"Como presidente da Rep�blica, n�o interessa brigar com um cidad�o que � presidente do Banco Central e que eu pouco conhe�o. Eu vi ele uma vez. A �nica coisa que eu quero � que ele cumpra [...] Se ele topar, quando eu for levar o meu governo para visitar os lugares mais miser�veis desse pa�s, eu vou lev�-lo para ele ver. Ele tem que saber que a gente nesse pa�s tem que governar para as pessoas que mais necessitam", afirmou o presidente em entrevista � CNN.
A emissora divulgou alguns trechos da entrevista, cuja �ntegra deve ir ao ar �s 18h desta quinta-feira (16/2)
Lula vinha mantendo um clima de beliger�ncia com o Banco Central e com o presidente da institui��o, Roberto Campos Neto. No entanto, como a Folha mostrou, foi aconselhado por aliados pr�ximos a diminuir o tom e evitar o confronto. A estrat�gia passou a ser deixar as cr�ticas e ataques para parlamentares do PT, tr�gua que foi rompida na entrevista � CNN.
O mandat�rio havia iniciado suas cr�ticas � alta taxa de juros, de 13,75% ao ano, e depois centrou os ataques na autonomia do Banco Central, prevista em lei aprovada pelo Congresso Nacional em 2021. Lula chamou de "bobagem" essa condi��o da institui��o. Na mesma ocasi�o, tamb�m criticou a meta anual de infla��o, de 3,25%.
Ele tem dito que as altas taxas de juros e a meta de infla��o s�o impeditivos para implementar as pol�ticas sociais almejadas por seu governo. Depois afirmou que poderia mexer na autonomia da institui��o ap�s a sa�da desse "cidad�o", sem mencionar o nome de Roberto Campos Neto. O mandato do dirigente vai at� dezembro de 2024.
Cr�ticas a Lula
Economistas cr�ticos de Lula apontam falhas nas cr�ticas � taxa b�sica de juros, considerada "excessiva" por petistas, e argumentam que foram as declara��es do presidente contra a autonomia do Banco Central e a favor de mais gasto p�blico que fizeram subir as expectativas de infla��o, tornando mais dif�cil a queda da Selic.
Nesta semana, no entanto, o petista havia evitado criticar a taxa de juros, a institui��o e Campos Neto, indicando que estaria seguindo os conselhos dos aliados para evitar o confronto. O presidente do Banco Central, por sua vez, tamb�m deu declara��es conciliat�rias.
No programa Roda Viva, que foi ao ar nesta segunda (13/2), Roberto Campos Neto mostrou disposi��o com o governo e disse que far� tudo o que estiver ao seu alcance para aproximar o BC da gest�o petista.
Dois dias depois, na quarta-feira (15/2), durante sess�o solene no Congresso Nacional, disse que � preciso ter um "olho mais especial no social".