativamente da campanha da ministra � C�mara dos Deputados h� quatro anos, quando cumpria regime semiaberto pela condena��o por homic�dio e associa��o criminosa. Ele chegou a atrasar o retorno � cadeia num dia para participar, no palanque, de um com�cio ao lado de Daniela.


Ap�s a campanha, o miliciano foi um dos convidados para festa de anivers�rio do prefeito de Belford Roxo, Waguinho, marido da ministra, no fim de outubro de 2018.


Como a Folha de S.Paulo mostrou nesta ter�a-feira (3), o grupo pol�tico da ministra mant�m h� ao menos quatro anos v�nculo com a fam�lia do ex-PM. A mulher do miliciano, Giane Prud�ncio, manteve a alian�a e apoiou Daniela neste ano.


A assessoria da ministra afirmou, em nota, que Daniela recebeu apoio pol�tico em diversos munic�pios nas elei��es de 2018. Disse tamb�m n�o ter rela��o com nomea��es feitas na prefeitura.

 

Leia mais: Prefeita bolsonarista cumpre promessa e renuncia ap�s posse de Lula


"Ela ressalta que o apoio pol�tico n�o significa que ela compactue com qualquer apoiador que porventura tenha cometido algum ato il�cito. Daniela Carneiro salienta que compete � Justi�a julgar quem comete poss�veis crimes", diz a nota.


O advogado Luan Palmeira, que defende o ex-PM, disse que "a pretensa proximidade entre Juracy e Giane Jura com Daniela do Waguinho n�o possui o cond�o de arranhar a reputa��o da ministra do Turismo".


Daniela foi nomeada como uma forma de contemplar a Uni�o Brasil e ampliar a presen�a feminina na montagem dos minist�rios. Tamb�m foi uma retribui��o pelo empenho dela e do marido na campanha do segundo turno em favor do presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT). O casal foi uma das poucas lideran�as a apoiar abertamente o petista na Baixada Fluminense.


Um dos atos eleitorais de Daniela e Jura ocorreu nos bairros Rosa dos Ventos e Jardim Pernambuco, em Nova Igua�u, em 22 de setembro de 2018. A ministra publicou em suas redes sociais fotos ao lado do ex-PM, de sua mulher e do deputado estadual M�rcio Canella (Uni�o Brasil), com quem fez campanha conjunta em 2018 e 2022.


"Agradecemos pela recep��o das lideran�as Geane [Giane] e Jura, e pelo carinho de toda popula��o local", escreveu a ministra. O post foi retirado do ar nesta ter�a, ap�s a publica��o da reportagem.


Naquele s�bado, Jura deveria estar cumprindo expediente na Prefeitura de Belford Roxo, onde havia sido nomeado assessor em junho de 2017. A sa�da da pris�o, de segunda-feira a s�bado, era permitida apenas para comparecimento ao emprego no munic�pio, cujo prefeito j� era Waguinho (Uni�o Brasil).


O ex-PM caminhou com a ministra quando j� havia sido condenado pela acusa��o de comandar a mil�cia "Bonde do Jura", que atuava em Belford Roxo, Queimados, Nova Igua�u e S�o Jo�o de Meriti. Ele foi preso em 2009 e j� somava 26 anos de pena acumulada pela pr�tica de amea�as, extors�es e homic�dio na regi�o, inclusive no bairro em que fez campanha com Daniela.


Jura tamb�m organizou naquele ano um com�cio para Daniela e Canella no dia 11 de setembro no Educand�rio S�o Cl�udio, em Comendador Soares, bairro de Nova Igua�u. Ele subiu ao palco ao lado dos dois candidatos e do prefeito Waguinho, todos � �poca no MDB.


O evento come�ou �s 19h. Naquele hor�rio, o ex-PM j� deveria estar a caminho do Instituto Penal C�ndido Mendes, no centro do Rio de Janeiro, em raz�o do fim do seu expediente na prefeitura. De acordo com a folha disciplinar na Secretaria de Administra��o Penitenci�ria, Jura atrasou quatro horas para retornar � unidade. Ele n�o foi punido.

 

Jura esteve nomeado no cargo na prefeitura at� janeiro de 2020, quando reportagens do jornal Extra e da TV Globo mostraram sua nomea��o e fotos de sua atua��o na campanha de Daniela. A Justi�a decidiu suspender o benef�cio, e ele foi transferido para a Cadeia P�blica Constantino Cokot�s, no centro de Niter�i.


Investiga��o posterior do Minist�rio P�blico apontou ind�cios de irregularidade na comprova��o da presen�a ao trabalho.

As folhas de ponto, apresentadas como prova de comparecimento ao trabalho, estavam assinadas pelo secret�rio Robenilson Fernandes, mesmo em per�odos nos quais ele n�o estava no cargo como chefe imediato de Jura.


O pr�prio ex-PM afirmou, em depoimento � Promotoria, que n�o foi empossado no cargo e que n�o estava recebendo os R$ 3.000 mensais de remunera��o devida.


Apesar disso, o miliciano foi absolvido pelo epis�dio no processo administrativo dentro da Secretaria de Administra��o Penitenci�ria. A apura��o teve como �nica dilig�ncia o depoimento do ex-PM.


Desde ent�o, Jura n�o consegue mais na Justi�a benef�cios para sair da pris�o. O Minist�rio P�blico considera que ele � "detentor de poderio e de capacidade para arregimentar homens e armas dentro de sua estrutura criminosa, mesmo estando preso". A Secretaria de Administra��o Penitenci�ria, por sua vez, classifica seu comportamento como excepcional.


Na campanha de 2022, Giane manteve seu apoio � dupla Daniela e Canella. Ela inclusive participou do lan�amento da candidatura dos dois, sendo uma das que subiram ao palco com os candidatos. Nas suas redes sociais, a mulher do miliciano divulgou diversas caminhadas em favor da ministra, com material de campanha, como faixas, panfletos e adesivos.


A ministra foi reeleita deputada federal como a mais votada no Rio de Janeiro. Como a Folha mostrou em outubro, a campanha dela foi marcada pelo apoio irregular de oficiais da Pol�cia Militar e pelo ambiente hostil e armado contra advers�rios pol�ticos de sua base eleitoral.


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