
Bras�lia – A ministra da Sa�de, N�sia Trindade, afirmou estar disposta a resistir �s press�es para deixar o cargo, principalmente dos partidos do Centr�o, que cobi�am sua pasta, que � que det�m mais recursos no governo federal. Ela acredita que os ataques � sua gest�o s�o decorrentes de disputa pol�tica.
“Tenho feito muitas entregas, ao contr�rio do que andam dizendo nesse processo de fritura. Estamos em um contexto de disputa pol�tica. Tenho um perfil muito discreto e �s vezes discri��o demais atrapalha”, disse ela em entrevista ao jornal O Globo. Ela afirmou que o governo Bolsonaro desviou o foco do uso das emendas parlamentares e gerou a “confus�o” nas cobran�as sobre libera��o das verbas atualmente.
“As emendas deveriam ser para fazer investimentos, n�o para gastos de custeio. Hoje muitos munic�pios dependem das emendas para cobrir folha de pagamento. Estamos buscando corrigir essas distor��es”, declarou. Por causa disso, N�sia informou que tem feito mais reuni�es com parlamentares, mas garante que o Minist�rio da Saude n�o renunciar� aos controles sobre a aplica��o do dinheiro p�blico na sa�de.
Ela se reuniu com o presidente da C�mara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), na semana passada, para tratar de “assuntos t�cnicos”. Nos bastidores do Planalto e da C�mara, o parlamentar � apontado como o principal articulador da press�o sobre N�sia, embora negue publicamente. A ministra, entretanto, reafirma que n�o est� disposta a ceder �s press�es. “Tenho feito muitas entregas, ao contr�rio do que andam dizendo neste processo de fritura”, declarou.
Mais M�dicos. Ela afirmou que o presidente est� satisfeito com sua gest�o, mas pediu refor�o na comunica��o da pasta. “Estamos em um contexto de disputa pol�tica. Tenho um perfil muito discreto, e �s vezes discri��o demais atrapalha”, ressaltou.
Segundo ela, o presidente Luiz In�cio Lula da Silva relacionou as a��es da pasta nos primeiros seis meses de governo, como o relan�amento dos programas Brasil Sorridente e Ela tamb�m refuta a cr�tica, inclusive de deputados do PT, de que o seu minist�rio demora a liberar recursos para estados e munic�pios. “Havia pedidos parados h� quatro anos que resolvemos nestes seis meses. Al�m do negacionismo, o governo anterior era marcado por pouco trabalho”, frisou na entrevista.
N�sia � respons�vel por um dos maiores or�amentos da Esplanada dos Minist�rios e conta com apoio por ser um nome t�cnico, sem filia��o a qualquer partido. A pasta tem previs�o de quase R$ 200 bilh�es para este ano. Parlamentares vem pressionando para que o Minist�rio libere recursos vindos de emendas e o Fundo Nacional de Sa�de (FNS) � o principal alvo de interesse
A defesa de N�sia Trindade para permanecer no cargo tomou conta da internet no domingo e ontem. O nome dela foi um dos assuntos mais comentados do Twitter. Ontem � tarde, uma corrente de defesa pela manuten��o dela no cargo tomou o Twitter e, at� o come�o da tarde de ontem, a hashtag N�sia Trindade j� tinha mais de 50 mil ocorr�ncias na rede social.
Na semana passada, o ministro de Rela��es Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que a pasta n�o est� dispon�vel para nenhum partido e negou que Lira estivesse fazendo qualquer press�o. “Tanto para mim quanto ao presidente Lula, em nenhum momento o presidente Arthur Lira reivindicou qualquer minist�rio, em qualquer das conversas que teve fez qualquer tipo de reivindica��o ao Minist�rio da Sa�de ou outro minist�rio do governo federal”.
Ao que tudo indica, no entanto, N�sia est� blindada por Lula. Ela foi diretora da Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz) e uma das respons�veis pela parceria da institui��o com o Reino Unido para a produ��o da vacina contra a COVID-19 da AstraZeneca no pa�s. Lula deve tamb�m decidir sobre o Minist�rio do Turismo. Daniela Carneiro, atual chefe da pasta, era a indicada do Uni�o Brasil, mas pediu na Justi�a Eleitoral para mudar para o Republicanos sem perder seu mandato como deputada federal pelo Rio de Janeiro. O partido pressiona o governo para que ela seja trocada pelo deputado Celso Sabino (Uni�o-PA).