Torres passou por audi�ncia de cust�dia na tarde deste s�bado. Nela, o preso � ouvido por um juiz, que avalia se houve eventuais ilegalidades na pris�o.
O criminalista Rodrigo Roca, que defende Torres, acompanhou a sess�o, conduzida pelo desembargador Airton Vieira, do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). O advogado tamb�m levou alguns itens para o ex-ministro e deixou o local por volta de 16h.
Torres � o primeiro a ocupar o cargo de ministro da Justi�a a ser preso desde a redemocratiza��o e o primeiro integrante do governo Bolsonaro preso em consequ�ncia dos atos antidemocr�ticos.
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O ex-ministro havia reassumido o comando da Secretaria de Seguran�a P�blica do Distrito Federal em 2 de janeiro e viajou de f�rias cinco dias depois. Ele n�o estava no Brasil no domingo (8), quando bolsonaristas atacaram os pr�dios do STF, Congresso e Pal�cio do Planalto.
O ent�o secret�rio foi exonerado do cargo por Ibaneis Rocha (MDB) na mesma data, horas antes de o emedebista ser afastado do governo do Distrito Federal por ordem do STF.
Torres estava nos Estados Unidos e teve a pris�o decretada por Moraes no �ltimo dia 10. Ele desembarcou em Bras�lia por volta das 7h30 deste s�bado (14), quando foi preso.
Al�m de sua pris�o, Moraes determinou buscas na resid�ncia do ex-ministro.
Na quinta-feira (12), a Folha revelou que, durante a opera��o, a Pol�cia Federal encontrou na resid�ncia de Torres uma minuta (proposta) de decreto para o ent�o presidente Bolsonaro instaurar estado de defesa na sede do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
O objetivo, segundo o texto, era reverter o resultado da elei��o, em que Lula saiu vencedor. Tal medida seria inconstitucional.
A PF vai investigar as circunst�ncias da elabora��o da proposta. Ele nega ser o autor da minuta e disse que uma pilha de documentos na sua casa iria ser triturada.
Ap�s a decreta��o da pris�o, Torres publicou nas redes sociais que regressaria ao Brasil para se entregar � Justi�a. "Sempre pautei minhas a��es pela �tica e pela legalidade. Acredito na Justi�a brasileira e na for�a das institui��es. Estou certo de que a verdade prevalecer�", disse.
Ele tamb�m alega que havia um plano de seguran�a para conter os manifestantes que cometeram os atos de vandalismo no domingo.
Na sexta (13), o ministro da Justi�a e Seguran�a P�blica, Fl�vio Dino, afirmou que o governo Lula pediria a extradi��o de Torres caso ele n�o voltasse ao Brasil at� segunda (16).
Ao justificar a medida contra Torres, Moraes disse que as condutas do ex-ministro de Bolsonaro e do ex-comandante da Pol�cia Militar do Distrito Federal Fabio Augusto Vieira —que foi preso— s�o grav�ssimas e colocam em risco as vidas do presidente Lula (PT), de deputados federais, de senadores e de ministros da corte.
Moraes disse que os fatos narrados em investiga��o da Pol�cia Federal, autora do pedido de pris�o, "demonstram uma poss�vel organiza��o criminosa que tem por um de seus fins desestabilizar as institui��es republicanas".
"No caso de Anderson Torres e Fabio Augusto Vieira, o dever legal decorre do exerc�cio do cargo de secret�rio de Seguran�a P�blica do Distrito Federal e de comandante-geral da Pol�cia Militar do Distrito Federal, e a sua omiss�o ficou amplamente comprovada pela previsibilidade da conduta dos grupos criminosos e pela falta de seguran�a que possibilitou a invas�o dos pr�dios p�blicos", afirmou o ministro do STF.
Em sess�o virtual encerrada na quarta-feira (11), o Supremo referendou, por maioria, a ordem de pris�o expedida pelo ministro. Votaram contra os ministros Kassio Nunes Marques e Andr� Mendon�a —este ex-colega de Torres no minist�rio de Jair Bolsonaro.
Na sexta, Moraes acolheu pedido da PGR (Procuradoria-Geral da Rep�blica) para que Bolsonaro seja inclu�do no inqu�rito que apura a instiga��o e autoria intelectual dos ataques golpistas que resultaram na depreda��o da sede dos tr�s Poderes.
O pedido ao Supremo n�o � assinado por Augusto Aras, mas pelo subprocurador-geral da Rep�blica Carlos Frederico Santos, coordenador do Grupo Estrat�gico de Combate aos Atos Antidemocr�ticos, montado ap�s os ataques do �ltimo dia 8.