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Estado de Minas ENTREVISTA

Fuad Noman: 'Quero que as obras de BH sejam reconhecidas pela popula��o'

Ao Estado de Minas, prefeito detalha planos para desafogar o tr�nsito da cidade, comenta rela��o com Zema e Lula e fala sobre o futuro pol�tico


16/03/2023 04:00 - atualizado 16/03/2023 07:46

O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, em entrevista ao Estado de Minas
Fuad Noman diz que, neste momento, quer apenas resolver os problemas de BH: 'Governo que pensa em reelei��o n�o governa' (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
H� um ano, na primeira entrevista exclusiva que concedeu ao Estado de Minas, depois que assumiu a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), Fuad Noman (PSD) afirmou que um dos principais objetivos era aumentar seu n�vel de conhecimento na popula��o. Ele recalculou a rota e, agora, diz que o importante � deixar um "legado" de obras � cidade. Ontem, em nova entrevista exclusiva ao EM, Fuad falou sobre o desejo de desafogar o tr�nsito da cidade. No vocabul�rio, palavras como "melhorar" e "simplificar". Para isso, tr�s novos viadutos no eixo da Avenida Cristiano Machado est�o no radar.

"Quero que as obras de Belo Horizonte sejam reconhecidas pela popula��o. Se falarem 'foi o prefeito Fuad que fez', vou ficar muito feliz. E se falarem 'resolveu meu problema de encosta que ia cair', 'resolveu o problema de drenagem que inundava tudo', 'resolveu o problema do campo de futebol que estava arrebentado' ou 'resolveu o problema do transporte' vou ficar feliz", garante.

Para as interven��es na cidade, o prefeito se ampara no relacionamento com o governador Romeu Zema (Novo), o qual classifica como "muito bom", e no di�logo com o presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT). Anteontem, o pessedista esteve em Bras�lia (DF) e se encontrou com Lula, a quem elogiou no Twitter. O afago, segundo ele, tem explica��o.

"O presidente nos acolheu. Ficamos quatro anos sem poder ir a Bras�lia, pois n�o �ramos recebidos por ningu�m. O mapa da sala do (ent�o) presidente (Jair Bolsonaro) tinha um buraco negro onde fica Belo Horizonte", critica. Os problemas para a duplica��o do Anel Rodovi�rio, cujos tr�mites voltaram � estaca zero, ali�s, s�o atribu�dos por Fuad � gest�o de Bolsonaro.

A vers�o em v�deo da entrevista pode ser assistida no canal do Portal Uai no YouTube.



BH ainda sofre com quest�es ligadas ao tr�nsito, como os engarrafamentos. H�, em curto prazo, algum projeto para resolver esse problema?
No eixo da avenida Cristiano Machado, faremos tr�s viadutos - j� come�amos um deles - para melhorar muito o tr�nsito, principalmente para o transporte coletivo. Um na avenida Waldomiro Lobo, outro na avenida Sebasti�o de Brito e o terceiro na frente do Shopping Esta��o, perto da igreja (a Catedral Cristo-Rei). No Shopping, o projeto est� sendo conclu�do. Vamos fazer duas trincheiras de modo que, quem vai ou vem direto, sem o interesse de parar, n�o precise parar nos sem�foros. � o projeto mais atrasado, pois � o mais complexo.

A obra na Waldomiro Lobo j� come�ou, e estamos fazendo algumas desapropria��es. Os viadutos v�o facilitar o tr�nsito. Na Sebasti�o de Brito, a licita��o j� tem vencedor, e vamos come�ar a obra muito rapidamente. S�o tr�s projetos que v�o dar aos trabalhadores que pegam �nibus ou usam o carro mais 20 minutos em casa. O objetivo � reduzir, em 20 minutos, o trajeto da Cidade Administrativa ao Centro de BH.

E para outros corredores?
Outro projeto em andamento � o corredor (de �nibus) da avenida Amazonas. Conseguimos fechar um empr�stimo de US$ 100 milh�es com o Banco Mundial para fazermos o corredor da Amazonas e a urbaniza��o da Cabana do Pai Tom�s. O projeto da Cabana est� pronto, e vamos come�ar a obra; o da Amazonas est� em elabora��o. O corredor vai simplificar o tr�nsito daquela regi�o. Precisamos de um acerto com as outras cidades em volta, porque o corredor da Amazonas perpassa Belo Horizonte. Conversamos com o governador (Romeu Zema) e estamos conversando com as outras prefeituras relacionadas para fazermos ali um acordo que resolva o problema de Belo Horizonte sem criar problemas a Contagem ou a outras cidades. � fazer uma interliga��o ou coisa do tipo.

O que ser� feito de urbaniza��o no bairro Cabana?
O Cabana hoje n�o tem muitas sa�das. Vamos abrir sa�das, criar ruas mais adequadas e �reas para as pessoas terem uma vida melhor. O projeto est� pronto. Vamos come�ar abrindo uma via no fundo (do bairro). V�rias obras ser�o feitas l�. O empr�stimo est� fechado; o contrato, assinado. O dinheiro s� n�o est� no caixa porque, � medida que vamos fazendo, eles v�o liberando. Agora, � licitar a obra e come�ar a fazer.

Dentro do programa de revitaliza��o do Centro, estamos fazendo a revitaliza��o da avenida Afonso Pena. Vamos melhorar muito o fluxo de tr�nsito por l�. H� duas ideias, o projeto ainda n�o est� pronto. Uma delas � tirar os �nibus de l�. Mas acho mais dif�cil fazer isso. Vamos tamb�m criar um corredor, fazer ciclovia e criar �reas para os carros passarem. H� uma s�rie de obras para melhorar o tr�nsito. Mas, lamentavelmente, voc� s� melhora o tr�nsito se aumentar muito a frequ�ncia do transporte coletivo. As pessoas andam muito de carro porque o transporte � ruim.

A C�mara de BH acabou de aprovar um novo sistema de pagamento para o transporte coletivo. Esperamos que isso reduza muito o tempo entre os �nibus, os passageiros em p� e melhore a condi��o dos �nibus. L�gico que n�o vai acontecer da noite para o dia. � um processo. Estamos elaborando tamb�m um biciclet�rio nos terminais de �nibus. Por exemplo: na Pampulha. As pessoas que moram a um ou dois quil�metros do terminal, n�o t�m condi��es de chegar - a n�o ser a p�. Ent�o, quem tem bicicleta viria conduzindo-a, trancaria a bicicleta e pegaria o �nibus para o Centro. Na volta, pega a bicicleta e vai para a casa.

� poss�vel adiantar os termos do projeto de retirada dos �nibus da Afonso Pena?
� muito embrion�rio. A Afonso Pena � muito importante e muito cheia de �nibus. Se consegu�ssemos tirar pelo menos alguns deles, jogando-os para outras ruas... Mas acho muito dif�cil fazer isso a curto prazo. As ruas em volta n�o s�o muito abertas. Mas quem sabe a gente n�o consegue no futuro?
O projeto que limita a compra de passagens a meios como o cart�o de �nibus e os pagamentos por aproxima��o d� 90 dias para a extin��o do uso de dinheiro f�sico nos coletivos. N�o � um prazo muito curto para a popula��o se acostumar?
Entre 80% e 85% dos pagamentos em �nibus s�o feitos por esses outros modelos. Menos de 15% dos pagamentos s�o feitos nos �nibus. Temos de educar apenas esse grupo. Toda mudan�a gera, primeiro, uma rea��o, que vai se acomodando a longo prazo. N�o vamos criar problemas ao usu�rio, mas orient�-los. Com a evolu��o do transporte, o cobrador j� n�o � figura muito importante no sistema de pagamento. E, se eu n�o tenho cobrador, o motorista cobra, para, desvia a aten��o e atrasa o �nibus. Isso gera a ele um trabalho adicional. Ele tem um ganho por isso, mas causa atraso ao �nibus. Desse jeito, entendemos que vamos facilitar e agilizar o transporte coletivo. O objetivo � dar ao passageiro um transporte mais r�pido.

O que o senhor gosta de ver ao andar pelas ruas de BH e o que o senhor tem vergonha de observar?
Belo Horizonte � uma cidade muito agrad�vel. Gosto de ver e de andar por BH. Eu me lembro de andar pela cidade na juventude, e hoje muita coisa atrapalha. Gosto muito da alegria e da felicidade das pessoas de BH. Por isso, o slogan da prefeitura � 'Trabalhando por uma cidade mais feliz'. O belo-horizontino recebe bem, acolhe as pessoas e � agrad�vel, tranquilo. � meu grande orgulho, pois tamb�m sou assim.

Me entristece muito ver a sujeira das picha��es desnecess�rias, as lojas malcuidadas e, �s vezes, pistas com pinturas malfeitas. A Afonso Pena � a grande imagem da cidade. Passar por l� e ver essas coisas d� d�. Por isso, estamos fazendo o programa de revitaliza��o do Centro, em parceria com as associa��es comerciais. Queremos reformar os pr�dios abandonados para que virem habita��es decentes.

A Lagoinha ainda est� muito degradada, com presen�a de pessoas em situa��o de rua e consumo de drogas. Qual a sa�da para o bairro?
O projeto de revitaliza��o do Centro � um pouco mais amplo, pois vai pegar o Barro Preto e a Lagoinha. Vamos criar condi��es para que as pessoas possam usar a Lagoinha. Primeiro, dar uma solu��o �s pessoas em situa��o de rua. Depois, criar parques e �reas de conviv�ncia, al�m de uma passarela que saia da Afonso Pena at� a Lagoinha. Seria uma passarela larga, com com�rcio de flores e outras possibilidades. Belo Horizonte mais bonita, com mais �rvores e mais flores, � mais feliz.

Ainda h� o projeto de tirar o Terminal Rodovi�rio do Centro da cidade?
T�nhamos um projeto, de uma parceria p�blico-privada (PPP), para fazer a rodovi�ria perto do Bairro S�o Gabriel. O terreno est� l�. Mas o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), dono do Anel Rodovi�rio, diz que s� pode permitir colocar a frota de �nibus por l� quando ele duplicar o Anel. (Se) n�o duplica, n�o consigo fazer. Ontem (anteontem), no Dnit, tive uma not�cia ruim. Foi a �nica coisa ruim da viagem a Bras�lia. O Anel Rodovi�rio, que estava no projeto de PPP (para a BR-040) da Ag�ncia Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), foi tirado.

O Dnit fez um contrato, em 2021, com uma empresa, para fazer um projeto de duplica��o. A empresa n�o fez, e eles est�o, agora, desfazendo o contrato. Depois que o contrato for desfeito, v�o fazer uma outra licita��o, e a expectativa de o projeto ficar pronto � (entre) 30 e 36 meses. Me perguntaram (no Dnit) se a prefeitura n�o queria pegar o Anel. Falei: 'Voc� me d� o dinheiro para fazer a reforma? Custa R$ 1 bilh�o'. Eles responderam: 'O estado recebeu muito dinheiro da Vale. Pe�a para que coloquem (recursos no Anel)'. Minas Gerais tem o estado inteiro para cuidar. Estou falando de Belo Horizonte. Sa� de Bras�lia muito satisfeito, mas o Anel me deixou com dor no cora��o.

Por que os tr�mites para a duplica��o no Anel Rodovi�rio retrocederam?
A empresa (contratada para desenvolver o projeto) n�o performou. No projeto da ANTT, fizeram um plano de neg�cios, e, quando o Anel entra, o plano de neg�cios desanima muito o pessoal. Pedi uma reuni�o com a ANTT, vou l� chorar as m�goas e dizer: 'Espera a�, n�o fa�am isso com a gente'. N�o sei se resolvo, mas vou l�.

Quando falou da Lagoinha, o senhor citou as pessoas em situa��o de rua. A PBH e a UFMG chegaram a desenvolver um censo para entender o que levou essas pessoas �s ruas. J� h� resultados da pesquisa?
Na segunda-feira (20/3), na prefeitura, vou dar uma entrevista coletiva sobre o programa de atendimento aos moradores em situa��o de rua. A UFMG terminou a pesquisa, e identificamos os problemas. Estamos tratando das pol�ticas para cada caso e vamos apresent�-las na segunda. Tir�-los da rua n�o � tarefa f�cil no mundo inteiro, principalmente porque essas pessoas precisam, antes de tudo, de serem cuidadas.

Trinta e dois por cento deles t�m problemas dent�rios e n�o conseguem atendimento. H� pessoas com tuberculose, v�rias m�es sem p�s-natal e o pr�-natal e crian�as em situa��o de dificuldade. Estamos encontrando jeitos de tratar deles, com programas para lev�-los a lugares mais adequados. Eles precisam ter a dignidade respeitada. S�o cidad�os. Muitos est�o em dificuldades porque a pandemia levou. Temos de atend�-los com respeito.

O PSD, partido do senhor, passou a compor a base aliada a Zema na Assembleia Legislativa. Esse apoio pode fazer com que o governo do estado passe a ver, com mais aten��o, as demandas de BH?
Nunca tivemos problema com o governador. Pelo contr�rio. O relacionamento com ele � muito bom. Na segunda-feira, Zema almo�ou na prefeitura comigo. Fizemos uma parceria com o governador para a conten��o do C�rrego do Ferrugem: Contagem, BH e o governo estadual. Zema liberou quase R$ 80 milh�es a BH para fazermos uma �rea de conten��o da bacia do Ferrugem e acabar com as enchentes na Avenida Teresa Cristina. Contagem recebeu tamb�m uma parte dos recursos para acabar com os problemas de l�. A obra j� est� em andamento.

Fechamos, agora, BH e Contagem, um contrato com a Copasa, sob orienta��o do governador, para conter o esgoto que vem para a Lagoa da Pampulha. A Copasa vai colocar uma verba importante, oriunda do acerto da prefeitura com o governador. Zema tem liberado uma s�rie de recursos para a sa�de em Belo Horizonte. N�o tenho nenhum problema com ele. N�s nos relacionamos muito bem. Fui l� (na Cidade Administrativa) algumas vezes e o convidei para almo�ar na prefeitura. Levei problemas a ele, e, no dia seguinte, me mandou uma mensagem com respostas de quest�es que eu havia pedido.

Ele saiu em apoio � prefeitura antes da decis�o do governo federal (sobre o Aeroporto Carlos Prates). No governo passado, de (Alexandre) Kalil, eles tinham uma discuss�o pol�tica, de campanha. Um era candidato contra o outro. A�, � natural que haja (tensionamentos). N�o sou candidato a nada; ent�o, vamos trabalhar.

O que o senhor quer dizer quando afirma que n�o � candidato a nada? N�o tem elei��o nenhuma agora.
Ontem (anteontem), me candidatei a vice-presidente do Sudeste da Frente Nacional de Prefeitos (FNP). O governo que pensa em reelei��o n�o governa. Tenho uma cidade para governar, cheia de problemas e de propostas de solu��es. Vou fazer isso. O povo n�o est� pensando em elei��o agora. Quem est� pensando em elei��o agora � a imprensa e algumas pessoas que se arvoram. O povo s� vai pensar nisso l� na frente. Eu, agora, tenho de trabalhar pela cidade. � o que precisa ser feito. L� na frente, vou avaliar.

O povo n�o bate � minha porta perguntando como ser� a elei��o. Batem � minha porta perguntando sobre postos de sa�de e escolas. � com isso que est�o preocupados.

O senhor apareceu com 6% nos cen�rios da pesquisa para prefeito de BH feita pelo Instituto Paran� desta semana.
Gostei muito mais da avalia��o da prefeitura estar alta (na pesquisa) do que da minha. O que importa, para mim, � a prefeitura estar prestando servi�os � sociedade. N�o estou governando para ser prefeito eterno da cidade. N�o tenho vergonha de ter me candidatado ou de, eventualmente, me candidatar, caso seja necess�rio. Mas n�o estou preocupado com isso.

Ent�o o senhor n�o crava que vai, ou n�o, disputar a elei��o de 2024?
Nem posso cravar. Se eu parar para pensar em elei��o, n�o estava aqui contando o que tenho feito, mas fazendo campanha. Elei��o � um assunto que s� vai interessar quando o povo estiver preocupado com ela.

H� quem diga que o PT do presidente Lula n�o ter� candidato a prefeito de BH, mas indicaria o vice em sua chapa. Isso procede?
Estive ontem (anteontem) com o presidente, e ele n�o falou nada disso.

Mas o senhor elogiou muito o presidente no Twitter.
Tenho de elogiar. O presidente nos acolheu. Ficamos quatro anos sem poder ir a Bras�lia, pois n�o �ramos recebidos por ningu�m. O mapa da sala do presidente (Jair Bolsonaro) tinha um buraco negro onde fica Belo Horizonte. Ele n�o fez nada. O fato de a ANTT tirar o Anel Rodovi�rio (da licita��o da BR-040) n�o foi deste governo, mas do governo passado. Belo Horizonte n�o existia.

Quando o presidente Lula se candidatou e veio a BH pedir nosso apoio, disse a ele que Belo Horizonte tem muitos problemas e que fomos abandonados. H� o Anel e o metr�. Ele disse: 'N�o posso prometer nada, primeiro, porque n�o me elegi. Segundo, porque h� muitas coisas de muitos estados e muitas prefeituras. Teremos de avaliar cada caso. A �nica coisa que posso dizer � que Belo Horizonte ser� com carinho e respeito pelo presidente e pelo governo federal'. Falei a Lula que s� queria isso.

Neste ano, em tr�s meses e meio, j� falei com cinco ministros e v�rios secret�rios-gerais. J� consegui coisas que n�o havia conseguido nenhuma vez. Tenho de elogi�-lo.

O prefeito n�o pode ter convic��es pessoais. Sou atleticano, mas n�o sou o prefeito s� dos atleticanos. Quero que o Cruzeiro se erga, pois metade da popula��o � cruzeirense e a quero feliz. O Fuad � atleticano, mas o prefeito � desportista pela cidade. Isso vale para a pol�tica tamb�m.

Um ano atr�s, o senhor disse ao Estado de Minas que um de seus desafios era ser conhecido pelo povo. O senhor � conhecido como gostaria?
Nada. Mudei de opini�o. Quero que as obras de Belo Horizonte sejam reconhecidas pela popula��o. Se falarem 'foi o prefeito Fuad que fez', vou ficar muito feliz. Se se falarem 'resolveu meu problema de encosta que ia cair', 'resolveu o problema de drenagem que inundava tudo', 'resolveu o problema do campo de futebol que estava arrebentado' ou 'resolveu o problema do transporte', vou ficar feliz. Isso � o que quero. � o legado que quero deixar � cidade.

Sabe-se que o Atl�tico tentou negociar com a prefeitura parte das contrapartidas pela constru��o da Arena MRV. Em que p� est�o essas conversas?
N�o tem nenhuma pend�ncia do Atl�tico com a prefeitura. Est� tudo resolvido. As obras da Arena est�o um pouco atrasadas, mas n�o � por causa da prefeitura. Nenhum obst�culo. Eles t�m uma s�rie de obras estabelecidas como contrapartidas. Vamos conversar sobre todas elas. A primeira coisa que precisamos fazer � o seguinte: as obras para acesso ao campo t�m de estar prontas antes de o campo ser inaugurado. � uma responsabilidade deles, que est�o de pleno acordo com isso.

Para as outras obras, n�o h� muita pressa. Tem de plantar 46 mil �rvores, mas em vez de plantar em um ano, planta-se em dez. N�o tem import�ncia. Tenho reuni�es permanentes, com Bruno (Muzzi), CEO da Arena (e do Atl�tico), com o presidente S�rgio Coelho e os membros do Conselho, os quatro 'Rs' (Rubens Menin, Rafael Menin, Ricardo Guimar�es e Renato Salvador). Ao menos dois t�m ido. A prefeitura est� absolutamente de acordo em fazer as coisas que resolvam o problema da Arena sem criar nenhum tipo de constrangimento, desde que isso n�o afete a lei ou algum regulamento que eu tenha de romper - porque n�o vou fazer isso - e n�o tem. Se eles quiserem recorrer de alguma coisa e isso for ao Conselho Municipal de Pol�tica Urbana (Compur), que aprovou, e o Compur eventualmente mudar, n�o � problema da prefeitura.

N�o temos nenhum problema com o Atl�tico - e, se o campo fosse do Cruzeiro, n�o ter�amos nenhum problema. J� recebemos o Cruzeiro v�rias vezes para encontrar solu��es a problemas que apresentaram. O Am�rica n�o tem muito problema - � o time mais 'arrumadinho' nessa parte aqui. Mas se (Marcus) Salum (presidente) quiser conversar comigo, terei muito prazer. Gosto muito dele. A prefeitura � de todos. N�o � do prefeito; � da cidade, da popula��o. Todo mundo precisa da aten��o do prefeito.

O projeto que a prefeitura prop�e reduz o valor cobrado para as constru��es dentro da avenida do Contorno de pr�dios acima do limite. � a chamada Outorga Onerosa. A prefeitura diz que isso vai aumentar a arrecada��o, mas alguns movimentos afirmam que, al�m do valor diminuir, o tamanho dos pr�dios vai aumentar e provocar uma s�rie de outros problemas na �rea central. O que o senhor tem a dizer?
As pessoas n�o entenderam o que fizemos. O Plano Diretor diz que tem de ter uma outorga, que est� mantida. S� aceitei fazer isso depois que a C�mara retirou o projeto que mudava os oito anos (de prazo m�nimo) do plano. A outorga come�ou a vigorar em 2021. Ela cobrava 0,37 - ou seja: R$ 370. De 2019 a 5 de fevereiro de 2023, arrecadamos R$ 2 milh�es com isso. Ou seja: nada. De 5 de fevereiro para c�, passou para 0,5 - ou R$ 500. Arrecadamos R$ 0 at� agora. Existe uma concorr�ncia entre as outorgas e as Transfer�ncias do Direito de Construir (TDCs), que as pessoas t�m. A outorga � mais barata.

Simplificando: h� duas lojas que vendem pastel. Uma vende past�is bons e gostosos a R$ 1; a outra, os mesmos past�is, bons e gostosos a R$ 2. Qual voc� compra? O de R$ 2 vai quebrar. � o que aconteceu com a prefeitura at� agora. Estamos baixando (a outorga), sim, para ser competitivo, vender e arrecadar dinheiro para fazer casa popular.

'Ah, mas vai adensar a cidade'. O �ndice de ocupa��o � 2,7. O plano diretor baixou para 1, permitindo a volta da eleva��o. Temos pouqu�ssimos terrenos na �rea da Contorno onde isso pode ser feito. Vi um movimento feito na porta da C�mara; as pessoas est�o fazendo isso sem entender o que est� acontecendo. Um dia desses me falaram que vai tirar os benef�cios de quem tem as TDCs. N�o � tirar o benef�cio, mas competir em igualdade de condi��es. Mas o que � melhor: arrecadar dinheiro para fazer casas populares ou deixar que o dono de uma casa tombada receba recursos e fique com eles? A prefeitura tem de trabalhar em favor da comunidade. � o que estamos fazendo.

Antes de reagir, as pessoas precisam entender. Acho que os vereadores t�m entendido a nossa posi��o, mas sempre vai ter o pessoal que critica. Tudo criticam. Abri o Parque Municipal das 7h �s 21h. Est� todo mundo achando bom, mas alguns me criticaram.

Por que as cr�ticas � extens�o dos hor�rios do parque?
Falaram que vai haver assassinatos, mas n�o viram que tripliquei a seguran�a. Falaram que est� tudo escuro, mas n�o viram que coloquei ilumina��o completa. 'Ah, mas para gastar mais dinheiro com luz?'. O parque � nosso, a cidade � nossa, � para a gente usar. No primeiro dia (da extens�o), um �rg�o de imprensa mostrou meninos jogando basquete. As aulas deles terminam �s 18h e estavam desesperados porque n�o tinham quadra para alugar e jogar basquete. Agora podem jogar.


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