
As joias feitas em diamante est�o avaliadas em 3 milh�es de euros, o equivalente a R$ 16,5 milh�es. O ex-chefe do Executivo tamb�m rebateu que os presentes seriam para fins pessoais dele e da ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
"Estou sendo acusado de um presente que eu n�o pedi, nem recebi. N�o existe qualquer ilegalidade da minha parte. Nunca pratiquei ilegalidade. Veja o meu cart�o corporativo pessoal. Nunca saquei, nem paguei nenhum centavo nesse cart�o", disse Bolsonaro em entrevista � CNN.
Para entrar no Brasil por via a�rea, qualquer mercadoria que ultrapasse US$ 1 mil deve ser declarada para recolhimento de uma taxa, que custa 50% do valor pago fora do pa�s. No caso, como as joias n�o foram declaradas, seria cobrada uma multa, de mais metade do valor estimado dos itens. Ou seja, seria praticamente os R$ 16,5 milh�es, menos os US$ 1 mil de isen��o. Os itens continuam retidos na Receita Federal.
As joias - apreendidas pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos, em S�o Paulo - estavam na mochila de Marcos Andr� dos Santos Soeiro, um militar da assessoria do ent�o ministro de Minas e Energia (MME), almirante Bento Albuquerque, que retornava ao Brasil na comitiva ap�s visita ao Oriente M�dio. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
Ap�s ser informado sobre a reten��o das joias, Bento Albuquerque retornou � alf�ndega e tentou usar o cargo de ministro para recuperar os diamantes, sem sucesso.
Desde ent�o, foram feitas quatro investidas do ex-presidente Jair Bolsonaro para reaver as joias por meio dos minist�rios da Economia, de Minas e Energia e das Rela��es Exteriores. Tamb�m buscou por via militares. A �ltima tentativa teria sido em 29 de dezembro, quando faltavam dois dias para acabar o mandato presidencial.
Ainda hoje, a deputada Erika Hilton (PSOL-SP) pediu neste s�bado (4/3) que o Minist�rio P�blico Federal (MPF) investigue o caso. A parlamentar afirma que h� ind�cios do crime de corrup��o passiva. A representa��o foi enviada � Procuradoria da Rep�blica em S�o Paulo.
O ministro das Rela��es Exteriores, Alexandre Padilha (PT), caracterizou neste s�bado como "repugnante" a tentativa de recuperar as joias. "N�o sei para quem era a joia. A apura��o vai saber para quem �. Mas, independentemente disso, � absolutamente repugnante qualquer atitude de um chefe de estado de qualquer setor p�blico utilizar do seu poder pra cometer um ato de ilegalidade como esse. Certamente vamos descobrir outras ilegalidades pelo ex-presidente que fugiu do pa�s", disse.
Ontem (3), o ministro da Justi�a e Seguran�a e Seguran�a P�blica, Fl�vio Dino, disse que "fatos relativos a joias" e que possam ensejar o cometimento de crimes ser�o levados � Pol�cia Federal.
"Fatos relativos a joias, que podem configurar os crimes de descaminho, peculato e lavagem de dinheiro, entre outros poss�veis delitos, ser�o levados ao conhecimento oficial da Pol�cia Federal para provid�ncias legais. Of�cio seguir� na segunda-feira", escreveu.
Por meio das redes sociais, o ex-secret�rio de Comunica��o Social de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, publicou um of�cio do gabinete pessoal da Presid�ncia da Rep�blica no qual indicou que os itens deveriam ser encaminhados para o acervo p�blico da Presid�ncia.