Mar�lia Gabriela se torna alvo de fake news sobre governo Lula e Rouanet

S�O PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A apresentadora Mar�lia Gabriela se tornou alvo de uma not�cia falsa que associa o seu nome a um v�deo em que s�o feitas cr�ticas ao governo Lula e a supostos abusos da Lei Rouanet. A pe�a, que passou a ser replicada por perfis bolsonaristas nas redes sociais, foi, na verdade, gravada e publicada por outra pessoa.

O v�deo original � de autoria de Regina Velloso, uma mulher que se apresenta como especialista em gest�o de pessoas, e foi ao ar na �ltima sexta-feira (20). "O governo atual entrou na Ferrari da destrui��o. � tanta insanidade que, desde o dia primeiro, larguei, abandonei todo e qualquer notici�rio", afirma Velloso.

Em seguida, a autora passa a compartilhar diversas informa��es falsas ou distorcidas envolvendo o uso da Lei Rouanet pela atriz Claudia Raia e a gest�o do rio S�o Francisco por Lula. Ela ainda fala da exist�ncia de uma "m�quina socialista" no pa�s e questiona nordestinos que votaram no petista, reproduzindo ataques j� feitos por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) a eleitores da regi�o.

A publica��o original soma pouco mais de cem curtidas na rede em que foi disponibilizada. J� a vers�o que passou a circular entre bolsonaristas foi replicada dezenas de vezes e traz a inscri��o "Mar�lia Gabriela e a Ferrari desgovernada", sugerindo que as declara��es foram gravadas pela apresentadora.

"� mentira e muito malfeita", afirma Mar�lia Gabriela � coluna M�nica Bergamo, da Folha de S.Paulo, desmentindo a fake news. "N�o merece nem um coment�rio para n�o propagar essa bobagem", diz ainda.

Velloso e Gabriela n�o guardam semelhan�as para al�m da cor de cabelo e do tom de voz mais grave.

Na plataforma Kwai, em que o v�deo original com as informa��es falsas foi disponibilizado, � exibida apenas a mensagem "encorajamos o compartilhamento respons�vel de conte�dos relacionados �s elei��es".

Apesar de esfor�os empreendidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as elei��es de 2022 foram marcadas por um jogo agressivo de desinforma��o e viol�ncia na internet, e as a��es se mostraram insuficientes, a ponto de levar a corte eleitoral a criar novas regras a dez dias do segundo turno.

Como mostrou a Folha de S.Paulo, diferentes pesquisas indicaram demora para excluir publica��es falsas ao longo da campanha e falha em detectar conte�dos que, a princ�pio, colidem com as pol�ticas das plataformas.

Na v�spera do primeiro turno, uma s�rie de �udios e textos que associavam Luiz In�cio Lula da Silva (PT) ao PCC e � morte de Celso Daniel, ex-prefeito de Santo Andr� (SP), voltaram a circular em todas as plataformas. A coliga��o de Lula entrou ao menos quatro vezes com a��es no TSE pedindo a retirada dos conte�dos.