
Os dados, aferidos pelo Datafolha em sua mais recente pesquisa nacional, mostram um quadro de estabilidade em rela��o �s duas rodadas anteriores em que a quest�o foi colocada.
Em dezembro, 32% se diziam petistas, n�mero que foi a 30% em mar�o. Bolsonaristas eram 25% no fim de 2022 e 22%, h� tr�s meses.
Neste levantamento, foram ouvidas pelo instituto 2.010 pessoas com 16 anos ou mais, de 12 a 14 de junho. A margem de erro � de dois pontos percentuais para mais ou menos, o que demonstra o cen�rio est�vel de cis�o nacional.
Como nas outras vezes, o Datafolha mensurou o espectro da polariza��o, partindo de 1 (totalmente bolsonarista) a 5 (totalmente petista), tendo 2 como uma classifica��o de mais bolsonarista que petista, 4, o contr�rio, e 3, um ponto de neutralidade.
Os n�meros tamb�m se mostraram est�veis. Agora em junho, 7% se diziam mais bolsonaristas que petistas e 10%, o inverso. J� 20% se colocam no centro da escala, enquanto 8% afirmaram n�o preferir nenhuma das designa��es.
Portanto, no c�mputo geral, tem-se um pa�s com 38% de petistas e filopetistas (a soma dos dois grupos n�o totaliza 39%, como indicariam os dados isolados, devido aos arredondamentos), ante um contingente de 32% de bolsonaristas e simpatizantes.Os petistas mais petistas, por assim dizer, seguem as linhas de fratura usuais que acompanham a prefer�ncia pelo PT desde que o partido antagonizava com o PSDB o protagonismo da pol�tica nacional.
Assim, s�o mais petistas os nordestinos (41%), os menos instru�dos (40%) e os mais pobres (38%). Aqui, a vantagem eleitoral para Lula decorre do fato de esses serem estratos volumosos na amostra populacional da pesquisa, 26%, 32% e 48% dos ouvidos, respectivamente.
Seguindo o manual da polariza��o, que por sua vez trouxe com varia��es mais � direita o eleitorado tradicionalmente antipetista associado at� 2014 ao tucanato, s�o mais bolsonaristas os mais velhos (33%, 20% dos ouvidos), os evang�licos (34%, 29% dos entrevistados) e os sulistas (36%, 15% da amostra).
A estabilidade registrada desde dezembro nesses dados mostra uma certa impermeabilidade do eleitorado a fatos mais ou menos agudos. Este ano j� registrou uma crise associada ao golpismo bolsonarista, nos atos de 8 de janeiro em Bras�lia, e um desgaste cr�nico de Lula devido a sua m� articula��o pol�tica.
Nem um fato, nem outro mudou opini�es de forma sens�vel. Restar� saber como se comportar� o bolsonarismo com a eventual suspens�o dos direitos pol�ticos do ex-presidente, com julgamento marcado para o pr�ximo dia 22 no Tribunal Superior Eleitoral e grandes chances de ficar sem poder disputar elei��es por oito anos.
Neste caso, se for v�lida a l�gica que marcou a migra��o do eleitorado tucano para uma esfera de direita mais radicalizada, mesmo que a reboque, algum nome da centro-direita no mercado poder� tentar assumir a vaga de Bolsonaro.
Hoje, o principal candidato a fazer isso � o governador paulista, Tarc�sio de Freitas (Republicanos), que foi ministro do ex-presidente, mas que busca uma trajet�ria de uma direita mais racional e distante dos arroubos golpistas do ex-chefe, apesar de fazer acenos � antiga base.