O evento contou com presen�a dos ex-ministros do Esporte Orlando Silva e Leandro Cruz, novos ministros de Luiz In�cio Lula da Silva (PT), como Anielle Franco (Igualdade Racial) e representantes da �rea. Nenhum dos tr�s secret�rios da pasta do �ltimo governo compareceu.
"[Vamos] fazer uma revolu��o e inverter a l�gica que sempre colocou como prioridade o alto rendimento, o topo da pir�mide de uma estrutura que deveria ser garantidora do esporte para todos, como previsto na Constitui��o", afirmou.
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"J� ouvimos esse discurso milhares de vezes, mas desta vez a janela de oportunidade � �nica, porque h� entendimento com o presidente Lula. Diria mesmo que � um milagre que aconteceu nessa �rea, para quem defende o esporte como direito de todos. N�o seria eu nessa cadeira se n�o fosse essa a inten��o", disse.
Ela tamb�m anunciou os nomes que v�o ocupar postos na pasta: Marta Sobral, ex-jogadora de basquete, para a secretaria de alto rendimento; Jorge Luis Ferrarezi, ex-vereador de S�o Bernardo, para a secretaria de futebol e torcida; e Diogo Silva, ex-lutador de taekwondo, que ainda n�o teve seu papel detalhado pela ministra.
"N�o vamos fazer atendimento em esporte com o or�amento do minist�rio. O or�amento do minist�rio � para fazer pol�tica, para desenhar pol�tica, sensibilizar outras pastas e incrementar os atendimentos de educa��o, de sa�de, no esporte, �reas que t�m or�amento muito maior", afirmou.
"A gente tem que buscar onde est� o or�amento da crian�a, o or�amento do idoso, do adulto. Porque esse indiv�duo tem por direito acesso a v�rias pol�ticas, dentre elas o esporte. O desafio � fazer esse desenho estrat�gico para que tamb�m tenha acesso ao esporte. E o dinheiro a gente vai atr�s", completou.
Um dos seus objetivos � diminuir a taxa de sedentarismo no pa�s. Segundo ela, apenas 30% da popula��o era ativa antes da pandemia, e o n�mero piorou desde ent�o.
Moser ainda fez dois acenos durante seu discurso. Disse que h� um di�logo com o Minist�rio dos Povos Ind�genas para "tratar do esporte ind�gena e do esporte nas comunidades ind�genas". E citou as torcidas organizadas, com quem pretende fazer parcerias para ampliar o acesso ao esporte.
"Nos �ltimos anos, as torcidas mostraram mobiliza��o social, e avaliamos como positiva a humaniza��o dessas rela��es", disse.
Finalmente, ela evitou criticar jogadores que n�o compareceram ao vel�rio de Pel�, realizado em Santos entre segunda (2) e ter�a-feira (3), mas disse que isso � fruto da pouca consci�ncia pol�tica e mobiliza��o social entre atletas —algo que sua pasta deve tentar mudar.
"N�o posso fazer julgamento de valor, mas sabemos que o esporte � um meio pouco politizado, pouco participativo na vida da sociedade [...]. Essa [maior] participa��o pol�tica � um anseio, um objetivo nosso, porque significa a amplia��o de cultura do esporte", afirmou.
"Deveria se dar o nome do Rei Pel� para muitas escolas, porque assim os alunos dessas escolas v�o aprender a historia do Pel�, que � a historia do esporte brasileiro", completou.
Moser � a primeira mulher ministra do Esporte do Brasil e o primeiro nome a chefiar a pasta em um governo petista que n�o � ligado diretamente a um partido pol�tico. Desde o primeiro governo Lula, a pasta foi ocupada por integrantes do pr�prio PT e do PC do B e tamb�m j� ficou nas m�os do PRB (hoje, Republicanos).
Nas quadras, Moser foi bronze nas Olimp�adas de Atlanta (1996) —a primeira medalha ol�mpica do v�lei feminino brasileiro. Aposentou-se tr�s anos depois e passou a se dedicar a projetos sociais.
Fundou o Instituto Esporte e Educa��o e, mais recentemente, dirigiu a organiza��o Atletas Pelo Brasil. � frente da entidade, a ex-jogadora de v�lei foi uma das articuladoras da sociedade civil em prol da Lei Geral do Esporte e do Plano Nacional do Desporto. Na equipe de transi��o do governo Lula, Moser integrou o grupo de trabalho do esporte.
A atua��o com foco no aspecto educacional, de sa�de e social da pr�tica esportiva contrasta com a marca dos primeiros governos petistas, os megaeventos, como a Copa do Mundo e os Jogos Ol�mpicos do Rio de Janeiro, que depois acabaram criticados por seu legado in�cuo.
Segundo ela, foi um pedido de Lula que sua gest�o foque no esporte para todos. "Esse esporte presente na vida das pessoas, o esporte de cada um em diferentes fases da vida. � esse esporte que ele quer", afirmou � Folha de S.Paulo no dia de seu an�ncio oficial para a pasta.
Foi esse perfil —que mistura a experi�ncia como atleta de alto rendimento com a gest�o social—, dizem pessoas do setor, que a cacifou para o cargo. Ela � vista com bons olhos por ONGs, por atletas e tamb�m por confedera��es.
Apesar de anos de trabalho na gest�o esportiva e no debate sobre pol�ticas p�blicas, Moser pouco atuou dentro do Estado.
Foi nomeada diretora do Centro Ol�mpico do Parque do Ibirapuera, dentro da estrutura da Secretaria de Esportes de S�o Paulo, e integrou o Conselho Nacional do Esporte, do Minist�rio do Esporte, ambos cargos n�o t�o centrais dentro das respectivas pastas.