"Cada uma das mulheres aqui sabe da dificuldade do dia a dia da pol�tica. Tenho sido o principal alvo de mentiras, ataque a honra e amea�a nas redes. At� mais que o presidente. Sei que muitas de voc�s passam pela mesma e terr�vel experi�ncia de ter seu nome, corpo e vida expostos de forma mentirosa", disse Janja.
"Hoje na Esplanada temos 11 ministras e 2 presidentes de bancos p�blicos. � o maior n�mero de mulheres no primeiro escal�o de um governo federal, um avan�o a ser comemorado, mas certamente n�o a nossa linha de chegada", continuou Janja.
Ela acrescentou que a m�dia de representatividade feminina no Congresso brasileiro � menor que a m�dia mundial. "Precisamos estar representadas nos espa�os de decis�o. Na C�mara, ocupamos apenas 17,7% das cadeiras. Nesta Casa, apenas 16%. Estamos abaixo da m�dia mundial de 26%, segundo dados da Uni�o Interparlamentar".
"A quest�o de viol�ncia contra mulher � inadmiss�vel, inacredit�vel. Precisamos dar um basta. Parem de matar nossas mulheres. Nenhuma de n�s com medo, todas n�s na pol�tica", afirmou a primeira-dama.
Janja chegou no Congresso Nacional sem falar com a imprensa e subiu no elevador diretamente para o plen�rio do Senado. L�, foi tietada por assessores e funcion�rios do Senado —e a imprensa foi proibida de ficar no mesmo local. A sess�o solene foi conduzida pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Em seu discurso, Pacheco destacou a cria��o da bancada feminina na Casa em 2021 e afirmou ter sido "uma das maiores conquistas" da primeira gest�o dele na Presid�ncia.
"Apesar de muitos avan�os, n�o podemos nos esquecer dos grandes obst�culos que persistem ao atingimento da igualdade de g�nero em nossa sociedade, como a diminui��o da ainda sub-representa��o feminina na pol�tica, a redu��o de desigualdades no mercado de trabalho e o combate � viol�ncia contra a mulher", disse o presidente do Senado.
Al�m de Janja, tamb�m receberam a homenagem: Rosa Weber, presidente do STF; Ilona Szab�, cientista pol�tica e diretora-executiva do Instituto Igarap�; Ilana Trombka, diretora-geral do Senado; e Nilza Val�ria Zacarias, jornalista e uma das coordenadoras da Frente de Evang�licos pelo Estado de Direito.
Na edi��o deste ano, o Diploma Bertha Lutz presta homenagem in memoriam a duas brasileiras: Clara Filipa Camar�o, ind�gena da etnia potiguara que liderou um grupo de mulheres contra as invas�es holandesas no s�culo XVII, em Pernambuco. O nome dela est� inscrito no Livro dos Her�is e Hero�nas da P�tria, em Bras�lia; e Gl�ria Maria, jornalista brasileira que atuou na TV Globo desde a d�cada de 1970 e se tornou reconhecida pelas reportagens especiais. Gl�ria morreu em fevereiro, v�tima de c�ncer.