
Pol�ticos mineiros participaram das manifesta��es golpistas em Bras�lia, que culminaram na invas�o e na depreda��o do Pal�cio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF). Para pelo menos um deles, o vereador de Betim Gilson da Autoescola (Cidadania), essa defesa de atos antidemocr�ticos pode render problemas para o seu mandato. Ontem, o presidente da C�mara Municipal, L�o Contador (Uni�o Brasil), encaminhou o caso � Comiss�o de �tica, que decidir� se abre um processo contra o parlamentar. Gilson da Autoescola n�o s� caminhou ao lado dos golpistas na Esplanada, como registrou sua participa��o no movimento e postou nas redes sociais.
Depois das postagens, feitas na tarde de domingo, o vereador voltou �s redes � noite para tentar explicar que tinha ido a Bras�lia esperando um ato pac�fico e democr�tico. O parlamentar repudiou as a��es violentas perpetradas pelos que protestavam na capital federal. “Quero externar minha indigna��o com os atos de viol�ncia e depreda��o ocorridos em Bras�lia no dia de hoje. Sa� da minha casa na companhia dos meus dois filhos na expectativa de participar de um ato pac�fico e democr�tico. Mas nada disso aconteceu. N�o aprovo e nem participo de nenhuma atitude contra a democracia. O protesto � leg�timo e democr�tico, quebradeira e viol�ncia, n�o”, disse.
Outro que tamb�m foi a Bras�lia participar dos atos golpistas � o ex-candidato a prefeito de Ouro Preto, o professor aposentado da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) Antonio Cl�sio Ferreira. Em v�deo gravado na manh� de domingo, ele mostra como foi montado o acampamento de concentra��o e diz que “a ideia � ter pessoas suficientes e irmos para a Pra�a dos Tr�s Poderes e fechar e cercar os pr�dios dos tr�s Poderes”. O integrante da invas�o terrorista foi candidato a prefeito de Ouro Preto nas elei��es de 2020 pelo partido Democrata Crist�o (DC). Com o nome de urna Professor Clesio, o candidato recebeu 806 votos, cerca de 2% dos votos v�lidos e hoje se intitula membro do grupo Direita Ouro Preto.
Ex-secret�rio Antidrogas e de Direitos Humanos de Divin�polis, no Centro-Oeste de Minas, Lu�s Gonzaga Milit�o (PSDB) � outro pol�tico mineiro que estava entre os manifestantes que invadiram as sedes dos tr�s Poderes, em Bras�lia. Um v�deo nas redes sociais mostra o momento em que ele sobe a rampa do Congresso Nacional.
“O Brasil sobe a rampa do Congresso. O povo brasileiro assume o primeiro item da nossa Constitui��o, o poder emana do povo. Viva a liberdade, viva os brasileiros. Venceremos”, afirmou na grava��o. Milit�o ocupou a secretaria da Prefeitura de Divin�polis entre 2013 e 2014. Ele tamb�m passou por outras fun��es durante a gest�o do ent�o prefeito Vladimir Azevedo (PSDB).
“O Brasil sobe a rampa do Congresso. O povo brasileiro assume o primeiro item da nossa Constitui��o, o poder emana do povo. Viva a liberdade, viva os brasileiros. Venceremos”, afirmou na grava��o. Milit�o ocupou a secretaria da Prefeitura de Divin�polis entre 2013 e 2014. Ele tamb�m passou por outras fun��es durante a gest�o do ent�o prefeito Vladimir Azevedo (PSDB).
O presidente do diret�rio local, o vereador Eduardo Print Jr., disse que analisa uma poss�vel expuls�o do tucano. “Estou aguardando a autoriza��o da Executiva Estadual, porque o Milit�o tem uma hist�ria com o PSDB, para saber se haver� alguma recomenda��o no sentido de 'n�o vamos aceitar atos como este' ou se deveremos seguir o estatuto”, disse Print Jr. Milit�o foi candidato a prefeito de Divin�polis nas elei��es de 2016, mas terminou em terceiro lugar.
Deputado mostrou v�deos da invas�o a Bras�lia
O deputado estadual Sargento Rodrigues (PL) diz que n�o foi a Bras�lia participar das manifesta��es golpistas, mas ainda no domingo ele compartilhou v�deos mostrando a invas�o �s sedes dos tr�s Poderes. Aliado e correligion�rio do ex-presidente Jair Bolsonaro, tentou justificar a a��o dos terroristas.
"Como policial militar, sempre defendi e defenderei a manuten��o da ordem p�blica, mas a ordem p�blica deve ser exemplo das maiores autoridades. No entanto, vem subvertendo a ordem e a pr�pria Constitui��o", declarou em uma das postagens. Horas depois, ele fez uma nova publica��o. "Deixei claro que sempre defendi e defenderei a manuten��o da ordem p�blica, n�o compactuando com vandalismos e agress�es", ponderou.
"Como policial militar, sempre defendi e defenderei a manuten��o da ordem p�blica, mas a ordem p�blica deve ser exemplo das maiores autoridades. No entanto, vem subvertendo a ordem e a pr�pria Constitui��o", declarou em uma das postagens. Horas depois, ele fez uma nova publica��o. "Deixei claro que sempre defendi e defenderei a manuten��o da ordem p�blica, n�o compactuando com vandalismos e agress�es", ponderou.
O deputado estadual tamb�m atacou o presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT), a imprensa e o Poder Judici�rio. "A revolta popular foi provocada pelas maiores 'autoridades' de nosso pa�s. Est�o ignorando os apelos e os gritos por justi�a justa".
O vereador de BH e deputado federal eleito Nikolas Ferreira (PL-MG) foi outro aliado de Bolsonaro que comentou os atos terroristas na sede dos Poderes. Disse ser contra atos de vandalismo e depreda��o do patrim�nio p�blico, para em seguida disparar cr�ticas � esquerda, alegando que eles promovem movimentos violentos. Nikolas tamb�m ressaltou no v�deo que nunca cometeu um ato de vandalismo e que por isso poderia criticar os extremistas. A declara��o foi dada em uma transmiss�o ao vivo e depois compartilhada nas outras redes sociais, na noite desse domingo. "Eu tenho legitimidade para isso. Agora, a esquerda sendo contra isso. Que moral voc�s t�m? Afinal de contas, n�o � Carlos Marighella que � o heroi de voc�s, o terrorista?", disparou Nikolas.
O vereador ainda criticou o posicionamento do presidente da Venezuela, Nicol�s Maduro, que repudiou os atos de vandalismo. Nikolas tamb�m disse que acha incoerente o deputado federal eleito Guilherme Boulos (Psol-SP) ter sido chamado por uma emissora de TV para comentar o ato terrorista. "Manifesta��es precisam ser pac�ficas, ordeiras e assim que eu as defendo, mas tamb�m devem ser respeitadas e n�o tratadas com deboche ou 'perdeu man�'. Ent�o aqui, repassando: eu tenho moral pra poder falar isso. Eu tenho moral, voc�, de esquerda, n�o, valeu", disse Nikolas.
Reitor tamb�m apoiou ataques
O reitor da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), Janir Alves Soares, publicou, no Instagram, uma s�rie de conte�dos simp�ticos � a��o de terroristas que depredaram pr�dios p�blicos em Bras�lia (DF), no domingo. Ontem, a deputada estadual mineira Beatriz Cerqueira (PT) pediu ao ministro da Educa��o, Camilo Santana, a exonera��o do reitor. No documento, obtido pelo Estado de Minas e enviado ao governo federal, a parlamentar aponta "conduta criminosa" por parte de Soares. Presidente da Comiss�o de Educa��o da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), ela diz que o professor "atenta contra o Estado de direito e as suas institui��es democr�ticas".
Nomeado reitor-interventor da universidade pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Soares afirma, em um dos v�deos postados na p�gina, que a tomada da sede do Congresso Nacional ocorreu de "maneira pac�fica", a despeito dos preju�zos materiais retratados em fotos e v�deos. O perfil de Janir no Instagram mistura fotos de momentos particulares, registros da atua��o como reitor e materiais de apoio a Bolsonaro e cr�ticas ao PT do presidente Luiz In�cio Lula da Silva. No v�deo publicado anteontem, minutos ap�s o in�cio da invas�o ao Congresso, ao Pal�cio do Planalto e � sede do Supremo Tribunal Federal (STF), ele celebra a a��o golpista, que terminou em vandaliza��o do patrim�nio p�blico.
"H� poucos minutos, o povo assumiu o comando do Congresso Nacional de uma maneira pac�fica. Hoje, n�s tivemos a sensibiliza��o, inclusive das pessoas respons�veis pela guarda do Congresso, pois entenderam que esta Casa � do povo – e o povo quer o respeito �s leis e a manuten��o do Estado e da ordem", festeja.
Na grava��o, Janir lembra o bloqueio da BR-367, em Diamantina, no Jequitinhonha. A paralisa��o do fluxo de ve�culos na rodovia ocorreu no in�cio de novembro passado, dias ap�s a vit�ria de Lula sobre Bolsonaro ser proclamada.
"Este � o Brasil que n�s queremos deixar para os nossos filhos e netos. Me orgulho de ser brasileiro e lutar por esta p�tria. Parab�ns a todos que n�o desistiram, ao longo de 68 dias de luta, de trabalho e de defender as cores da nossa bandeira", pontuou, antes de recorrer ao lema Deus, p�tria, fam�lia e liberdade, utilizado por Bolsonaro ao longo da campanha eleitoral do ano passado. Em outra postagem, ele exime pessoas que chama de "patriotas" da responsabilidade pelos danos causados aos edif�cios invadidos. Sem provas, o reitor atribui as depreda��es a "infiltrados".
Na grava��o, Janir lembra o bloqueio da BR-367, em Diamantina, no Jequitinhonha. A paralisa��o do fluxo de ve�culos na rodovia ocorreu no in�cio de novembro passado, dias ap�s a vit�ria de Lula sobre Bolsonaro ser proclamada.
"Este � o Brasil que n�s queremos deixar para os nossos filhos e netos. Me orgulho de ser brasileiro e lutar por esta p�tria. Parab�ns a todos que n�o desistiram, ao longo de 68 dias de luta, de trabalho e de defender as cores da nossa bandeira", pontuou, antes de recorrer ao lema Deus, p�tria, fam�lia e liberdade, utilizado por Bolsonaro ao longo da campanha eleitoral do ano passado. Em outra postagem, ele exime pessoas que chama de "patriotas" da responsabilidade pelos danos causados aos edif�cios invadidos. Sem provas, o reitor atribui as depreda��es a "infiltrados".
No of�cio em que pede a exonera��o de Janir Alves Soares, Beatriz Cerqueira chama a postura do docente de "atentado � democracia". Al�m de reitor, ele � professor-titular da UFVJM, que tem unidades em Diamantina, Te�filo Otoni, Una� e Jana�ba. Doutor Jean Freire, outro deputado estadual do PT, tamb�m quer o afastamento do reitor. Ele pediu � Mesa Diretora da Assembleia o envio, a Camilo Santana, de um requerimento sugerindo a sa�da do dirigente universit�rio.
As postagens de Janir Alves Soares irritaram, tamb�m, representantes da Uni�o Nacional dos Estudantes (UNE). "Essa � uma postura inadmiss�vel de um funcion�rio do Estado, principalmente por exercer o cargo de reitor de uma universidade p�blica, mesmo que seja um interventor", queixou-se Diego Carlos Ferreira, mineiro que ocupa a Diretoria de Universidades P�blicas da entidade estudantil.
As postagens de Janir Alves Soares irritaram, tamb�m, representantes da Uni�o Nacional dos Estudantes (UNE). "Essa � uma postura inadmiss�vel de um funcion�rio do Estado, principalmente por exercer o cargo de reitor de uma universidade p�blica, mesmo que seja um interventor", queixou-se Diego Carlos Ferreira, mineiro que ocupa a Diretoria de Universidades P�blicas da entidade estudantil.
Em e-mail enviado � reportagem, Janir apontou, sem provas, a exist�ncia de fraude no resultado do pleito do ano passado e reiterou a acusa��o a respeito da exist�ncia de "infiltrados" respons�veis pelo quebra-quebra visto na capital federal e que apoia “a pauta de um grupo de cidad�os, pais de fam�lia, pessoas que trabalham, produzem, pagam impostos, que s�o ordeiras e defendem a vida e a liberdade com responsabilidade. Essas pessoas s�o definidas como patriotas. Estamos indignados com a omiss�o do Congresso Nacional e com o ativismo pol�tico do Judici�rio perante as elei��es de outubro de 2022”, afirmou ele.
Sobre o pedido de afastamento feito por Beatriz Cerqueira, o docente disse ter "consci�ncia" dos direitos que a Constitui��o Federal garante aos cidad�os. "Toda acusa��o deve obedecer ao devido processo legal. Digo isso se, de fato, ainda estivermos no Estado democr�tico e de direito", defendeu.
Sobre o pedido de afastamento feito por Beatriz Cerqueira, o docente disse ter "consci�ncia" dos direitos que a Constitui��o Federal garante aos cidad�os. "Toda acusa��o deve obedecer ao devido processo legal. Digo isso se, de fato, ainda estivermos no Estado democr�tico e de direito", defendeu.