
“Eles inserem o celular no software israelense cellebrite premium, e ele levanta tudo que foi feito. A pol�cia usa para destrinchar um aparelho, desde o in�cio da f�brica at� o momento em que foi apreendido. Tudo que passou vai estar l�, independentemente se a pessoa apagou, formatou, levou em qualquer lugar, n�o adianta. Coloca tudo pra fora”, conta.
Ele detalha: “Por exemplo, comprei um celular h� 5 anos, baixei uma foto e apaguei, ele recupera tudo. Mensagens, fotos, v�deos, redes sociais (Facebook, Instagram, Twitter, Telegram), e-mails, chamadas recebidas, discadas, n�o atendidas e n�o completadas. A bilhetagem de todos os eventos de chamada que ocorreram naquele telefone ele consegue identificar”.
Al�m disso, a fonte observa que at� mesmo as pessoas que mantiveram contato com aquele aparelho podem ser identificadas. “Atrav�s dessa linha, eles pedem � operadora para encaminhar o n�mero do e-mail do aparelho. Por exemplo, voc� me liga, mas trocou o aparelho para me ligar, eles v�o identificar todos os aparelhos que passaram naquele chip e vice-versa. Vai virando uma teia de aranha”, ressalta.
O passo seguinte � colocar todas estas informa��es apuradas em um outro programa, chamado i2, “que identifica todo conte�do e aquilo que est� relacionado a cada coisa”.
Pode encontrar outros crimes?
Com esse tipo de investiga��o em aparelhos celulares, a Pol�cia Civil pode estar atr�s de uma coisa e encontrar outras que devam ser apuradas. “Por exemplo, se o objeto do pedido seja tr�fico de drogas por uma determinada pessoa, n�o impede que se encontrem outras coisas e e o investigado n�o pode ficar ileso. � a teoria do fruto da �rvore envenenada, ou seja, investigou uma coisa e encontrou outra. Mas tem um tr�mite, abre um outro inqu�rito para apurar aquele fato que est� fora do pedido”, afirma.
“Tudo tem que ser amparado por lei. Por exemplo, estou investigando um caso e voc� encontra no celular que estou traindo minha esposa, a� vou utilizar aquilo? N�o, n�o � crime. Porque, se n�o, voc� se torna o r�u. A lei de intercepta��o telef�nica trata at� onde se pode ir e, se passar disso, se pode investigar as coisas que n�o est�o pleiteando no pedido. N�o quer dizer que vai ser jogado fora ou ignorado, se existe ind�cio de crime, tem que ser investigado, mas � preciso fazer tudo dentro da lei”, completa.
Segundo a fonte, usar outros tipos de informa��es podem contaminar a prova levantada e os pr�prios advogados do acusado usam como mat�ria de defesa.
Segundo a fonte, usar outros tipos de informa��es podem contaminar a prova levantada e os pr�prios advogados do acusado usam como mat�ria de defesa.
Opera��o
A Pol�cia Federal cumpre 16 mandados de busca e apreens�o e seis de pris�o preventiva, em Bras�lia e no Rio de Janeiro.
De acordo com a PF, a inclus�o dos dados falsos aconteceu entre novembro de 2021 e dezembro de 2022. Com a falsifica��o dos dados, os beneficiados conseguiram emitir certificados de vacina��o e burlar restri��es sanit�rias impostas pelo Brasil e pelos Estados Unidos.
A PF acredita que o objetivo do grupo seria "seria manter coeso o elemento identit�rio em rela��o a suas pautas ideol�gicas, no caso, sustentar o discurso voltado aos ataques � vacina��o contra a COVID-19".
O nome da opera��o
O nome da opera��o deriva do princ�pio “Venire contra factum proprium”, que significa "vir contra seus pr�prios atos", "ningu�m pode comportar-se contra seus pr�prios atos". � um princ�pio base do Direito Civil e do Direito Internacional, que veda comportamentos contradit�rios de uma pessoa.