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Estado de Minas ENTREVISTA

Antonio Carlos Arantes: 'Se Zema quiser, o PL escancara as portas para ele'

1� Secret�rio da Assembleia Legislativa afirma que governador e seu grupo seriam 'extremamente' bem-vindos ao partido de Jair Bolsonaro


20/02/2023 06:00 - atualizado 20/02/2023 00:36

O deputado estadual Antonio Carlos Arantes
Antonio Carlos Arantes � um dos mais fieis aliados de Zema na Assembleia Legislativa (foto: Elizabete Guimar�es/ALMG)
O deputado estadual mineiro Antonio Carlos Arantes, do PL, diz que o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro "escancara as portas" para receber o governador Romeu Zema em caso de sa�da do Partido Novo. Zema ganhou o apre�o de integrantes das c�pulas estadual e federal do PL no ano passado, depois que resolveu se engajar na campanha pela reelei��o de Bolsonaro. Depois, o presidente nacional dos liberais, Valdemar da Costa Neto, advogou pelo apoio do partido ao governador - concretizado com a legenda liderando uma coaliz�o com diversos deputados estaduais simp�ticos ao Pal�cio Tiradentes.

"O PL estaria de portas abertas a ele (Zema). Seria extremamente bem-vindo. N�o s� o governador, mas o vice (Mateus Sim�es) e o grupo que est� � frentedo governo. Seria muito bom para n�s", diz Arantes, em entrevista ao Estado de Minas.

Primeiro Secret�rio da Assembleia, Arantes afirma que Zema prega cautela em rela��o � possibilidade de disputar a presid�ncia da Rep�blica em 2026. Segundo o deputado, a ideia do governador, neste momento, � "fazer um grande mandato".

"Um grande mandato o credencia a entrar em uma disputa a presidente ou, no m�nimo, ao Senado. Ele, hoje, � nossa maior lideran�a. N�o vejo nenhum horizonte negativo a ele - e, sim, positivo", pontua.

O parlamentar cr� que, agora, sob a gest�o de Tadeu Martins Leite (MDB), a rela��o entre Executivo e Legislativo estaduais vai se dar em termos mais amenos. Um dos mais antigos parlamentares da Assembleia mineira, ele garante que Zema ter� o apoio da ampla maioria dos 77 deputados. O cen�rio � diferente da conjuntura do mandato anterior, quando a gest�o do Novo enfrentou dificuldades para encampar bandeiras como a venda de estatais.

"Hoje, a base que o governador Romeu Zema tem � suficiente para aprovar a privatiza��o de qualquer autarquia."

O senhor era cotado para disputar a presid�ncia da Assembleia. Depois, os aliados de Zema tentaram emplacar Roberto Andrade (Patriota) e, mais tarde, Duarte Bechir (PSD). No fim das contas, houve consenso em torno de Tadeu Martins Leite. Que avalia��o faz desse processo?
Fa�o uma avalia��o altamente positiva. T�nhamos um objetivo na Assembleia e o governo tinha, tamb�m, um objetivo nessa parceria com a Casa. Nosso objetivo alcan�amos de imediato: ter, na presid�ncia, um deputado que tivesse experi�ncia, relacionamento com todo mundo, para facilitar o entrosamento e pacificar a Assembleia, que estava meio estressada. Estava confuso o ambiente nos (�ltimos) quatro anos de Assembleia, um pouco tumultuado.

Precis�vamos de um presidente com perfil superagregador - e conseguimos. Tadeu est� onde est� hoje porque soube construir, respeitando e atendendo as pessoas. Como 1° Secret�rio, no mandato passado, foi muito imparcial e deu as mesmas condi��es a todos os deputados. � uma pessoa muito preparada. Caiu como uma luva.

Pleiteei esse cargo. Na hora que percebi que n�o era poss�vel, buscamos essa uni�o com Tadeu em fun��o de ver, nele, a pessoa com o perfil (adequado). Zema, pessoalmente, n�o se envolveu diretamente na disputa. Ele terceirizou e deu autonomia a Igor (Eto, secret�rio de Governo). Eles tinham o projeto, que seria Roberto (Andrade), pessoa por quem tenho o maior carinho e respeito. Mas Roberto n�o teria o entrosamento que tem, hoje, Tadeu. Isso, talvez, gerasse algumas disputas internas que n�o seriam boas.

O objetivo do governo com Roberto era ter uma maioria folgada na Assembleia. Deu certo, e eu sempre falava isso ao governo: Tadeu tinha esse perfil que o governo precisava, que era ter uma maioria folgada, uma Assembleia unida e apoiando o governador. Os resultados est�o a�: s�o dois blocos de apoio ao governo. Hoje, h� 57 deputados na base de Zema. Foi fruto dessa constru��o.

O senhor citou os atritos vistos nos �ltimos quatro anos - notadamente, entre Zema e o ex-presidente Agostinho Patrus (PSD). O que te faz crer que, nesta Legislatura, ser� diferente?
O governo aprendeu mais e amadureceu com o mandato e a sucess�o aqui (na Assembleia). Nos debates e posicionamentos, houve um amadurecimento muito grande do governo. O perfil de Tadeu � muito mais tranquilo. Agostinho era um pouco mais agitado, nervoso. Tadeu � muito tranquilo, tem facilidade de assimilar as coisas, apaziguar e apagar fogo. Igual a ele, � muito dif�cil. Isso, n�o tenho d�vidas, vai ser o diferencial.

Em suas contas, o governo tem o apoio de 57 dos 77 deputados. No bloco liderado pelo PL, h� deputados de partidos que deram sinais de que poderiam ser independentes. O senhor cr� que todos eles v�o ser da base aliada a Zema?
Quem se diz independente n�o est� seguindo o que foi combinado. Combinamos que ter�amos um bloco de apoio ao governo. H� determinadas pautas em que um deputado se sente independente, pois tem tudo a ver com o mandato dele. Nos assuntos ligados � seguran�a, h� deputados que, primeiro, v�o ver os interesses do pessoal da seguran�a.

Os debates sobre a Seguran�a P�blica costumam ser parte dos trabalhos da Assembleia. As posi��es dos deputados ligados � classe dos agentes de seguran�a n�o podem gerar fissuras na base aliada a Zema?
As pessoas t�m de ter o amadurecimento de separar as pautas pessoais, de determinadas �reas, do apoio pol�tico ao governador. Temos um governo muito s�rio, que n�o est� a� para fazer qualquer a��o com o intuito espec�fico de prejudicar classe 'A' ou 'B'. O governador Zema tem de colocar, primeiramente, os interesses do estado. Com o estado indo bem, a seguran�a e a sa�de v�o bem. As finan�as do estado t�m de ser o foco principal de qualquer processo aqui dentro.

� poss�vel contar com os votos dos mais de 50 aliados de Zema quando chegarem ao plen�rio, projetos de privatiza��o de estatais? A venda da Codemig, por exemplo, � debatida na Assembleia.
Existem privatiza��es e privatiza��es. N�o � um modelo fechado, uma receita �nica. Isso tem de ser muito discutido e esclarecido, at� para haver um convencimento e facilitar a aprova��o. N�o tenho d�vidas de que, hoje, a base que o governador Romeu Zema tem � suficiente para aprovar a privatiza��o de qualquer autarquia.

Inclusive Cemig e Copasa?
Tamb�m. Mas � o que disse: qual modelo de privatiza��o? O que o cidad�o e o estado v�o ganhar com isso? A partir do momento em que houver um modelo convincente de que vai melhorar a presta��o de servi�o para o cidad�o e que vai ser bom para o estado, n�o tem motivo para n�o aprovar. Temos deputados suficientes para aprovar. Mas, para isso, � preciso um bom convencimento e bons argumentos para n�o haver dificuldade.

E quanto � Recupera��o Fiscal, desejo de Zema para refinanciar a d�vida de quase R$ 150 bilh�es junto � Uni�o?
A mesma coisa. Falou-se muito nessas pautas, mas n�o foi para discuss�o, para a pauta (de vota��es). Se voc� perguntar para a maioria dos deputados qual � o projeto de Recupera��o Fiscal, n�o sabem. N�o foi para a discuss�o. A Recupera��o Fiscal � a mesma coisa (das privatiza��es): tem modelos. Quando vem um projeto desse tipo, ele chega mais 'pesado' e, � medida que vai para o debate, voc� vai aperfei�oando e melhorando.

Mas o governo mira concluir a ades�o ao Regime de Recupera��o Fiscal at� o meio do ano. Esse prazo � suficiente para conseguir o aval dos deputados aos termos da renegocia��o da d�vida?
� poss�vel. Tadeu foi muito claro: ele n�o garante aprova��es, mas garante a prioriza��o em pautar. Pautar e abrir a discuss�o. O governo tem uma equipe muito competente e muito profissional. No Planejamento, (a secret�ria) Lu�sa (Barreto) tem muito prest�gio aqui. Isso vai facilitar. O vice-governador � muito competente e conhece muito de finan�as. O secret�rio Igor tem bom conhecimento do meio pol�tico. Isso tudo, no nosso entendimento, vai facilitar.

A nova composi��o da Assembleia tem 25 novatos. Menor taxa de renova��o em 20 anos. A que atribui esse �ndice?
Atribuo a v�rios fatores. Quando o governo � bom - e o governo Zema foi muito bom - isso facilita a vida dos deputados. Foi um diferencial. Viemos de um governo dif�cil, de Pimentel, e isso desgastou todo mundo. Desgastou at� a oposi��o. Zema e o governo dele geraram um clima positivo aos deputados - principalmente para os deputados.

A pandemia separou as pessoas e dificultou a movimenta��o de novas lideran�as. Pessoas que queriam colocar o nome � disposi��o para uma candidatura tiveram menos oportunidades, pois houve menos festas e eventos. Muitas lideran�as n�o conseguiram se apresentar � sociedade.

A polariza��o entre esquerda e direita, em meu entendimento, fez com que as pessoas ideologicamente identificadas com a esquerda ou com a direita levassem vantagem. As pessoas que estavam no meio n�o tiveram jeito de aparecer.

O apoio do PL a Zema foi incentivado pelo presidente nacional do partido, Valdemar da Costa Neto. O apre�o de Valdemar pelo governador pode render um convite para que ele se junte ao PL?
O governador tem portas abertas. No dia que ele quiser, o PL n�o abre as portas para ele, mas escancara. O governador �, hoje, a maior lideran�a do estado - e est� entre as maiores do Brasil. O PL estaria de portas abertas a ele. Seria extremamente bem-vindo. N�o s� o governador, mas o vice e o grupo que est� � frente do governo. Seria muito bom para n�s.

O senhor v� Zema como potencial candidato � presid�ncia em 2026?
Conversei com ele sobre isso. Zema falou em dar um passo de cada vez. (Primeiro) fazer um grande mandato, porque um grande mandato o credencia a entrar em uma disputa a presidente ou, no m�nimo, ao Senado. Ele, hoje, � nossa maior lideran�a. N�o vejo nenhum horizonte negativo a ele - e, sim, positivo.


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