Lisboa - Num bom-humor impressionante para quem enfrenta turbul�ncias pesadas no governo, o primeiro-ministro de Portugal, Ant�nio Costa, disse que seu pa�s e o Brasil n�o podem perder a hist�rica oportunidade que t�m neste momento para ampliar os la�os comerciais e os investimentos m�tuos.
"Agora que o Brasil voltou, n�o vamos deixar o Brasil sair nunca mais", afirmou, refor�ando o descontentamento com os �ltimos quatro anos, de Jair Bolsonaro, quando houve um afastamento sem precedentes das duas na��es.
A uma plateia de empres�rios luso-brasileiros, ele ressaltou que, mesmo o Brasil sendo o segundo maior investidor estrangeiro em Portugal, fora da Uni�o Europeia, atr�s apenas da China, o pa�s est� muito aqu�m de seu potencial. A mesma ressalva foi feita em rela��o a Portugal, apenas o 18º investidor no Brasil.
"Temos que incrementar essas posi��es. S�o muitas as oportunidades em que podemos atuar juntos", frisou Ant�nio Costa. "H� possibilidades de crescimento de lado a lado."
O l�der portugu�s assinalou que um dos caminhos para refor�ar as parcerias entre os dois pa�ses � o acordo que envolve o Mercosul e a Uni�o Europeia, esperando por uma defini��o h� mais de 20 anos.
"Serei um ponta de lan�a para que esse acordo finalmente saia. O Brasil pode contar comigo, pois a pareceria � absolutamente estrat�gia para o aumento das rela��es comerciais de um lado e do outro", prometeu. Segundo o presidente Luiz In�cio Lula da Silva, faltam pequenos detalhes para que o acordo seja assinado ainda neste ano.
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Para dar o tamanho da atual rela��o entre Brasil e Portugal, o primeiro-ministro listou uma s�rie de neg�cios.
"Na transi��o digital, temos um novo cabo de fibra �tica que liga Fortaleza, no Cear�, ao Porto de Sines, em Set�bal. Com isso, o porto poder� se tornar um polo de tecnologia. O Brasil j� responde pelo maior n�mero de participantes do Web Summit, que ter� a sua primeira vers�o no Rio de Janeiro este ano. Trata-se de um ecossistema muito din�mico para o empreendedorismo", disse.
H�, ainda, a parceria entre a Embraer e a Ogma, agora para a constru��o e manuten��o de avi�es Super Tucano.
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Costa ainda acrescentou os investimentos de 5,7 bilh�es de euros (R$ 32 bilh�es) que as portuguesas Galp, petroleira, e EDP, de energia, far�o no Brasil nos pr�ximos cinco anos. Os recursos ser�o destinados para a produ��o de hidrog�nio verde.
"A EDP produziu as primeiras c�lulas de hidrog�nio verde da Am�rica Latina no Cear�", detalhou. Ele afirmou que energias renov�veis ser�o prioridade em Portugal, com investimentos programados de 60 bilh�es de euros (R$ 340 bilh�es) at� 2028. Isso nos garantir� energia muito mais barata", complementou.