
Segundo Campos Neto, a infla��o cheia pelo �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) continua caindo por causa das desonera��es decididas no ano passado. No entanto, o n�cleo da infla��o continua alto, mesmo com os juros b�sicos no maior n�vel em seis anos. “O �ndice cheio de infla��o est� muito polu�do por mudan�as tribut�rias que est�o acontecendo, ent�o quando olhamos o n�cleo, est� em torno de 8%, o que ainda � muito alto. Em termos de hiato do produto [medida de quanto a economia produz a menos que a capacidade], n�o vemos mudan�a, mesmo que a economia esteja desacelerando”, declarou.
De acordo com Campos Neto, o Banco Central est� mais preocupado com as expectativas de infla��o, principalmente para 2025 e 2026. Ele explicou que o BC projeta IPCA de 5,8% em 2023, 3,6% para 2024 e 3,2% para 2025. Apesar da queda, ressaltou Campos Neto, as expectativas apontam infla��o acima do centro da meta. “Quando olhamos nossas proje��es, temos 5,8% [para o IPCA] para 2023 e 3,6% para 2024, 3,2% para 2025 e, obviamente temos um contexto de n�meros melhores, mas ainda longe da nossa meta. Sempre dizemos que a decis�o se baseia em tr�s dimens�es de dados, olhamos para a infla��o corrente, para o hiato do produto e para as expectativas [de infla��o]”, destacou.
O Conselho Monet�rio Nacional (CMN) estabelece meta de infla��o de 3,25% para 2023 e de 3% para 2024 e 2025. Em todos os anos, h� um intervalo de toler�ncia de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Segundo ele, parte do aumento da expectativa para o longo prazo deve-se a ru�dos da mudan�a de governo. “H� questionamento sobre por que temos expectativas de infla��o nos m�dio e longo prazos subindo se as surpresas inflacion�rias no curto prazo s�o positivas. A quest�o aqui � que algum ru�do foi criado na mudan�a de governo; quando olhamos porque a infla��o desancorou no longo prazo, parte da explica��o est� relacionada ao pacote fiscal que foi aprovado e parte ao governo falar sobre mudar as metas”, disse.
ARCABOU�O
Campos Neto comentou o projeto de lei complementar do novo arcabou�o fiscal, enviado nesta ter�a-feira (19) ao Congresso. Ele disse considerar o texto “bastante razo�vel”, mas que a avalia��o final depender� da velocidade do Congresso em votar o projeto e de eventuais altera��es inclu�das pelos parlamentares.
“Acho que foi uma boa indica��o de que estamos avan�ando na dire��o certa.” “Tivemos o novo arcabou�o fiscal, o texto foi enviado ontem, n�o tive tempo de olhar todos os detalhes, mas parece em linha com o que eu tinha visto antes”, afirmou.
