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Estado de Minas VIAGEM PRESIDENCIAL

Lula baixa o tom e prega 3� via na guerra da Ucr�nia: 'Constru��o da paz'

Em entrevista a jornalistas na Europa, presidente brasileiro afirma que n�o tem lado e que a guerra 'n�o est� fazendo bem a ningu�m'


23/04/2023 09:22 - atualizado 23/04/2023 10:16

Lula, Marcelo rebelo de Sousa e Janja
(foto: Ricardo Stuckert)
Lisboa — Se dependesse apenas da vontade do presidente Luiz In�cio Lula da Silva, ele s� trataria de temas amenos na visita de Estado a Portugal. Mas o l�der brasileiro est� sendo confrontado com temas geraram enormes ru�dos, mesmo antes de ele cruzar o Atl�ntico. O petista est� sendo questionado, principalmente, sobre as recentes declara��es de que a Ucr�nia � t�o culpada quanto a R�ssia pela guerra travada entre os dois pa�ses e de que a Uni�o Europeia e os Estados Unidos t�m estimulado o conflito em vez de pregarem a paz.

Na tentativa de desfazer o que o Pal�cio do Planalto classificou como um mal-entendido, ele disse, ontem, em entrevista coletiva a jornalistas do mundo inteiro, em Lisboa, que nunca igualou a Ucr�nia com a R�ssia, condenou o pa�s de Vladimir Putin pela invas�o do vizinho e frisou que o �nico lado que defende � o da paz.


"N�o tenho lado, estou na terceira via, que � o da constru��o da paz. Ele ressaltou ainda que sabe o que � integridade territorial, e que a Ucr�nia, sim, teve a soberania atacada. "Todos acham que a R�ssia errou, e j� dissemos isso. Infelizmente, a guerra come�ou. Agora, � preciso encontrar as pessoas dispostas a se sentar para discutir a paz. � isso que estou tentando fazer", assinalou. "A guerra n�o est� fazendo bem a ningu�m, o mundo todo est� sendo prejudicado, inclusive o Brasil, que compra fertilizantes (da R�ssia)", emendou.

Sob press�o dos rep�rteres, o presidente disse que n�o aceitar� o convite do governo da Ucr�nia para visitar Kiev. "Eu n�o fui � R�ssia e n�o vou � Ucr�nia. Eu s� vou (� Ucr�nia) quando houver possibilidade de efetivamente ter um clima de constru��o de paz", afirmou. Lula confirmou que enviar� o ex-chanceler Celso Amorim, assessor internacional da Presid�ncia, � Ucr�nia, repetindo o gesto que fez � R�ssia. O presidente, por�m, recorreu � ironia ao ser questionado sobre o que seria tratado com o governo ucraniano. "Se eu disser, estar� tudo nos jornais amanh�. � preciso conversar primeiro", assinalou.


Lula refor�ou que n�o quer agradar ningu�m, seu objetivo �nico � tentar construir uma solu��o para que Ucr�nia e R�ssia cheguem a um acordo. Ele afirmou entender o papel da Europa ante a guerra. Contou que esteve com o presidente da Rom�nia, que tem 600 quil�metros de fronteira com a Ucr�nia e que entende perfeitamente a vis�o dele. "Quando houve a Segunda Guerra Mundial, era dif�cil acreditar que as pessoas pudessem conversar. Mas houve. Ent�o, acredito que agora tamb�m � poss�vel encontrar a paz", frisou.

Vis�es diferentes

Apesar de deixar claro suas ressalvas em rela��o � posi��o do presidente Lula sobre a guerra entre na Ucr�nia, o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Souza, preferiu n�o polemizar com o convidado e amigo. O l�der portugu�s refor�ou sua vis�o de que a Ucr�nia � a v�tima e que apoia todas as san��es impostas pela Uni�o Europeia e os Estados Unidos � R�ssia.


"A posi��o portuguesa � conhecida por todos, que � n�o apenas a condena��o da invas�o russa � Ucr�nia, mas tamb�m de solidariedade em rela��o ao povo ucraniano, no que foi uma viola��o do princ�pio fundamental do direito internacional previsto na Carta das Na��es Unidas. E eu acrescentaria que faz sentido aplicar as resolu��es das Na��es Unidas aprovadas por maioria esmagadora na Assembleia Geral", afirmou Rebelo de Souza. Na opini�o dele, � vital que haja a retirada imediata das for�as russas da Ucr�nia.

 


 

Nesse sentido, acrescentou o presidente portugu�s, seu pa�s � solid�rio com a Organiza��o do Tratado do Atl�ntico Norte (Otan) e com a Uni�o Europeia. "Penso que � justo permitir � Ucr�nia se defender (com armas doadas) e tentar recuperar um territ�rio que foi invadido, com viola��o da integridade territorial e da soberania do Estado", ressaltou. Mas, para n�o confrontar diretamente Lula, Rebelo de Souza acrescentou que, se seu pa�s diverge do Brasil em alguns pontos, na maioria das vezes, impera o consenso. "Estamos sempre do mesmo lado, sempre de um modo ou outro, mas, agora (em rela��o � Ucr�nia), cada pa�s considera qual � a sua prioridade. Para Portugal, aliado da Uni�o Europeia e da Otan, a posi��o � de total apoio � Ucr�nia nos v�rios dom�nios", destacou.

Seguran�a refor�ada

O presidente Lula foi recebido por Marcelo Rebelo de Sousa com honras de chefe de Estado. Sob forte calor, o l�der brasileiro passou a tropa em revista, em frente ao Mosteiro dos Jer�nimos, que foi fechado � visita��o p�blica.

O que mais chamou a aten��o foi o forte esquema de seguran�a montado para o evento. Pelo menos duas centenas de policiais foram destacadas para a opera��o. O temor era de tumulto, diante das convoca��es feitas pelo deputado Andr� Ventura, do Chega, partido de extrema-direita que, sistematicamente, tem atacado o petista.

A linha dura imposta pelos policiais, no entanto, n�o impediu que um grupo de apoiadores do PT se aglomerasse na Pra�a do Imp�rio. Lula, inclusive, rompeu rapidamente o protocolo e acenou para o p�blico.

O petista esteve, durante boa parte do tempo, acompanhado da primeira-dama, Janja da Silva, que, na v�spera, havia causado pol�mica ao deixar o hotel para comprar uma gravata em uma das lojas mais caras de Lisboa, da grife Ermenegildo Zegna. Lula usou a gravata, ontem. A assessoria de Janja informou que o presente n�o foi comprado com cart�o corporativo do governo.

A visita de presidente brasileiro a Portugal marca o reatamento das rela��es com o Brasil. Nos �ltimos quatro anos, os dois pa�ses viveram momentos de tens�o. Jair Bolsonaro quebrou a tradi��o e n�o pisou em solo portugu�s. Mesmo nos governos militares, isso nunca havia acontecido. Em duas oportunidades em que esteve no Brasil, Rebelo de Souza foi maltratado pelo ent�o presidente. Um almo�o agendado previamente foi desmarcado e, nas comemora��es do Sete de Setembro, Bolsonaro colocou um empres�rio aliado entre ele e o l�der portugu�s.

As boas-vindas a Lula incluiu uma visita ao t�mulo do escritor Lu�s de Cam�es. O brasileiro se ajoelhou ante a l�pide, num gesto de respeito. De l�, seguiu para o Pal�cio de Bel�m, sede da Presid�ncia portuguesa. Os dois presidentes tiveram um encontro privado e, depois do almo�o, participaram da reuni�o de C�pula Brasil-Portugal.

 


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