O presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) afirmou nesta ter�a-feira (18/4) que “as pessoas n�o podem fazer nas redes sociais o que � proibido na sociedade”. A declara��o ocorreu ao final da reuni�o no Pal�cio do Planalto com representantes dos Tr�s Poderes, estados e munic�pios para discuss�o de medidas contra a viol�ncia nas escolas. O chefe do Executivo defendeu ainda que as redes sociais t�m trazido um novo tipo de viol�ncia.
“Essa reuni�o demonstrou que estamos diante de um fato que poucos de n�s conhecemos. Ainda n�o temos especialista nesse novo tipo de viol�ncia que est� acontecendo na nossa vila, bairro, pa�s. Estamos diante de um fato novo porque a viol�ncia existe na nossa vida desde que a gente nasceu. A periferia � tomada pela viol�ncia. O fato novo � que invadiram um lugar que para n�s � tido como um lugar de seguran�a. Toda m�e quando leva um filho para uma escola, creche, ela tem certeza que o filho est� seguro. Isso ruiu porque temos um instrumento avassalador. N�o � o celular que � ruim. Ele � �timo. Agora, as redes, n�o dever�amos chamar de rede social, mas de digital. E tem a rede digital do bem e do mal e h� uma predomin�ncia da chamada rede digital do mal”, apontou.
“As pessoas gostam de mentira, de fake news, � s� ver como foi a �ltima elei��o nesse pa�s, nos EUA, em 2018. H� uma predomin�ncia na tentativa de divulgar o falso, a mentira. � s� ver os discursos que s�o feitos por esse pa�s afora que h� predomin�ncia da prega��o da viol�ncia”, continuou.
O petista disse ainda que tanto os meios digitais quanto as fam�lias devem participar da manuten��o da paz nas escolas. “Ou n�s temos coragem de discutir a diferen�a entre liberdade de express�o e cretinez ou n�o vamos chegar muito a frente. Ou levamos em conta a necessidade de educar os pais… porque a fam�lia tem que estar envolvida nesse processo. Tinha gente que tirava crian�as da escola p�blica para colocar na privada porque achava que na privada tinha mais seguran�a, est� provado que n�o tem”.
Lula tamb�m criticou medidas que transformem as escolas no que chamou de “pris�o de seguran�a m�xima”. “Sem a participa��o dos pais a gente n�o recupera um processo educacional correto nas escolas. N�s vamos transformar nossa escolas em pris�o de seguran�a m�xima que n�o tem solu��o. Nem tem dinheiro para isso e nem � politicamente correto, humanamente correto, socialmente correto. Se a gente tentar fazer isso, estamos dando a demonstra��o que n�s n�o servimos para muita coisa porque n�o sabemos resolver o problema real”.
“Essa reuni�o n�o � para o governo dizer que tem todo o dinheiro do mundo para toda cidade murar escolas, ‘vamos transformar o Brasil naquele muro que est� constru�do entre Israel e a Faixa de Gaza’, ‘no muro que queriam fazer entre Estados Unido e M�xico’, ou ‘o muro chin�s para proteger’. N�o vai resolver. O problema est� no processo educacional dentro da pr�pria fam�lia”, refor�ou.
O presidente Lula (PT) afirmou que "as pessoas n�o podem fazer nas redes sociais o que � proibido na sociedade" (foto: Foto: Ricardo Stuckert/PR)
Lula defendeu ainda que o problema das medidas de seguran�a nas escolas n�o passam apenas por detectores de metais. “Resumirei a reuni�o na frase de Moraes: as pessoas n�o podem fazer na rede digital o que � proibido na sociedade. N�o � poss�vel que possa pregar �dio na rede digital, fazendo propaganda de arma, ensinando crian�a a atirar. � isso que a gente v� todo santo dia. A verdade � que uma pessoa de 6, 7, 8, 9 anos repercute na escola o que ele ouve dentro de casa. A gente n�o vai resolver esse problema s� com dinheiro, elevando muro da escola, a gente n�o vai resolver esse problema colocando detector de metais. Eu fico imaginando as crian�as sendo revistadas nas escolas como seria pat�tico para os pais, para o prefeitos, governador, o presidente da Rep�blica e institui��es desse pa�s uma crian�a de 8 anos ter que mostrar a mochila para ser rastreada”.
“Precisamos ter em conta que a humanidade est� mudando de padr�o de comportamento e n�s como governantes temos responsabilidade de atentar n�o permitir que a sociedade deixe de ser uma sociedade dotada de humanismo e que o �dio prevale�a sobre o bem”, concluiu.