
A convidada � casada com Ivan Xavier, que tamb�m foi convidado pela comiss�o. Eles fizeram parte do MST entre 2016 e 2019, enquanto ocupavam o Acampamento Marias da Terra, em Sobradinho.
A mulher trabalhava no �nico com�rcio do acampamento, um mercadinho que, segundo ela, tinha os ganhos repassados aos dirigentes do MST para o abastecimento dos ve�culos que os levavam at� l�. O alimento tamb�m era dado aos dirigentes em quest�o.
“Eu falei que tinha um frango no freezer, a� uma mo�a me respondeu que eles estavam cansados de comer frango e queria carne”, contou a ex-integrante do MST. “A gente dava mas n�o fazia parte, s� os dirigentes. Isso tudo foi culminando para que a gente n�o aceitasse mais”, emendou.
Desobedi�ncia
Nelcilene disse que, caso algum dos ocupantes se recusasse a repassar o alimento ou quantia em dinheiro, era expulso ou tinha o abrigo derrubado. “Nunca aconteceu comigo, mas eu presenciei. A pessoa estava embaixo do barraco, eles derrubavam e essa pessoa tinha que sair.”
Ela “desobedeceu” a regra de som alto em determinados hor�rios e, assim, um relat�rio sobre a situa��o foi produzido e uma reuni�o foi marcada. “Eles estavam reunidos para derrubar o meu barraco. Entrei na plen�ria, onde fazem a reuni�o, e falei que queria ver quem derrubaria meu barraco”, relembrou. “Eles falaram que eu tinha que sair, porque eu tinha desrespeitado a bandeira (do MST).”
Resistindo � derrubada do barraco, Nelcilene foi avisada que muitos �nibus e pessoas estavam na frente do acampamento para executar a destrui��o do lar.
“Algumas l�deres de outros acampamentos que eles reuniram falaram para mim que eu tinha que sair. Eu questionei uma das pessoas, M�nica o nome dela, ‘A senhora comprou a terra? A senhora � dona de alguma coisa para dizer quem tem que ficar, quem tem que sair? Porque eu posso at� sair, se a senhora me mostrar que � dona da �rea, caso contr�rio a senhora � t�o pleiteante de terra para plantar quanto eu’”, lembrou.
Atualmente, o acampamento Marias da Terra n�o tem liga��o com o MST e se tornou a Associa��o dos Produtores Rurais. "N�s n�o pod�amos plantar o que a gente queria, no caso. Um p� de manga, uma �rvore maior, tinha que ser mandioca, alface. N�o pod�amos ter cerca, receber qualquer pessoa, porque tinha que passar pela portaria”, apontou.