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Estado de Minas CONGRESSO NACIONAL

Verba indicada por l�der de Bolsonaro beneficiou laranjas de suspeito de corrup��o

Direcionamento de dinheiro p�blico fora do padr�o parlamentar ocorreu no primeiro ano da gest�o Bolsonaro, em 2019


24/02/2023 08:24 - atualizado 24/02/2023 08:48

Senador Eduardo Gomes (PL-TO)
Senador Eduardo Gomes (PL-TO) (foto: Waldemir Barreto/Ag�ncia Senado)
O senador Eduardo Gomes (PL-TO), que foi l�der do governo de Jair Bolsonaro (2019-2022) no Congresso, destinou verbas a obras para fora do estado que representa e que acabaram irrigando duas empreiteiras de supostos laranjas de Eduardo Jos� Barros Costa, empres�rio suspeito da pr�tica de corrup��o na estatal Codevasf.

O direcionamento de dinheiro p�blico fora do padr�o parlamentar ocorreu no primeiro ano da gest�o Bolsonaro, em 2019, quando o senador do Tocantins foi o respons�vel por indicar o envio de R$ 30 milh�es do MDR (Minist�rio do Desenvolvimento Regional) para obras de asfaltamento da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do S�o Francisco e do Parna�ba) no Maranh�o, que n�o � o estado que o elegeu.

Segundo levantamento da Folha, pelo menos R$ 5 milh�es desse valor favoreceram a empreiteira Tempstar, que no papel tem como dono um alvo da Pol�cia Federal apontado como laranja de Eduardo Costa.

Outros R$ 10 milh�es que o l�der do governo anterior orientou para seu ber�o eleitoral, o Tocantins, abasteceram contratos da Construservice, que tamb�m foi alvo da PF em julho.

A Construservice ainda fez repasses a uma locadora de carros prestadora de servi�os ao senador.

No Maranh�o, um dos contratos irrigados por Gomes contou ainda com o endere�amento de valores pelo deputado federal Josimar Maranh�ozinho (MA), que � investigado no STF (Supremo Tribunal Federal) pela suposta participa��o em esquemas de desvios de recursos de emendas parlamentares.

A obra beneficiada com a destina��o de recursos pelos dois congressistas fica no munic�pio de Z� Doca (MA), que � governado pela irm� de Maranh�ozinho, Josinha Cunha.

A empresa vencedora da licita��o de pavimenta��o na localidade � a Tempstar Constru��es e Servi�os, que formalmente tem como s�cio-administrador Alexjan Pereira Lima.

Essa firma sediada em S�o Lu�s (MA) ganhou uma licita��o e obteve um contrato de cerca de R$ 5 milh�es, que foi canalizado pela estatal por meio de um conv�nio assinado com a administra��o da irm� de Maranh�ozinho.

Para a Pol�cia Federal, o dono da empreiteira no papel � um dos laranjas de Eduardo Costa. Endere�os ligados a Lima e Costa foram alvos da PF em raz�o dessas suspeitas em 20 de julho, quando foi deflagrada a Opera��o Odoacro. Nesse dia, Costa chegou a ser preso, mas depois foi libertado pela Justi�a.

Na opera��o, os policiais federais apreenderam cerca de R$ 1,3 milh�o em dinheiro, al�m de itens luxuosos, como rel�gios importados.

A representa��o da PF � Justi�a n�o chegou a citar especificamente a empreiteira Tempstar, mas a Folha identificou a vencedora da obra em Z� Doca ao levantar informa��es sobre contratos assinados por supostos laranjas ligados ao investigado.

Uma outra empresa cujo controle � atribu�do � Costa, que est� no centro da investiga��o da PF, tamb�m teve contratos abastecidos com emenda do l�der do governo anterior. � a empreiteira maranhense Construservice, que tem sede em Cod� (a 300 km de S�o Lu�s).

A Folha mostrou no ano passado que a empresa � vice-l�der em licita��es na Codevasf e se valeu de laranjas para participar de concorr�ncias p�blicas na gest�o de Bolsonaro.

Antes de ser alvo da PF em julho, apura��es da Pol�cia Civil e do Minist�rio P�blico do Maranh�o realizadas em meados da d�cada passada j� indicavam Costa como dono de fato da Construservice.

Todos os contratos da empreiteira com a administra��o federal foram firmados ap�s 2019, ou seja, no governo Bolsonaro.

A partir de 2020, obras de pavimenta��o no Tocantins obtidas pela Construservice contaram com pelo menos R$ 10 milh�es provenientes de emenda parlamentar por indica��o do senador Eduardo Gomes, na modalidade emenda de comiss�o, no caso a Comiss�o de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado.

Uma locadora de ve�culos de Bras�lia Tamb�m foi citada na investiga��o da PF por ter recebido ao menos R$ 200 mil da Construservice.

Registrada com o nome BG Rental, esta mesma locadora prestou servi�os ao senador Eduardo Gomes, e � campanha do parlamentar.

A empresa recebeu R$ 57 mil de fevereiro a maio de 2019 do gabinete do parlamentar, al�m de R$ 50 mil durante a campanha de Gomes ao Senado em 2018.

Al�m dos servi�os prestados, a locadora tem outras liga��es com o gabinete de Eduardo Gomes.

O dono da empresa � Breno Godinho. Ele foi s�cio de um ex-assessor de Gomes, chamado Lizoel Bezerra, na �nica Movelaria, empresa de m�veis que estava registrada no mesmo endere�o da BG Rental, mas teve o CNPJ baixado em agosto.

Lizoel Bezerra � ex-secret�rio parlamentar de Eduardo Gomes. Segundo registros do Senado, depois de atuar com o congressista, Bezerra ainda apareceu ao menos at� 2021 como "credenciado" pelo gabinete de Gomes no Senado.

Relat�rios do Coaf analisados pela PF no caso que envolve a estatal apontaram os pagamentos da Construservice para a BG. Estes repasses foram entre setembro de 2018 e o mesmo m�s do ano seguinte.

O maior dos contratos da Construservice financiado com recursos direcionados por Eduardo Gomes foi para obras no munic�pio de Araguatins (a 620 km de Palmas), na regi�o norte do estado conhecida como Bico do Papagaio, no valor de R$ 4,8 milh�es.

Em abril do ano passado, a reportagem da Folha de S.Paulo foi at� essa regi�o e constatou obras prec�rias da empreiteira na regi�o.

No munic�pio de S�tio Novo do Tocantins (627 km de Palmas), onde o valor do contrato � de R$ 1,4 milh�o, os moradores do povoado de Maca�ba reclamavam que a obra na via de acesso � localidade estava paralisada h� mais de um m�s, deixando grandes espa�os entre os trechos j� executados.

Ap�s a publica��o da reportagem, as obras foram retomadas, segundo os moradores da regi�o.

A assessoria de Eduardo Gomes disse que o senador liberou recursos via Codevasf para ao menos seis estados em 2019, ano em que foi relator setorial do or�amento do Minist�rio do Desenvolvimento Regional. Afirmou ainda que ele n�o tem "nada a dizer sobre fatos que envolvam terceiros".

Procurado, Breno Godinho n�o se manifestou sobre os questionamentos da reportagem. A Folha de S.Paulo n�o conseguiu contato com Lizoel Bezerra.


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