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Estado de Minas ENTREVISTA

Roberto Andrade: 'Desafio � conseguir que projetos cheguem ao Plen�rio'

De olho na presid�ncia da Assembleia, deputado estadual e atual l�der do governo defende independ�ncia entre poderes e diz que a ALMG precisa estar no interior


15/01/2023 04:00 - atualizado 14/01/2023 22:57

deputado estadual roberto andrade em entrevista na almg em frente a uma bandeira de minas gerais
Roberto Andrade � empres�rio do ramo da constru��o civil e deputado estadual desde 2015 (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

O deputado estadual Roberto Andrade (Patriota), l�der do governador Romeu Zema (Novo) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e reeleito para o terceiro mandato, se colocou � disposi��o para a disputa da elei��o da presid�ncia da Casa. O pleito � feito a cada dois anos e deve ocorrer em fevereiro, ap�s a posse dos 77 parlamentares escolhidos pela popula��o mineira. O atual presidente, Agostinho Patrus (PSD), foi eleito conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e j� est� nomeado por Zema para a vaga. Em entrevista ao Estado de Minas, Andrade defendeu a harmonia e a independ�ncia da Assembleia, falou sobre a rela��o entre os poderes e elencou os principais desafios para os pr�ximos anos.

“N�s queremos a plenitude do artigo 6 da Constitui��o de Minas, que os poderes s�o independentes e harm�nicos. A Assembleia tem uma independ�ncia que � intoc�- vel e inquestion�vel. Agora, a parte da harmonia ela n�o existiu e n�s queremos essa plenitude. Vamos lutar por essa segunda parte porque � bom para o governo, para a Assembleia e principalmente para Minas Gerais e para os mineiros”, afirmou.

Natural de Vi�osa, na Zona da Mata de Minas Gerais, Roberto Andrade � empres�rio do ramo da constru��o civil e deputado estadual desde 2015. Ele esteve no PSB at� 2020, quando se transferiu para o Avante. No ano passado, foi para o Patriota, sua sigla atual. Na Assembleia, presidiu a Comiss�o de Desenvolvimento Econ�mico.

Quais os principais desafios da Assembleia nos pr�ximos quatro anos?
O governador foi reeleito, somos da base do governo e temos uma Assembleia praticamente de oposi��o, principalmente por parte do presidente, nos �ltimos dois anos do mandato dele. Isso impediu que muitos projetos tivessem tramita��o aqui. O desafio dos pr�ximos quatro anos � que a Assembleia e os deputados consigam que os projetos cheguem ao Plen�rio e sejam discutidos.

N�s temos 28 projetos do governo do estado que n�o sa�ram nem da Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ). Ent�o, o principal desafio � que os 77 deputados tenham a oportunidade de apreciar, aprovar ou n�o, os projetos do governo. Seja onde a gente estiver, queremos participar desta constru��o para que os projetos n�o sejam engavetados. Al�m disso, n�s temos centenas de projetos dos deputados, que ficaram parados em fun��o desse travamento de pauta constante aqui na Assembleia. Tamb�m temos o desafio da manuten��o das conquistas, como o Assembleia Fiscaliza, que foi um avan�o. 

"O desafio dos pr�ximos quatro anos � que a Assembleia e os deputados consigam que os projetos cheguem ao Plen�rio e sejam discutidos"


Como � a rela��o enquanto l�der de go- verno na ALMG e qual o papel entre os Poderes?
Quando eu assumi a lideran�a do governo, eu falei que precisava de uma reuni�o com o governador e com todos os secret�rios do primeiro escal�o. Outro dia, quando vi a reuni�o do Lula com os ministros, eu brinquei que ele assistiu � minha porque ele falou exatamente o que eu disse: voc�s precisam me ajudar a ajudar o governo a ter um bom relacionamento na Assembleia, porque o entendimento dos secret�rios com os deputados tem sido muito ruim.

Os secret�rios continuam sendo t�cnicos, mas come�aram a entender que tem que ter essa quest�o da import�ncia de atender bem os deputados, porque o deputado conhece bem a regi�o dele, que leva a demanda. Ent�o, o deputado, al�m de ter uma fun��o legislativa e de fiscaliza��o, ele tamb�m representa e � muito cobrado na regi�o dele. �s vezes, ele � cobrado como a solu��o de tudo na cidade, sa�de, educa��o. Os deputados precisam dessa rela��o com os secret�rios e ent�o eu mesmo tive que intervir de vez em quando para construir essa rela��o. 
deputado estadual roberto andrade em entrevista na assembleia em frente a uma bandeira de minas gerais
O deputado estadual Roberto Andrade � natural de Vi�osa, no Sul de Minas (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

Como o senhor avalia que vai ser a rela��o do governador Romeu Zema com a Assembleia?
Estamos com uma expectativa de que ele vai continuar fazendo um bom governo. Ele aprendeu a fazer pol�tica, entendeu o que � pol�tica. Porque n�s tivemos um grupo de pessoas competentes, bem-intencionadas, mas que n�o tinham a menor experi�ncia, que n�o sabiam o que era pol�tica e que assumiram pensando uma coisa e depois viram que no dia a dia da pol�tica era outra, que o relacionamento com a Assembleia era completamente diferente e elas tiveram que mudar esse trato com o mundo pol�tico. O governo n�o tinha essa experi�ncia e esse entendimento. 

"Os deputados precisam dessa rela��o com os secret�rios e ent�o eu mesmo tive que intervir de vez em quando para construir essa rela��o"


Ao menos desde 2003, n�o h� dois candidatos a presidente da Assembleia em uma mesma elei��o. Qual a import�ncia dessa via �nica?
A import�ncia de fazer uma chapa �nica � que a gente consegue contemplar todos os partidos para a composi��o da Mesa Diretora. O presidente para um partido, o vice de outro, e assim por diante. Quando h� disputa, os partidos da chapa que perdeu n�o v�o participar. Ent�o, quando h� um consenso, existe a oportunidade de construir e os trabalhos j� come�am com um clima melhor para a forma��o das comiss�es. Existem algumas, por exemplo, que s�o mais importantes para determinados partidos, como a de Educa��o � para o PT. Tudo isso � conversado e, �s vezes, abre-se m�o de uma comiss�o para determinado bloco. Estamos conversando para ver se a gente consegue construir esta chapa �nica, ainda n�o descartamos esta possibilidade. Ainda faltam 20 dias.

Caso seja eleito presidente, qual ser� a postura do senhor e quais as suas propostas?
Como presidente, a gente vai ter que fazer algo parecido, mas de uma maneira diferente. A gente tem que separar o que � l�der de governo, que eu tenho uma fun��o na qual eu represento o governo, e como presidente da Assembleia eu representaria 77 deputados. � completamente diferente. Sendo eleito, eu vou presidir um poder. Ent�o, a minha conversa e a minha defesa na Assembleia v�o ser dos deputados, e n�o do governo. Naturalmente, a gente vai ser cobrado e tamb�m h� a rela��o com os outros poderes, como o Judici�rio. Temos que impor a Assembleia como um poder que deve ser respeitado.

Se eu for presidente da Assembleia n�o vai ter gaveta, nem dos projetos dos deputados nem dos projetos do governo. O que for constitucional vai para o Plen�rio, que � a inst�ncia m�xima. Os 77 deputados s�o soberanos, n�o � o presidente n�o. Caso eu seja eleito, tamb�m pretendo voltar com a Assembleia para o interior, fazer audi�ncias para discutir determinados problemas, em um hospital ou universidade, por exemplo. Quando faz aqui, tem que vir o prefeito, o presidente da C�mara, o diretor da institui��o.

J� quando acontece na cidade, a gente junta mil pessoas. Ent�o, a Assembleia tem que se voltar para o interior. Fazer audi�ncias p�blicas na �rea de sa�de, de educa��o. Discutir o problema de uma estrada l� onde ela est� passando.

"Quando h� um consenso existe a oportunidade de construir e os trabalhos j� come�am com um clima melhor"


A oposi��o tem reclamado da judicializa��o de alguns projetos, como a ades�o ao Regime de Recupera��o Fiscal, que foi para o Supremo Tribunal Federal (STF). O senhor teme que essas idas � Justi�a atrapalhem a harmonia entre os parlamentares?
Se voc� tem um projeto que desde 2019 est� parado na Comiss�o de Constitui��o e Justi�a e ele n�o � nem apreciado, n�o tem outro caminho. O governador n�o tinha nem alternativa, porque ele estava com a faca no pesco�o, inclusive na d�vida do estado. Ent�o, ou ele sinalizava que o projeto do Regime de Recupera��o Fiscal estava caminhando na Assembleia ou ele judicializa. Foi uma quest�o de sobreviv�ncia. Assim como no pedido de urg�ncia, ele n�o tinha outra alternativa. 

Como o senhor analisa os ataques ocorridos em Bras�lia em 8 de janeiro?
Esse ambiente do Brasil, dessa polariza��o de esquerda e direita, tomou um rumo que eu vejo que s�o meia d�zia de radicais, tanto de um lado como do outro, que est�o fomentando essas coisas e criando esse clima ruim para o pa�s. Foi uma afronta � democracia, mas teve muito inocente que foi usado e manipulado para entrar ali naquela idiotice.

Uma hora eles v�o respeitar as urnas. Eu acho que o Lula foi muito feliz na fala dele com os governadores, de que ele vai conversar com todos, independentemente do partido, mas que tamb�m quer que os governadores respeitem o resultado da elei��o e da vit�ria dele.


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