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Estado de Minas SEGURAN�A

Her�is do 8/1: conhe�a os PMs promovidos por enfrentar golpistas

Policiais militares que atuaram nos atos golpistas de 8/1 contam sobre os epis�dios de agress�o e o trabalho para restabelecer a ordem


09/05/2023 09:03 - atualizado 09/05/2023 10:51

Cabo Marcela e Subtenente Júnior uniformizados e sentados a mesa
Policiais militares que foram promovidos pelo trabalho na manifesta��o de atos golpistas do dia 08 de Janeiro em Bras�lia (foto: Minervino J�nior/CB/D.A Press)

O 8 de janeiro marcou a vida de Bras�lia e do pa�s em um dos epis�dios mais dram�ticos para a democracia. Extremistas se concentraram na Esplanada dos Minist�rios e invadiram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Pal�cio do Planalto. O cen�rio foi ca�tico. As sedes dos Tr�s Poderes foram depredadas.

Em meio � escalada da viol�ncia dos atos de vandalismo, parte da Pol�cia Militar do DF foi acusada de se omitir. Muitos militares est�o sendo investigados sob suspeita de omiss�o e inoper�ncia. Mas, nesse caos, houve atos de hero�smo para reposicionar a ordem e conter os golpistas. Como forma de reconhecimento, mais de 40 PMs passam por uma an�lise para promo��o por ato de bravura na atua��o em 8 de janeiro. Dois deles foram promovidos de patente e homenageados pela Secretaria de Seguran�a P�blica (SSP-DF).


O Correio Braziliense entrevistou dois policiais reconhecidos por ato de bravura, que atuaram na linha de frente no combate aos extremistas. Juntos, o subtenente Beroldo J�nior, que, em 8 de janeiro era sargento, e a cabo Marcela Morais, que era soldado, integram o Batalh�o de Choque da PMDF. Como em qualquer outro dia de servi�o, os dois, junto a pelo menos outros 18 militares, come�aram o expediente cedo, �s 7h. Houve treinamento esportivo e, quatro horas depois, as equipes se preparavam para patrulhar na rua. Antes de deixar o quartel, fizeram uma ora��o.

 

A manifesta��o estava prevista e, como em qualquer outro evento coletivo, a PMDF designou policiais no refor�o � seguran�a. N�o demorou muito para a equipe do subtenent J�nior perceber que o clima em meio ao protesto estava diferente e acirrado.

Por volta das 14h, a determina��o do comandante do batalh�o era de que todos os policiais deveriam estar posicionados na Esplanada dos Minist�rios. De maneira veloz, uma multid�o invadiu e cercou o gramado em frente ao Pal�cio do Planalto. "Eles acessaram o espelho d'�gua. Uma parte foi por debaixo da rampa e outra pela via N1. Subimos pela c�pula para fazer eles voltarem ao gramado e evitar a invas�o no Pal�cio do Planalto. Em 27 anos de pol�cia, eu nunca tinha visto uma a��o t�o agressiva", relata o PM.


Violentos, os extremistas estavam em posse de roj�es, barras de ferro e fogos de artif�cio. Os policiais do Batalh�o de Choque foram encurralados. Cinco deles acabaram empurrados de uma altura de tr�s metros. Era apenas o come�o da selvageria. "Quando est�vamos na c�pula, fomos agredidos e empurrados. Nessa queda, a ideia era reposicionar. N�o tinha como fazer diferente. Era recuperar o controle da situa��o", afirmou a cabo Marcela.

Agress�o

Marcela foi uma das policiais empurradas pelos golpistas. Ao tentar retornar pela via N1 para se reposicionar junto � equipe, a cabo foi brutalmente interpelada pelos v�ndalos e agredida. Ca�da no ch�o, foi covardemente cercada e chutada. A militar usava um capacete bal�stico espec�fico do Batalh�o de Choque.

O equipamento ficou inutiliz�vel com as pancadas desferidas com uma barra de ferro. "Eles tentavam a todo custo tirar o capacete da minha cabe�a com for�a para me espancar e finalizar (matar) ali mesmo. Eles tamb�m tentaram pegar minha arma por v�rias vezes. Me vi entre a vida e a morte", relembra.

 

O subtenente J�nior foi o respons�vel por resgatar Marcela das m�os dos criminosos. Com um lan�ador nas m�os, o policial saiu em meio � multid�o para buscar a colega de farda. "Nisso, me deram uma pancada com barra de ferro na cabe�a. Eu vi minha vis�o se apagar e voltei rapidamente. Eles (golpistas) arrancaram meus carregadores e a m�scara antigases. Senti a morte. Fui salvo por dois PMs, que hoje chamo de irm�os. Assumimos a linha novamente. Ali, tinha que lutar, mesmo ferido. Mantivemos o controle e nos posicionamos", conta.

 

O policial afirma que a PM n�o recuou e nem deixou os manifestantes invadirem as sedes dos Poderes sem oferecer resist�ncia. A t�tica foi a ensinada nos quart�is e nos cursos, como forma de seguran�a, tanto dos profissionais, quanto dos manifestantes. J�nior explica que, no caso do Batalh�o de Choque, em espec�fico, devido �s subst�ncias utilizadas (granadas e muni��es de menor potencial ofensivo) era necess�rio estar mais longe do coletivo, pois qualquer erro no uso desses equipamentos poderia causar acidentes e at� mortes.

Uni�o

Mesmo machucados, o lema era n�o desistir. Dos 20 policiais do Choque integrantes de uma das equipes, 12 se machucaram. "Eu estava com o ferimento na cabe�a devido � pancada. No momento em que o bombeiro veio me atender, ele segurou nos meus bra�os e disse que queria me levar ao hospital. Ele disse que tinha um lapso de tempo de seis horas. Depois disso, eu n�o poderia levar pontos. Eu disse que s� sairia quando a ordem estivesse restabelecida", relata o subtenente, que teve a cabe�a enfaixada no local e s� foi ao hospital ap�s o t�rmino do confronto.

 

Para os dois colegas de equipe, o sentimento � de dever cumprido. "� uma li��o clara de que Deus esteve conosco. Se Deus n�o estiver, � imposs�vel n�o vencer a batalha. Era dif�cil eu sentir medo, mas naquele dia, eu senti que iria morrer", desabafa o subtenente. "Nossa miss�o n�o seria cumprida sem Deus. Al�m Dele, h� a certeza de um companheiro (policial) que a gente sabe que n�o vai te deixar para tr�s", complementa a cabo Marcela.

Seguran�a

Em entrevista ao Correio, o secret�rio de Seguran�a P�blica, Sandro Avelar, falou sobre a atua��o da PM nos atos de 8 de janeiro e a promo��o dos PMs por ato de bravura. "A nossa PMDF � diferente de todas as pol�cias militares do pa�s. Isso porque em todo tipo de manifesta��o da esfera nacional, os manifestantes se concentram onde? No DF. Ent�o, a PM � quem precisa cuidar desses eventos. Eu digo que a PMDF � do Brasil", enfatizou.

 

Na fala, o chefe da pasta destacou o trabalho das tropas. "Em 2013, por exemplo, quando Bras�lia recebeu in�meros manifestantes, a PMDF atuou com serenidade e responsabilidade. No 8 de janeiro, n�o foi diferente. N�o teve sequer um tiro disparado pelos policiais ou uma pessoa ferida. A quest�o do planejamento � outra discuss�o, mas n�o se deve questionar que os policiais que estiveram l� (nos atos) deram o melhor para evitar que o pior acontecesse", disse.

 

Bilmar Angelis, chefe do Estado Maior da PMDF, afirmou que est�o sendo analisadas outras mais de 40 promo��es por ato de bravura pela atua��o no 8 de janeiro. Questionado sobre poss�veis mudan�as na organiza��o e na comunica��o da corpora��o ap�s a manifesta��o, o coronel falou sobre a cria��o do Batalh�o dos Poderes, que, atualmente, conta com 500 PMs respons�veis pelo policiamento na Esplanada dos Minist�rios e na �rea central de Bras�lia.

 

Outra medida � uma portaria da SSP que estabelece que organizadores de protestos avisem, pelo menos cinco dias antes, sobre o tipo de manifesta��o, o objetivo e n�mero estimado de presentes. "Estamos revendo procedimentos internos de emprego da for�a em grandes eventos, al�m das matrizes curriculares de todos os cursos e as aquisi��es nacionais e internacionais para a tropa", finalizou. 


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