
Os criminosos, estimulados pela ret�rica golpista de Bolsonaro, n�o se conformam com a elei��o de Luiz In�cio Lula da Silva (PT), que tomou posse no dia 1º de janeiro. "A depreda��o s� serviu para cobrir nossa p�tria de vergonha", sustentou o reitor. "N�o podemos, de forma nenhuma, deixar prevalecer a impunidade", continuou.
Mais de 800 pessoas acompanharam suas declara��es, num evento convocado na v�spera. Vez ou outra, suas palavras eram interrompidas por aplausos e gritos da plateia, repetindo o bord�o: "Sem anistia". O reitor concordava. "Estamos aqui para defender o Estado democr�tico de Direito. Expressar nosso rep�dio aos atos de terrorismo."
E mais: "Estamos aqui para exigir, sem meias palavras, que os respons�veis pelos crimes de barb�rie sejam, todos eles, seus financiadores e seus agentes, diretos ou indiretos, investigados e punidos na forma da lei".
Relembrando que, no dia 11 de agosto de 2022, milhares de pessoas compareceram ao mesmo local para repudiar um "golpismo que j� se ensaiava", disse que o evento desta segunda tinha o intuito de "barrar atos ainda piores".
Leia: Presidente do Tribunal de Justi�a de MG repudia invas�o em Bras�lia
N�o foi outro o tom de Celso Fernandes Campilongo, diretor da Faculdade de Direito. Definindo a a��o dominical bolsonarista como "atos de viol�ncia, atos de �dio, crimes de desrespeito � ordem constitucional, ao estado democr�tico de direito e � cidadania no Brasil", ele tamb�m cobrou puni��o.
"Responsabiliza��o administrativa para aquelas que ocupam fun��es p�blicas. Responsabiliza��o civil, indeniza��o aos cofres p�blicos. E especialmente as penas da lei para aquelas que tentaram o fracassado golpe de estado ontem", disse.
Por inevit�vel, Campilongo tamb�m mencionou o 11 de agosto, mas para olhar adiante. Se h� cinco meses se adotou uma medida preventiva, disse o diretor, hoje o mote � outro. "Hoje � a t�nica do revigoramento da democracia", afirmou. Campilongo encerrou seu discurso com outro bord�o, repetido em brado pelo audit�rio lotado: "N�o passar�o".
Outra oradora do evento na USP, Patricia Vanzolini, presidente da seccional de S�o Paulo da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), deu a senha para sua categoria: "� importante que toda a comunidade jur�dica fale em un�ssono: � golpe e � crime. N�o � liberdade".
Em rea��o ao golpismo, diversas entidades divulgaram notas de rep�dio no pr�prio domingo. Foram centrais sindicais, organiza��es da sociedade civil, universidades e entidades empresariais e da comunica��o que pediram responsabiliza��o de financiadores e participantes.
A pr�pria Faculdade de Direito da USP se manifestou com uma nota assinada por Celso Fernandes Campilongo e Ana Elisa Bechara, respectivamente diretor e vice-diretora.
No texto, eles classificaram os atos de domingo como "lament�veis, criminosos e terroristas", dizendo que foram "praticados por irrespons�veis contra o Estado de Direito e as institui��es da Rep�blica".
Clamando pela "imediata restaura��o da ordem e rigorosa aplica��o da lei contra os infratores e inimigos da democracia", Campilongo e Bechara afirmaram que os atos n�o podem ser tolerados e devem ser punidos com urg�ncia e rigor.
Eles encerraram o texto com o bord�o "Democracia sempre!", que remete � formula��o "Estado de Direito sempre", utilizada ao final da carta lida no dia 11 de agosto do ano passado na pr�pria Faculdade de Direito da USP.
Na ocasi�o, diversas entidades da sociedade civil assinaram o manifesto. Era ent�o uma rea��o ao discurso golpista de Bolsonaro, que questionava as urnas eletr�nicas e amea�ava n�o reconhecer a elei��o.
A express�o "democracia para sempre" tamb�m foi usada por Lula em seu discurso de posse na semana passada.