"Encontrei pessoas durante a Lava Jato que me pediam para n�o desistir. Agora eu vou pedir para voc�s, n�o desistam. Grandes manifesta��es come�aram com manifesta��es menores", disse Deltan. "Preciso ser franco. Sozinho eu n�o vou conseguir. Preciso de voc�s para fazer a transforma��o", afirmou.
Deltan recorreu ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra a cassa��o do seu mandato na quinta-feira (1). Mas ele diz ainda acreditar que a Mesa Diretora da C�mara Federal possa n�o chancelar a decis�o de 16 de maio do TSE.
O ato com Deltan ocupou apenas a primeira quadra do cal�ad�o da rua 15 de Novembro. Organizadores chegaram a anunciar um p�blico superestimado, de 10 mil manifestantes, e a PM n�o faz mais esse tipo de estimativa.
Embora n�o estivesse vazia como a de S�o Paulo, a manifesta��o na capital paranaense ficou muito distante dos principais atos que costumam ser realizados na Boca Maldita --um com�cio de Lula (PT) nas elei��es de 2022, por exemplo, chegou a ocupar perto de quatro quadras.
Neste domingo, no caminh�o de som, um grande cartaz trazia a foto, os endere�os das redes sociais e os telefones dos gabinetes dos deputados federais da Mesa Diretora da C�mara.
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Em seu discurso, Deltan resgatou a atua��o na Lava Jato e criticou Lula. Disse que n�o desejava morar num pa�s onde "o presidente indica amigo para o STF e estende tapete vermelho para ditador". O p�blico tamb�m gritou "fora, Zanin" e "fora, Pacheco" ao longo do ato.
Deltan recebeu apoios de pol�ticos locais e tamb�m de parlamentares de outros estados. No caminh�o de som, ao lado dele, estavam o senador Eduardo Gir�o (Novo-CE), a presidente do Podemos, deputada federal Renata Abreu (SP), o deputado federal Abilio Brunini (PL-MT) e o deputado federal Gilson Marques (Novo-SC).
"N�o vou desistir do nosso pa�s. Se cassarem uma cabe�a, vir�o outras tr�s no Paran�, tr�s em outros estados. Vamos encher o Congresso Nacional. Para que, dentro da democracia, a gente fa�a a transforma��o do que a gente sonha", disse ele.
Em refer�ncia a uma recente fala do ministro Gilmar Mendes sobre a "Rep�blica de Curitiba", Deltan tamb�m disse que "Curitiba n�o � o germe do fascismo". "� o germe do trabalho, do combate � corrup��o, da liberdade, da estrat�gia da mudan�a".
"A gente n�o vai construir o Brasil que a gente sonha se a gente nos dobrar ao arb�trio, ao abuso e � corrup��o. Se a gente cair nos m�todos errados da vingan�a ou no outro oposto, nos m�todos errados da omiss�o, vamos buscar o caminho do meio, o caminho da verdade e da justi�a", afirmou ele.
Cartazes levados pelo partido Novo pediam "equil�brio entre os Poderes" e "fim dos abusos do Judici�rio". Integrantes do partido tamb�m distribu�am panfletos sobre um abaixo-assinado a favor de uma CPI sobre "abuso de autoridade".
No ato, tamb�m havia frases em ingl�s em refer�ncia � cassa��o de Deltan: "Political persecution is not justice" e "344 thousand silenced voices", registravam os cartazes.
Gislaine Masoller, coordenadora do movimento Vem Pra Rua em Curitiba, disse � Folha que se trata de um ato de "eleitores indignados". "Deltan � filho do Paran� e foi injusti�ado com uma cassa��o inconstitucional. N�s tivemos os votos sequestrados", afirma ela.
"Queremos sobretudo conscientizar a popula��o sobre a persegui��o pol�tica que est� acontecendo contra pol�ticos de um espectro. N�o � uma mega manifesta��o. N�o era o intuito. Foi uma coisa r�pida. � um ato p�blico", disse ela.
Na Boca Maldita, integrantes dos partidos Podemos e Novo, e tamb�m de movimentos como Vem Pra Rua, se revezam no microfone, antes da chegada de Deltan. "Fora PT" e "minha bandeira jamais ser� vermelha" estavam entre os gritos repetidos. Depois, j� com
Deltan em cima do caminh�o de som, os organizadores puxaram "juntos com Deltan" e "Meu voto n�o � lixo". O ato foi encerrado com o hino nacional.
O MBL (Movimento Brasil Livre) do Paran� ensaiou participar do ato, mas desistiu na v�spera. Em nota p�blica, o MBL afirmou que Deltan foi cassado "em um ato de arb�trio por parte do TSE", mas que se retirava do ato de 4 de junho porque se viu "isolado na divulga��o" da manifesta��o.
Segundo o MBL, a manifesta��o estava sendo "sabotada por algumas alas do bolsonarismo". "Mesmo da parte do pr�prio Deltan, temos visto o seu esfor�o de se dissociar e se distanciar do MBL", conclui a nota.