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Estado de Minas IMPORT�NCIA GLOBAL

Ida de Lula a China � uma viagem sob os holofotes do mundo

Amplia��o da balan�a comercial entre Brasil e China � apenas um dos objetivos da visita do presidente Lula (PT) ao pa�s asi�tico


19/03/2023 04:00 - atualizado 19/03/2023 08:01

 presidente Lula
O presidente Lula deve ser acompanhado por 240 empres�rios brasileiros na viagem � China (foto: EVARISTO SA / AFP)


A visita de Estado do presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) � China, a convite do presidente chin�s Xi Jinping, ganha import�ncia global em meio �s incertezas sobre o fim da guerra entre R�ssia e Ucr�nia, que completou um ano em fevereiro, mas a expectativa de analistas � de que a pauta econ�mica e comercial esteja mais em evid�ncia durante a turn� do petista pelas cidades de Pequim e Xangai entre os dias 26 e 31 deste m�s.

A ida de Lula para China marca a reaproxima��o do Brasil com o seu maior parceiro comercial ap�s uma s�rie de trapalhadas no campo diplom�tico do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), cujo filho n�mero 3, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), chegou a culpar o pa�s asi�tico pela pandemia da COVID-19.

 
Especialistas lembram que o Brasil, atualmente, � muito mais dependente da China do que o contr�rio. Essa alian�a tornou-se global em 2012, ano em que a corrente de com�rcio – soma das exporta��es e das importa��es – entre os dois pa�ses era de US$ 75,4 bilh�es, e, no ano passado, esse volume dobrou para o patamar recorde de US$ 150 bilh�es, com um saldo comercial favor�vel ao Brasil de US$ 28,7 bilh�es, abaixo dos US$ 40,2 bilh�es registrados no ano anterior, outro recorde hist�rico, conforme dados da Secretaria de Com�rcio Exterior (Secex) do Minist�rio do Desenvolvimento, Ind�stria, Com�rcio e Servi�os (Mdic).
 
O momento da visita presidencial tamb�m coincide com a reabertura do pa�s asi�tico para o mundo, ap�s o afrouxamento das regras de toler�ncia zero para a COVID-19, em uma onda de revis�es para cima do crescimento da economia global por conta disso, pois as novas proje��es voltaram a prever a China crescendo acima de 5%. A Organiza��o para Coopera��o do Desenvolvimento Econ�mico (OCDE) revisou de 2,2% para 2,6% a estimativa do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e dos pa�ses do G20. Essa nova proje��o, divulgada recentemente, reduziu de 1,2% para 1% a previs�o para o crescimento do PIB do Brasil e aumentou de 4,6% para 5,3% a expectativa de avan�o do PIB chin�s. 

Parceiro gigante 


A pauta de exporta��es do Brasil para os chineses � predominada por produtos de commodities agr�colas e minerais, com soja, min�rio de ferro e petr�leo respondendo por mais da metade (74%) do total embarcado em 2022 com destino � China. “Faz todo sentido o presidente brasileiro ir � China, porque � o principal parceiro comercial do pa�s e � o destino de uma importante fatia das exporta��es brasileiras (de 26,7% em 2022). O novo governo Lula � mais favor�vel � inser��o do Brasil no cen�rio internacional, uma das poucas coisas coerentes desse terceiro mandato � a pol�tica externa. O resto � um desastre”, afirma o economista Sim�o Silber, professor da Universidade de S�o Paulo (USP).
 
Na avalia��o de Silber, o Brasil � mais dependente da China, que voltar� a crescer acima de 5%, do que o contr�rio. “A China � um pa�s que todos querem fazer neg�cio e o Brasil tamb�m precisa fazer mais neg�cios com os chineses”, destaca o professor da USP. N�o � toa, o governo brasileiro sinaliza que tem interesse em diversificar a pauta exportadora, que � focada em commodities agr�colas e minerais e, nesse sentido, a viagem tem como objetivo ampliar a parceria para o processo de reindustrializa��o.

Embargo


O governo brasileiro tem interesse em derrubar o embargo � carne bovina e diversificar a pauta comercial entre os dois pa�ses e focar mais em parcerias voltadas para a preserva��o do meio ambiente e o desenvolvimento industrial e tecnol�gico, com foco na reindustrializa��o, uma das prioridades da agenda do novo governo, de acordo com o embaixador Eduardo Saboia, secret�rio de �sia e Pac�fico do Minist�rio das Rela��es Exteriores (MRE).

Sem tomar partido 


A expectativa dessa terceira viagem de Lula ao gigante asi�tico, que � o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009, dever� ser acompanhada de bin�culos pelos Estados Unidos, na avalia��o do presidente da Associa��o de Com�rcio Exterior do Brasil (AEB), Jos� Augusto de Castro. Ele reconhece que, para o pa�s, � importante n�o tomar partido entre os dois maiores parceiros comerciais. “China e EUA est�o em lados opostos, e, quando n�o se pode agradar os dois ao mesmo tempo, neste momento, quanto menos Lula falar, de forma assertiva, ele poder� evitar se arrepender no futuro. O mundo est� em uma fase de transi��o e ficar em cima do muro pode ser c�modo, mas oferece riscos, porque ser� cobrado em algum momento”, destaca. 
 
Na avalia��o do deputado federal Fausto Pinato (PP-SP), presidente da Frente Parlamentar Brasil-China e Brics no Congresso, Lula dever� adotar um tom conciliador, a exemplo da viagem feita a Washington, no m�s passado. “Lula tem sinalizado para nossos principais parceiros comerciais, os Estados Unidos e tamb�m para a China. Entendo que ele est� tentando adotar um conciliador. Por mais que na quest�o geopol�tica acabou declarando um apoio � Ucr�nia, ele sempre tenta chamar uma sinaliza��o de paz em rela��o � R�ssia”, afirma.

Parceria estrat�gica 


O ex-embaixador Rubens Barbosa, por sua vez, considera que essa viagem de Lula � o desdobramento da diplomacia do novo governo, que deu prioridade ao Mercosul e ao Hemisf�rio Ociental nos primeiros dias de governo e, agora, realiza a primeira visita fora da regi�o. “A primeira visita fora do Hemisf�rio para o maior parceiro comercial, que � a China, � coerente com as prioridades do Brasil e das empresas brasileiras. A agenda do encontro � muito densa, mas a parceria estrat�gica entre os dois pa�ses desenvolveu mais o lado da China do que o do Brasil”, destaca o diplomata.  
 
“A ida de Lula � China conclui o que podemos chamar de uma jogada de abertura da pol�tica externa do governo Lula 3. Ele anunciou, desde o in�cio, que se ela seria baseada no trip� dos maiores parceiros comerciais: Argentina, Estados Unidos e China. Ele j� cumpriu as duas primeiras etapas e vai para a terceira. N�o vejo nada especial al�m desse aspecto”, avalia o ex-embaixador e ex-ministro da Fazenda Rubens Ricupero. Na avalia��o dele, em territ�rio chin�s, a visita presidencial dever� ser dominada pelo �ngulo econ�mico, no intuito de atrair mais investimentos chineses para o Brasil, porque o com�rcio bilateral cresce de forma aut�noma e n�o de


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