
O presidente Lula est� convencido de que fracassaram as duas �ltimas tentativas de formar um bloco que congregasse os 12 pa�ses da Am�rica do Sul. A Uni�o de Na��es Sul-americanas (Unasul), criada em 2008, tinha essa pretens�o, mas est� desativada h�, pelo menos, quatro anos, desde a chegada de Jair Bolsonaro ao poder. O antigo governo via a Usasul como um bloco de pa�ses de esquerda, e aderiu � articula��o de Col�mbia e Chile para a cria��o do Prosul, um f�rum de pa�ses governados pela direita. J� o Mercosul, criado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai em 1991, � um bloco comercial que conta com alguns pa�ses associados, mas que n�o se prop�e a ser uma institui��o continental.
Onze presidentes confirmaram presen�a em Bras�lia, e a maioria j� solicitou ao Itamaraty encontros bilaterais com Lula. Apenas o Peru n�o enviar� sua chefe de Estado. O pa�s atravessa uma crise pol�tica interna deflagrada com a destitui��o, pelo Parlamento, do ent�o presidente Pedro Castillo, em dezembro do ano passado, por tentativa de golpe de Estado. O pa�s � governado interinamente pela vice-presidente Dina Boluarte, e ainda n�o decidiu se antecipar� as elei��es presidenciais, marcadas para 2026. Ao Brasil, vir� o presidente do Conselho de Ministros do pa�s, Alberto Ot�rola.A reuni�o de ter�a-feira (30/5), que vai durar o dia inteiro, e ser� dividida em duas partes, n�o ter� muitos formalismos diplom�ticos e ser� uma esp�cie “de retiro” dos presidentes, na compara��o da secret�ria de Am�rica Latina e Caribe do Itamaraty, embaixadora Gisela Padovan, ao apresentar o desenho do encontro de c�pula. “Ser� um encontro bem restrito, sem grandes rituais, uma troca de ideias sobre quest�es relativas � integra��o”, explicou a diplomata, ao informar que cada l�der ter� como companhia apenas o chanceler de seu pa�s e dois assessores.
Padovan diz que � poss�vel, mesmo sem uma entidade representativa, abrir “imediatamente” uma agenda “concreta de iniciativas de coopera��o”, e elencou as �reas de sa�de, infraestrutura, energia, meio ambiente, mudan�as clim�ticas e combate ao crime organizado como exemplos que podem dar in�cio a esse di�logo. Sobre as diferen�as pol�ticas que bloquearam o di�logo continental nos �ltimos anos, a diplomata reconheceu as dificuldades. “N�s temos a consci�ncia de que h� diferen�as de vis�o entre os v�rios pa�ses, difereb�as ideol�gica, e, por isso mesmo, consideramos um come�o: que os pa�ses se sentem � mesa e dialoguem, busquem pontos em comum para retomar esse movimento t�o importante.”